Agencia Reuters afirma: Criptomoeda venezuelana não tem “garantias”
A Reuters uma das mais conceituadas agências de notícias do mundo, realizou uma investigação jornalística sobre a criptomoeda lastreada no petróleo venezuelano, a Petro. Através da investigação os repórteres tentaram descobrir em que é baseado a afirmação do presidente venezuelano de que a Petro tem a garantia de 5,3 bilhões de barris de petróleo.
A principal linha de investigação dos repórteres foi a afirmação do presidente Nicolas Maduro de que no campo de Ayacucho na vila de Atapirire estão os 5,3 bilhões de barris de petróleo que supostamente fornecem lastro para a Petro.
Não tem Petro
A criptomoeda Petro foi criada para salvar a economia venezuelana da hiperinflação, que já atingiu o nível onde é medida por números de cinco dígitos. Mas, durante quatro meses os jornalistas buscaram sinais de petróleo, enquanto conversavam com especialistas em criptomoedas e especialistas no desenvolvimento de campos de petróleo. E chegaram a conclusão de que a “moeda” lastreada em petróleo não é negociada em nenhuma exchange importante e a Petro não é aceita em nenhuma loja local.
Os moradores de Atapirire afirmam que o governo não está fazendo nada para desenvolver o campo de petróleo. Eles também não acreditam que um dia sua aldeia seja o centro da revolução financeira.
Falta de infra-estrutura
No campo de Ayacucho, os repórteres da Reuters não encontraram nenhuma atividade relacionada à produção de petróleo – apenas máquinas antigas e estruturas abandonadas foram encontradas.
O ex-ministro da Indústria Petrolífera da Venezuela, Rafael Ramirez, afirma que são necessários US $ 20 bilhões para a infraestrutura, afim de desenvolver esse campo, algo impossível para o país e para a estatal de petróleo e gás PDVSA.
A Petro é baseado em um valor arbitrário que existe apenas na imaginação do governo “, disse Ramirez.
Francisco Monaldi, especialista em energia, declarou que o território supostamente rico em petróleo tem um grave problema de infraestrutura, estradas, sistema de esgoto e instalações de geração de energia estão colapsadas.
“Não há plano de investimento e razão para acreditar que será desenvolvido aqui algum projeto pra salvar a Venezuela” , disse ele.
Portanto segundo ele, para construir a infra-estrutura necessária afim de extrair o óleo que servirá de lastro para o token Petro, será necessário, muito mais recursos do que foi conseguido com o lançamento do token. Nicolás Maduo afirmou ter conseguido US $ 5bilhões, Francisco Monaldi estima em US $20bilhões o valor necessário para reconstruir o campo de Ayacucho.
A Venezuela passa por uma grave crise e mesmo assim o governo de maneira insana prega o sucesso da nova criptomoeda. Recentemente, Maduro ordenou que aumentasse 60 vezes o nível do salário mínimo, fixando o Bolívar a moeda nacional, a Petro.
Isto desencadeou debates entre os economistas, a grande maioria não acredita que “amarrar” a Petro ao bolivar seja uma boa idéia.
“Não há como vincular preços e taxas de câmbio a um token que não é negociado “, disse Alehandro Machado, especialista venezuelano em criptomoedas.
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Fonte: Guia do Bitcoin