Agente do departamento de justiça dos EUA diz que o maior problema do Bitcoin é a adoção
Recentemente, Lilia Infante, agente especial do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, concedeu uma entrevista na qual emitiu sua opinião sobre a adoção das criptomoedas em todo o mundo. A agente especial esteve envolvida no estabelecimento e lançamento da primeira Força-Tarefa de Investigação Cibernética do Departamento de Justiça, que concentrou-se no uso de moedas virtuais em investigações criminais.
Na entrevista, Infante mostrou-se cética quanto à adoção das criptomoedas como meio de transferência de valores, e afirmou que isso pode tornar-se um obstáculo para a sua disseminação.
“O grande problema é a adoção”, declarou Infante.
“Que tipo de importância as pessoas atribuem à imutabilidade e privacidade? Essas coisas tornam o Bitcoin especial. O problema é que ninguém se importa. O cidadão comum está totalmente feliz com sua conta bancária, com sua conta no Paypal, com seu Venmo. Eles gostam de ter alguém em quem confiar se sua transação não for concluída e as transações estão indo bem. O uso está aí. É mais sobre a importância, sobre o porquê eu vou usar isso”, disse ela.
De acordo com a agente, o uso do Bitcoin seria disseminado apenas se houvesse uma razão muito forte para os cidadãos escolherem trocar os serviços de pagamento tradicionais – ou o dinheiro tradicional – pelo seu uso. E, para exemplificar seu argumento, ela utilizou um exemplo bastante conhecido: a Venezuela.
“O exemplo que eu dou é a Venezuela. Ora, eu vou comprar Bitcoin se a minha moeda estiver indo para a hiperinflação! Estou motivada para comprar Bitcoins e usá-los. Mas aqui nos Estados Unidos, onde temos abundância e diferentes tipos de tecnologia para transferir valores, não há muita motivação para aprender essa nova tecnologia. É uma enorme curva de aprendizado, especialmente para a geração mais idosa. Não é que o Bitcoin não tenha utilidade; é a utilidade percebida de cada indivíduo que faz com que ele seja adotado”, continuou ela.
Dirigindo-se à comunidade de usuários de criptomoedas, a agente encorajou a cooperação entre exchanges e órgãos reguladores, afirmando:
“Se você quiser que esta tecnologia continue a prosperar […] empresas que atuam como exchanges de criptomoedas […] elas precisam cooperar com o governo.”
A agente continuou:
“Muitas dessas empresas que não cooperam com o governo não sobreviverão porque o governo veio para ficar, embora haja muitos indivíduos libertários que pensam o contrário. É do interesse deles ajudar a capturar fraudadores nesse mercado. Não queremos que o uso principal das criptomoedas seja uma atividade criminosa. Queremos que elas nos ajudem como os bancos ajudam a capturar terroristas e lavadores de dinheiro. Dessa forma, vamos limpar esse setor. Eu, pessoalmente, amo a tecnologia blockchain e não quero que ela seja associada a atividades criminosas. Eu quero que ela prospere.”
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Fonte: Criptomoedas Fácil