ANAC desenvolve Diário de Bordo Digital com blockchain
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) revelou, nesta quarta-feira (12), que está estudando uma forma de usar a tecnologia blockchain para a implementação do Diário de Bordo Digital (eDB) para empresas aéreas do país.
A iniciativa faz parte de um esforço da Agência para modernizar o sistema, que é responsável pelo registro de eventos importantes que ocorrem durante o voo. Para a ANAC, a digitalização é uma forma de “aprimorar a segurança, reduzir custos, promover o desenvolvimento do setor e a agilidade na inserção de dados”.
A migração para o eDB já era autorizada pela Agência, mas só agora uma empresa aérea de transporte público, a Líder Aviação, recebeu uma autorização para sua implementação. O diário digital já era usado por empresas de transporte privado e entidades do poder público, como a Polícia Militar de Minas Gerais e a Casa Militar do Espírito Santo.
Diário de Bordo Digital
O eDB foi regulamentado pela Resolução nº 457 e pela Portaria 3220/SPO/SAR. Elas são responsáveis pela atualização de procedimentos para o registro de informações dos aviões civis brasileiros.
Com o sistema digital, as empresas autorizadas pela ANAC não precisarão mais portar um documento impresso para documentar as informações, apenas um terminal que dê acesso ao sistema eletrônico. A expectativa é que isto simplifique o sistema e o torne mais ágil e seguro.
Muitas desenvolvedoras de software estão desenvolvendo soluções centralizadas para o armazenamento de informações no eDB voltados para empresas de pequeno e médio porte. Grandes empresas aéreas, como a Boeing e a Airbus, por sua vez, contam com sistemas próprios que já foram lançados no mercado.
A diretora de TI da Líder Aviação, Celina Marinho, reforça as vantagens o sistema eletrônico:
“Automatizar o Diário de Bordo traz uma série de ganhos para as empresas do segmento, tais como: organização, velocidade e confiabilidade de dados; automatização de registros; eliminação de papéis; redução da carga de trabalho da tripulação; além de garantir mais segurança em todas as etapas de um voo”.
ANAC e blockchain
A ANAC também revelou que está pesquisando um sistema eDB próprio baseado em blockchain. Segundo a Agência, o objetivo seria “atrair desenvolvedores para ofertar produtos que se baseiem nessa tecnologia ao mercado, principalmente para a realização dos registros de eDB”.
Os detalhes do sistema descentralizado da ANAC ainda não são conhecidos, porém o órgão reforçou que o emprego de blockchain é uma forma de aumentar a segurança, escalabilidade, integridade e acessibilidade de dados “quando comparada aos modelos tradicionais de bancos de dados centralizados”.
Governo e blockchain
A ANAC não é o primeiro órgão do governo brasileiro a se interessar pelo blockchain. Nos últimos anos, a tecnologia tem ganho popularidade não só na esfera nacional como na estadual.
Em dezembro de 2020, por exemplo, uma empresa vinculada ao Ministérios da Economia promoveu a primeira venda de imóveis públicos através de blockchain. Em junho, o governo do Pará investiu R$ 750.000 para a digitalização de seus contratos em um sistema descentralizado baseado em blockchain.
A maior empreitada do governo nesta área, por sua vez, é realizada pelo Banco Central, que há mais de um ano estuda a melhor forma de implementar uma Moeda Digital do Banco Central (CBDC), conhecida no momento como Real Digital.
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