Alguns clientes da InDeal estão fazendo um abaixo-assinado a favor da empresa
Mesmo depois que a Polícia e a Receita Federal deram detalhes sobre a Operação Egypt na InDeal, confirmando que houve desvio de dinheiro dos clientes por parte dos responsáveis pela empresa para benefício próprio, há quem defenda a continuação do negócio.
Pelo menos é o que diz uma ‘Manifestação pública de apoio a InDeal’ registrada na plataforma Avaaz, uma campanha de supostos clientes da empresa que está sendo investigada.
A InDeal, que prometia altos rendimentos em criptomoedas, chegou a captar R$ 850 milhões no período de um ano, mas deixou um rombo de R$ 300 milhões por conta de uso indevido do dinheiro arrecadado. Segundo a Polícia, não havia investimentos em criptomoedas, mas em títulos de renda fixa.
A meta da apelação é de conseguir 7.500 assinaturas. Na manhã desta quarta-feira (28) a petição contava com cerca de 6 mil apoios.
“Somos clientes da InDeal Consultoria em Mercados Digitais e gostaríamos de deixar registrado nosso apoio à empresa nessa presente petição”, diz um trecho do texto de apoio.
Quem assina a petição concorda com o texto, afirmando que não teve nenhum problema de qualquer natureza com relação ao serviço da empresa. Ou seja, quem foi lesado provavelmente não vai assinar a ação — a polícia estima que a empresa possuia mais de 50 mil associados.
Outro ponto é que um déficit de R$ 300 milhões já foi confirmado pelas autoridades — se todos resolvessem retirar o investimento, não seria possível.
O grupo de apoio diz que o intuito da petição é que a atual situação seja esclarecida o mais rápido possível para que a empresa possa continuar atuando no mercado.
“Acreditamos que a empresa contribui para inovar de forma irreversível o sistema financeiro em termos tecnológicos, sociais e culturais”, diz a apelação.
Faturou com a Indeal
Segundo um levantamento feito pelo site O Diário, só de moradores da região da Encosta da Serra houve investimento de cerca de R$ 65 milhões na InDeal, sendo que da cidade de Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, saíram mais da metade do valor estimado.
Um morador de Dois Irmãos, que segundo apurou o site, disse que começou a investir na empresa em outubro do ano passado, cerca de R$ 10 mil. A empresa lhe prometeu 13% de rendimentos ao mês.
Vieram, então, as notícias de que a empresa estava sendo investigada. Ele optou pela retirada. Resgatou o dinheiro em três dias com os juros prometidos, que foram R$ 15 mil. Isto aconteceu em fevereiro deste ano, diz o site.
No entanto, mesmo após as prisões e comprovações de ilicitude por parte da empresa, o homem diz que tem vontade de investir novamente no negócio.
Operação Indeal
A Operação Egypto foi idealizada a partir de um e-mail direcionado à PF, onde a pessoa questionava a legalidade da companhia.
Após investigações, descobriu-se, então, que a suposta empresa de criptomoeda arrecadou R$ 700 milhões entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019.
No entanto, esse valor pode chegar a R$ 1 bilhão, segundo um auditor fiscal de Receita Federal que falou após a ação.
Participaram da operação 130 policiais federais, 20 servidores da Receita Federal do Brasil e seis policiais civis que cumpriram mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em várias cidades do país.
Além dos mandados, foram expedidas ordens judiciais de bloqueio de ativos financeiros em nome de pessoas físicas e jurídicas, de dezenas de imóveis e a apreensão de veículos de luxo.
Promessa de 15% de retorno
O inquérito policial foi instaurado em janeiro de 2019 para apurar a atuação da empresa. Ela estaria captando recursos de terceiros sem a autorização dos órgãos competentes.
A empresa dizia que aplicava o dinheiro em criptomoedas e oferecia um retorno garantido de 15%, ao menos, no primeiro mês de aplicação.
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