Suposto espião russo usou R$ 471 mil em criptomoedas para bancar estudo nos EUA e comprar apartamento no Brasil

Sergey Vladimirovich Cherkasov se passava pelo estudante brasileiro Victor Müller Ferreira e teria uma rede de colaboradores no país.

O suposto espião russo Sergey Vladimirovich Cherkasov, preso pela Polícia Federal (PF) em abril de 2022 no aeroporto de Guarulhos (SP) usando a identidade falsa de Victor Müller Ferreira, teria movimentado, pelo menos, US$ 93 mil, cerca de R$ 471 mil pela cotação do dólar americano nesta segunda-feira (3), em criptomoedas para bancar uma pós-graduação nos Estados Unidos e quitar um imóvel em Cotia, na região metropolitana de São Paulo.

Segundo as investigações da PF, Sergey também contava com uma rede de apoio no país que envolvia depósitos bancários no exterior e joias, de acordo com uma publicação do jornal O Globo do último domingo (3).

“Nas mídias apreendidas de Sergey Vladimirovich Cherkasov foram identificadas quatro carteiras de criptomoedas, cujo rastreio foi solicitado à Divisão de Crimes Financeiros (Fls. 113 e seguintes, IPL 2022.035119). Foram identificadas as exchanges utilizadas por  Sergey Vladimirovich Cherkasov, além de diversas transações que culminaram na movimentação de altos valores especialmente em dois momentos: quando estudou nos Estados Unidos da América [US$ 67.821,89] e quando comprou um apartamento no Brasil [US$ 25.414,11]”, diz o trecho do relatório. 

Segundo a publicação, o suposto espião russo disse ao FBI, a polícia federal dos EUA, que estudou na Irlanda com lucros obtidos em negociação de Bitcoins e que usou suas economias para fazer um curso de pós-graduação nos EUA, que teria custado entre US$ 80 mil e US$ 100 mil. O que também coincidiu com altos valores recebidos por meio de depósitos bancários feitos em uma agência do Rio de Janeiro. 

Cherkasov também teria subornado a escrevente de um cartório ao presenteá-la com um colar de joias avaliado em US$ 400, cerca de R$ 2,2 mil, para conseguir a autenticação de documentos, anular multas eleitorais e comprar o apartamento a fim de ter um endereço fixo no Brasil. 

De acordo com a PF, o suposto espião chegou ao Brasil pela primeira vez em 2010. Quando teria começado a criar a identidade do fictício estudante Victor, que viveu com a tia-avó na Argentina dos 2 aos 21 anos, até decidir retornar ao Brasil. Em “seu país de origem”, Victor começou a trabalhar em uma agência de turismo e câmbio até decidir fazer um curso na Irlanda e, depois, a pós-graduação nos EUA.

As experiências facilitaram seu caminho para seu objetivo antes de ser preso: um estágio no Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, na Holanda. Entretanto, o revés aconteceu quando o suposto espião disfarçado de estudante brasileiro foi barrado pela imigração em Amsterdã e teve que voltar ao Brasil, onde foi preso. 

No final de março, a Rússia adiou o lançamento do rublo digital devido a um processo legislativo. Em outra iniciativa, o país asiático integra o BRICS, bloco que também é integrado pelo Brasil e que estaria trabalhando no desenvolvimento de uma nova moeda para desafiar o dólar, conforme noticiou o Cointelegraph.

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