Anbima anuncia autorregulação de fundos cripto no Brasil
Instituição representativa de entidades do mercado financeiro e de capitais no país vai criar regras direcionadas a investidores e gestoras.
Em uma frente de ações direcionadas exclusivamente aos fundos de investimento locais apoiados em criptomoedas, a Associação das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) anunciou a autorregulação deste setor no Brasil, conforme noticiou o Valor.
O que está previsto para começar no início do segundo semestre, quando as gestoras locais terão que reportar à entidade informações padronizadas relacionadas ao risco de aplicação em criptoativos, que também deverão fazer parte do material publicitário destinado ao público e dos prospectos relacionados aos regulamentos dos fundos de investimento.
De acordo com o superintendente geral da Anbima, Zeca Doherty, a frente de autorregulação foi aberta diante de uma necessidade de proteção em relação aos investidores de varejo no sentido de evitar assimetrias prejudiciais a estes investidores.
Ele acrescentou que a Anbima começou a fazer estudos, no ano passado, referentes a evolução da regulação do setor em diversos países, com objetivo de permitir que os associados invistam com segurança e se beneficiam da tecnologia oferecida pelos criptoativos que, segundo ele, despertou o interesse da indústria de investimentos, com a pandemia. Zeca Doherty disse ainda que a associação contratou uma consultoria externa com abjetivo de fornecer uma compreensão mais apurada da criptoeconomia aos associados.
Outra ação anunciada, que deverá acontecer em uma segunda fase, é a definição de diretrizes voltadas às práticas de gestão dos fundos apoiados em criptoativos, o que deve acontecer em meados do segundo semestre, imediatamente após as primeiras medidas.
A terceira fase, considerada a mais crítica e polêmica, diz respeito à definição de preços das cotas dos fundos. O que deve acontecer na seara de um balizamento específico do mercado, que faça sentido para os criptoativos e que leve em conta as taxas de câmbio, porque, segundo o executivo, os criptoativos fazem parte de um mercado de altíssima volatilidade e ininterrupto. Isso porque há diferenciações entre diferentes gestoras especializadas em relação ao horário de corte e à categoria seguida.
Doherty acrescentou que a complexidade é maior para os fundos multimercados, que misturam diferentes tipos de ativos com marcação de mercado distintas, e até divergentes entre si, e adiantou que um dos assuntos a serem abordados é como os fundos farão a liquidez, além de critérios de resgate, por exemplo.
No início de junho, a gestora Hashdex ignorou a baixa do mercado e, com foco na crescente digitalização do mundo real, lançou um ETF de metaverso na B3, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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