Após sequência histórica de baixas semanais, Bitcoin deve buscar novos fundos antes de entrar em fase de acumulação, diz analista

Suporte de US$ 24.000 ainda deve ser testado de forma consistente antes de que tenha início um novo período de acumulação capaz de estancar a atual sangria do preço do BTC.

O colapso do ecossistema Terra (LUNA), que pulverizou a capitalização de dois ativos do top 10, a stablecoin algorítmica TerraUSD (UST) e a sua contraparte, o LUNA, provocou a fuga de US$ 268 bilhões do mercado de criptomoedas, de acordo com dados do CoinMarket Cap.

A queda da Terra teve impacto direto no preço do Bitcoin (BTC), uma vez que na tentativa de retomar a paridade do UST com o dólar, a Luna Foundation Guard (LFG) liquidouu “33.206 BTC por um total de 1.164.018.521 $UST”, gerando pressão vendedora adicional sobre a maior criptomoeda do mercado em um momento por si só desfavorável aos ativos de risco, devido à conjuntura macroeconômica global.

Como resultado, pela primeira vez, o Bitcoin registrou sete velas vermelhas semanais consecutivas. No total, as perdas acumuladas no período foram de 32,5%. Na segunda-feira, 28 de março, o Bitcoin abriu a semana cotado a US$ 46.827. No domingo, 15, consolidou a vela semanal custando US$ 31.328, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Gráfico semanal do Bitcoin. Fonte: Trading View

Volume e volatilidade em alta

A semana turbulenta ainda registrou um volume recorde de negociação de Bitcoin e a volta da volatilidade ao mercado. Na segunda-feira, 9, US$ 13 bilhões em Bitcoin foram negociados no mercado à vista. Foi o maior volume diário registrado desde 4 de dezembro do ano passado.

O súbito aumento do volume de Bitcoin negociado no início da semana passada muito provavelmente está vinculado à liquidação das reservas da LFG. Especialmente, considerando que o mercado vinha demonstrando pouco apetite recentemente – abril registrou os menores volumes negociados de Bitcoin desde julho do ano passado.

A alta volatilidade registrada na semana passada está diretamente relacionada ao aumento do volume de negociação no mercado à vista. Na quinta-feira, 12 de maio, a cada hora, em média, houve desvios de 3,68% entre os preços máximos e mínimos, de acordo com o mais recente relatório da Arcane Research.

Em geral, picos de volatilidade intradiária tendem a ocorrer durante grandes liquidações. A volatilidade intradiária não mostrava-se tão alta desde maio do ano passado, quando o mercado enfrentou pelo menos três dias de liquidações massivas com picos de volatilidade superiores ao da última quinta-feira.

Novos fundos antes de novo período de acumulação

Em uma análise exclusiva para o Cointelegraph Brasil, Diego Consimo, fundador da Crypto Investidor, afirmou que, apesar dos eventos extremos da semana passada, o teste do suporte em US$ 24.000 já era um movimento esperado para o preço do BTC.

Embora o Bitcoin tenha recuperado parte das perdas recentes, o fundo provavelmente ainda não foi encontrado:

“Apesar dessa região de suporte de preço de US$ 24.000 quase ter sido testada em algumas exchanges, em meio ao desafio à paridade das Stablecoins, na quinta-feira, 12 de maio, acreditamos que teremos novos testes de suporte ainda.”

Depois de buscar o fundo, a tendência é que o preço do Bitcoin entre em uma nova fase de acumulação antes de que seja possível reverter definitivamente a atual tendência de baixa do mercado, afirma Consimo:

“Ao que tudo indica estamos entrando em uma zona de acumulação de preço chamada de “Wyckoff de Acumulação”. Esse tipo de formação tem característica de realizar alguns testes de fundo antes que se possa reverter a tendência de baixa. Em geral, essa formação dura em torno de 2 meses, período esse que, agora, vai coincidir com o verão no hemisfério norte. Tradicionalmente, os meses de junho e julho se caracterizam por um padrão de lateralização dos mercados financeiros.”

Gráfico diário Bitcoin/USD, com Diagrama de Acumulação de Wyckoff. Fonte: Crypto Investidor (Trading View)

Os diagramas de Wyckoff dividem os estágios de Acumulação e Distribuição em seções menores. As seções por são divididas em cinco fases (A a E), que ocorrem paralelamente a outros eventos. A fase de acumulação se caracteriza por testes e retestes dos níveis de resistência e de suporte do preço de um determinado ativo.

Enquanto o suporte atualmente encontra-se em torno de US$ 24.000, Consimo afirma que no curto prazo, o Bitcoin precisa manter o suporte de U$28.700 para conseguir buscar alvos entre U$32.600 e U$35.000. “Entretanto, essa região atualmente representa uma resistência difícil de ser rompida”, alerta o analista.

Gráfico de 4 horas BTC/USD, com zonas de suporte e resistência de curto prazo. Fonte: Crypto Investidor (Trading View)

Após manter-se acima dos US$ 30.000 durante a maior parte do domingo, o Bitcoin abriu a semana acumulando novas perdas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil. No início da tarde desta quarta-feira, o par BTC/USD está cotado a US$ 29.680, acumulando uma baixa intradiária de 1,4%, de acordo com dados do CoinMarketCap.

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