Americanos receberam mais de US$ 1 milhão em Bitcoin para ajudar ex-executivo brasileiro da Nissan a fugir do Japão

Executivo Carlos Ghosn pagou a americanos que ajudaram na fuga do Japão em Bitcoin, revelam autoridades japonesas.

A fuga do Japão do ex-executivo da Nissan Carlos Ghosn no fim de 2019 teve ajuda de dois americanos, que foram condenados nesta segunda-feira em Tóquio e admitiram que receberam pagamento em Bitcoin (BTC) para ajudar o brasileiro.

Carlos Ghosn chamou atenção do mundo em 2019 ao fugir do Japão, onde havia sido detido em 2018 por fraude financeira, escondido em um equipamento de som.

O executivo estava em liberdade condicional e esperava julgamento no país peninsular, embarcando primeiro em um trem de alta velocidade de Tóquio para Osaka e depois dentro de uma caixa em um avião privado para a Turquia e depois para o Líbano, um país que não extradita seus cidadãos. Ghosn tem cidadania libanesa.

Apesar do executivo negar as acusações e alegar que fugiu para “se livrar da perseguição da Justiça japonesa”, os dois americanos envolvidos no caso confirmaram seu envolvimento na fuga espetacular do brasileiro.

Michael Taylor, um veterano da Marinha dos EUA, e seu filho Peter Taylor foram condenados, respectivamente, a dois anos e a um ano e oito meses de prisão. O libanês George-Antoine Zayek, hoje foragido, também é acusado de ajudar na escapada de Ghosn, segundo o G1.

Na sentença, o juiz Hideo Nirei declarou que a fuga foi um “crime grave”:

“Os dois acusados conseguiram com êxito uma fuga ao exterior sem precedentes e tiveram um papel proativo nesta operação”

Os condenados disseram que a motivação dos crimes foi dinheiro e que receberam US$ 862 mil para preparar a operação e depois mais US$ 500 mil em Bitcoin para pagar seus advogados.

Outro envolvido que ainda deve ir a julgamento é o ex-diretor jurídico da Nissan, Greg Kelly, que foi preso junto com Ghosn em 2018. Ele pode ser condenado a 10 anos de prisão no Japão.

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