Após investimento do ídolo do FC Barcelona Gerard Piqué, jogo baseado em NFT GOALS tenta destronar FIFA e eFootball

Startup sueca aposta em plataforma multidisciplinar sem despesa de licenciamento e diz que os titãs dos jogos de console não estão inovando.

Para muitos, jogos de console como o FIFA e o eFootball são sinônimos de hegemonia de mercado e tentar derrotar estes dois titãs da bilionária indústria de games pode ser comparado a apostar em um time de futebol “de final de semana” derrotando o FC Barcelona, ou outro gigante do futebol mundial. Ironicamente, Gerard Piqué não pensa desta forma, tanto que o craque do time de futebol da Catalunha integrou uma rodada inicial de investimento da desenvolvedora sueca de jogos baseados em tokens não fungíveis (NFTs) GOALS, responsável por levantar cerca de US$ 15 milhões para a plataforma, que se coloca como alternativa aos icônicos FIFA e eFootball.

O aporte, que aconteceu no início de abril, foi liderado pela empresa de capital de risco Northzone e investidores que já estavam no projeto, a Cherry Ventures, a Moonfire e a Banana Capital, além de vários investidores anjos, como Piqué, o cofundador e COO da Sky Mavis (desenvolvedora do Axie Infinity), Aleksander Larsen, e Nicolas Julia, cofundador do Sorare, um fantasy game de futebol que também é baseado em NFTs.

Lançado no final de dezembro, o projeto pode ser considerado ambicioso, uma vez que os US$ 15 milhões levantados pelo GOALS representam pouco mais da metade do número de usuários do FIFA, que possui mais de 25 milhões de jogadores, segundo a desenvolvedora da franquia, a EA Sports FC.

Por trás da árdua missão do GOALS está o cofundador e CEO da startup, Andreas Thorstensson, que não esconde suas críticas ao que considera “falta de inovação do FIFA” ao defender que:

“Você tem um grande titular em uma posição de monopólio. Eles não estão inovando em termos de jogabilidade. É aí que uma startup tem a chance de realmente vencê-los. Mas queremos fazer as coisas um pouco diferente.”

Thorstensson se referia a uma das principais críticas dos jogadores do FIFA, o Ultimate Team, que é a montagem do time com milhares de opções de jogadores, o que representa custo a cada nova temporada com a perda dos jogadores da temporada passada. Por outro lado, o realismo do FIFA, que dispõe de uma rede de revisores de dados com objetivo de garantir as estatísticas dos jogadores, tornou-se uma espécie de obsessão para os apaixonados pelo game. 

O GOALS, por outro lado, já adiantou que não pretende investir em licenciamento de jogadores da vida real em razão do custo elevado, mas assegurou que vai tentar alcançar a jogabilidade, realismo e alta definição do FIFA. 

Sem a despesa de licenciamento, a plataforma sueca que utilizar os NFTs de jogadores, gerados como ativos digitais pertencentes aos jogadores, para que eles ganhem dinheiro na vida real com a negociação de seus jogadores ou ainda com a opção de saque do valor de seus NFTs, além da possibilidade de exportar os criptoativos para outras plataformas. 

Além do FIFA e do eFootball, o crescimento do GOALS também depende da atração dos jogadores tradicionais para o universo dos jogos play-to-earn. Apesar de um levantamento recente ter revelado a popularização dos jogos NFT em 2021, quando este mercado movimentou quase US$ 5 bilhões, o segmento ainda representa cerca de 3% da indústria de jogos. 

No “campo adversário” estão os jogadores tradicionais, que podem não querem vestir a camisa dos jogos em NFT facilmente. Tanto que no início de fevereiro, a própria Eletronic Arts recuou ao anunciar que não adotaria os NFTs no FIFA. Em julho foi a vez do Mojang Studios anunciar o banimento dos NFTs no Minecraft, episódio que despertou a revolta do cofundador da gigante dos fundos de cripto/NFT Animoca Brands Yat Siu, conforme noticiou o Cointelegraph.

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