AntChain: braço financeiro do Alibaba registra serviço de blockchain no Brasil

Ant Group, dona do Alipay que protagonizou polêmica após suspensão repentina do que seria o maior IPO da história, pode lançar serviço de blockchain no Brasil.

O Ant Group, dono do Alipay e braço financeiro da gigante chinesa Alibaba, registrou no Brasil um novo serviço de blockchain. Trata-se da AntChain, uma plataforma para criação de soluções em blockchain voltada para empresas. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) divulgou a concessão do registro da marca nesta terça-feira (8).

Segundo a empresa, a AntChain oferece suporte a mais de 50 tipos de uso diferentes, incluindo remessas internacionais nos moldes da Ripple. Além disso, os sistemas seriam capazes de processar até 1 bilhão de transações por dia.

O registro junto ao INPI deixa clara a vocação múltipla da solução. O documento menciona, por exemplo,  aplicações em serviços bancários e de crédito, como empréstimos, seguros e processamento de faturas e cartões, além de pagamentos via blockchain. 

A tecnologia também pode ser usada no ramo imobiliário, como gerenciamento de arrendamentos e locações, aluguéis e financiamento imobiliário. Já no mercado financeiro, empresas poderão usar a solução para serviços de corretagem de ações e títulos, cotação na bolsa e análise financeira.

Lançada inicialmente em julho, a blockchain do Alibaba também permite uso por concessionárias de gás e eletricidade, além de fornecimento de cartões e tokens pré-pagos, e até controle de direitos autorais e mercados de créditos de carbono. 

AntChain é plataforma do Ant Group, braço financeiro do Alibaba, para criação de soluções em blockchain.

A tecnologia também já recebeu endosso de diversas empresas do setor de tecnologia que desejam adotar blockchain. Dell, Lenovo, HP e Intel, por exemplo, já assinaram acordos para utilização da plataforma. 

É importante lembrar que o registro não indica, necessariamente, que a empresa já começará a oferecer os serviços no Brasil. No entanto, a regularização da marca junto ao INPI costuma apontar a intenção de operar no país. Algo semelhante aconteceu em outubro com a Algorand, que também registrou sua solução de blockchain permissionada.

Blockchain do Ant Group, do Alibaba, não tem relação com Alipay

O serviço de blockchain registrado pelo Ant Group no Brasil não tem relação com o Alipay. A solução de pagamentos rival do PayPal segue disponível para brasileiros, mas não oferece nenhum tipo de transação via blockchain.

A empresa dona do Alipay chegou a solicitar o registro do aplicativo junto ao Banco Central para operar no Pix. No entanto, ele não saiu na lista final de serviços liberados para utilizar o sistema de pagamentos instantâneos do BC. Em nota à imprensa, a fintech chinesa afirmou que, por decisão própria, desistiu do pedido antes mesmo da análise.

Ant Group chegou a pedir registro do Alipay junto ao Banco Central para uso do Pix, mas desistiu.

O Ant Group, vale lembrar, é o mesmo que protagonizou uma polêmica na China por conta da sua entrada iminente na bolsa. A fintech mirava o que seria a maior Oferta Pública Inicial (IPO) da história, avaliada em US$ 200 bilhões. No entanto, os reguladores chineses interromperam a listagem de forma inesperada, alegando que a companhia não atendia requisitos técnicos.

Enquanto isso, o Alipay segue sendo a maior fintech do mundo, com 1 bilhão de usuários ativos. A empresa também deverá ser uma das operadoras do yuan digital, a versão virtual da moeda chinesa que está em estágio avançado de testes.

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