Depois de cair 13% em agosto 18 analistas apontam para onde vai o preço do Bitcoin em setembro

Depois de acertarem movimento lateral do Bitcoin em agosto, especialistas destacam como a maior criptomoeda do mercado irá se comportar em setembro

Há cerca de 30 dias analista do mercado de criptoativos acreditavam que o preço do Bitcoin (BTC) mostrava certa força da parte compradora e poderia iniciar uma alta para US$ 30 mil, no entanto, todos estes especialistas destacaram que a volatilidade do mercado provavelmente impediria um movimento para além desta resistência.

Desta forma, os analistas ouvidos pelo Cointelegraph chegaram em um consenso de que, em agosto, o preço do BTC iria oscilar entre US$ 28 mil e um retorno para US$ 20 mil. De fato, o lado comprador se mostrou fraco e o preço do BTC pouco conseguiu manter seu valor acima de US$ 25 mil, já do lado vendedor os analistas acertaram em cheio com o BTC caindo abaixo de US$ 20 mil.

Depois de movimentos de alta e baixa e de uma forte volatilidade no mês, agosto fechou com o BTC em queda de 13% e com o animo dos investidores de varejo fragilizado pela queda e pela situação macroeconômica ruim. Agora, com o mês de setembro iniciando, ouvimos 18 especialistas para entender como eles acreditam que o preço do Bitcoin vai se comportar no período. Confira.

Coinext

José Arthur Ribeiro, CEO da Coinext, aponta que setembro tende a ser um mês desafiador para o Bitcoin. As ações monetárias para controlar a inflação devem continuar impactando o desempenho do ativo, assim, um novo aumento da taxa de juros americana, que deve ser anunciado no dia 21 de setembro pelo FED, pode fazer com que uma recuperação dessa criptomoeda fique para o próximo mês. 

“Além disso, ainda é preciso considerar o desempenho histórico do Bitcoin. Setembro costuma ser um mês com desempenho negativo para o BTC, analisando os últimos 9 anos, em apenas 2 oportunidades o fechamento foi positivo”, disse.

Portanto, segundo ele, com base nesses fatores, o Bitcoin deve manter a tendência de queda ao longo do mês de setembro, reforçando seu gráfico de lateralização e tentando ficar acima do patamar de US$17 mil alcançado em junho. 

“No entanto, vale destacar que o mês pode apresentar oportunidades para quem deseja comprar esse ativo por um preço considerado “abaixo da média”, finaliza.

Uniera

Caio Villa, fundador da Uniera, também acredita que setembro será um mês ruim para o Bitcoin. Ele destaca que em agosto, durante uma entrevista ao Cointelegraph, apontou que o preço do BTC chegaria a US$ 18 mil em agosto e que não subiria para US$ 30 mil, o que de fato foi concretizado.

“As expectativas para setembro são ruins. Devemos observar mais queda, sobretudo em altcoins. Vamos ter alguns períodos específicos de alívio, provavelmente próximo do The Merge que tende a ser dia 19 de setembro, mas vão ser picos esporádicos. Em geral, a tendência ainda é de baixa durante o mês de setembro”, aponta.

Segundo ele, o mercado cripto pode ter um alívio mais substancial só na segunda quinzena ou, até mesmo, no final de outubro. 

CleanSpark

Já Bernardo Schucman, vice-presidente sênior da divisão de moedas digitais da CleanSpark, disse que acredita que o preço do BTC vai continuar a se mover lateralmente em setembro como já vem acontecendo nos últimos meses.

“Nota-se que o comportamento do preço do btc está acompanhando o mercado financeiro tradicional que também vem performando com comportamento lateralizado”, afirma.

IDG NFT

Sylmara Multini, CEO da IDG NFT, disse que as criptomoedas são um investimento a longo prazo e, portanto, o comportamento de preço no curto prazo é menos importante do que seu potencial de futuro.

“Sem potencisão as moedas do futuro, o que chamamos de ‘buy and hold’. Elas devem fazer parte de todas as carteiras de investimento, e a porcentagem depende do nível de tolerância ao risco de cada um”, afirma.

Yaak Studio

Marina Perelló, COO no Yaak Studio, aponta também que setembro ainda não é um mês otimista para o Bitcoin. Ela afirma que a nova taxa de juros norte-americana será definida nos próximos dias 20 e 21 de setembro, e o mercado aposta numa alta de 0,50 percentual. Até lá, dificilmente a moeda irá romper a barreira de US $ 25 mil.

OSL

Já Guilherme Rebane, Head of Latam da OSL, destaca que em setembro é possível que a cotação do Bitcoin siga negociando de lado, mas sempre muito dependente do cenário macroeconômico. Se o mercado de ações melhorar, o Bitcoin deve acompanhar a tendência. No entanto, o contrário também pode acontecer uma vez que o mercado segue com aversão a ativos de risco. 

“O mercado ainda observa e tenta entender qual vai ser o ritmo do aumento de taxas de juros nos EUA. Isso de uma certa forma contamina uma melhora no preço do ativo”, avalia.

Segundo Rebane, na ausência de notícias significativas, o mercado segue com ruídos referentes a uma maior supervisão de autoridades norte-americanas.

“São ruídos que também não colaboram para a retomada, e, de alguma forma, também contaminam as cotações, uma vez que trazem incertezas para alguns players”, afirma.

CriptoFácil

Paulo Aragão, co-fundador do CriptoFácil, também aponta que o movimento macroecônico vai continuar impactando o mercado que permanecerá negociando lateralmente.

“Eu realmente acredito que o Bitcoin ficará relativamente lateralizado durante este mês. Uma faixa de 20-22 mil dólares é o que eu espero. Este mês o foco das atenções será, ao meu ver, o Ethereum com a atualização The Merge”

TC Cripto

Paulo Boghosian, co-head do TC Cripto, disse que historicamente, setembro não costuma ser um mês bom para o BTC. Porém, para ele, o que vai determinar mesmo a recuperação do mercado são as próximas medições de inflação e a postura do FED.

“Dito isso, ainda é possível que tenhamos mais uma pernada de queda caso os mercados tradicionais se deteriorem. E, por outro lado, poderemos caminhar para os US$ 30 mil quando o FED assumir uma postura mais dovish. Nosso cenário base é que isso aconteça no início do ano que vem”, afirma.

Além disso, ele também aponta que outro ponto importante é que o Bitcoin tem um “overhang” advindo das moedas da Mt Gox que deverão ser devolvidas para os credores em algum momento no quarto trimestre.

“Do nosso lado, sempre entendemos que a recuperação seria mais demorada pela quantidade de valor que foi destruída com o episódio de Luna e pela insolvência de Celsius e de 3AC. Além disso, o cenário macro segue desafiador e os preços dos criptoativos seguem bem sensíveis às variáveis macroeconômicas. Ou seja, por mais que indicadores on chain mostrem bons pontos de compra para o médio e longo prazo, é possível levar algum tempo para esse cenário de alta se concretizar”, afirma.

Foxbit

João Canhada, CEO da Foxbit, afirma que o Bitcoin segue preocupando investidores de curto prazo, dado as condições do mercado em setembro.

“O FED vai votar nova alterações da taxa de juros esse mês e já é dado como certo uma alta potencial de até 0.75% na taxa do governo americano, isso vai e já está impactando o preços dos ativos no mundo todo, setembro deve ser um mês duro pra tudo relacionado a renda variável”, apontou.

Transfero

Thiago Cesar, CEO e cofundador da Transfero, disse que com o cenário macroeconômico não sinalizando melhora, com bancos centrais mantendo seus apertos monetários e a Europa em situação frágil no contexto energético e o conflito de Rússia x Ucrânia, a expectativa é de que o Bitcoin se mantenha lateralizado com leve tendência de queda em setembro.

“É possível que uma atualização bem sucedida do Ethereum para o modelo de proof-of-stake, o chamado “The Merge”, gere externalidades positivas para o preço do Bitcoin, mas o evento não parece suficiente para grandes movimentos de alta”, afirma.

Rispar

Rafael Izidoro, CEO e fundador da Rispar, destaca que a reação do Bitcoin será bastante influenciada após a reunião do FED, sobre a decisão da taxa de juros, como já ocorreu anteriormente. Se a taxa subir, deverá influenciar negativamente os investimentos em criptomoedas em geral.

QR Asset Management

Na mesma linha, Theodoro Fleury, gestor da QR Asset Management, afirma que o Bitcoin segue muito dependente do cenário macro, especialmente de política monetária americana, e fica difícil arriscar qualquer previsão pois o mercado de todos os ativos segue em compasso de espera esperando um sinal mais claro do FED.

Portanto, segundo ele, o debate no mês de setembro é se o FED vai apertar a política de forma mais agressiva por conta da inflação, ou se vai ter uma abordagem menos restritiva dado que muitos números apontam para uma recessão.

“No final de agosto tivemos um discurso mais duro do Powell na abertura do evento de Jackson Hole, que foi mal recebido pelos ativos de risco, levando a uma queda acentuada em agosto. O desempenho do Bitcoin em  setembro vai depender bastante do que acontecer na próxima reunião do FOMC em meados do mês”, disse.

Liqi

Flavia Jabur, Community Manager na Liqi também destaca que o mercado cripto acompanha muito o mercado no exterior.

“Então é fundamental neste mês de setembro, ficar atento em como vai ser o aumento dos juros nos EUA. Esse dado pode gerar volatilidade em todos os mercados. A questão é que o momento é de cautela. Por isso é muito importante diversificar a carteira de investimentos”, disse.

Titanium Asset

Ayron Ferreira, chefe de análise da Titanium Asset, também afirma que os dados da economia americana é que vão ditar o comportamento do preço do Bitcoin em setembro, porém movimentos próprios do mercado de criptomoedas também podem influenciar a ação do preço.

“Em setembro haverá um dos eventos mais importantes dos últimos anos para o mercado de criptoativos, o The Merge, que é quando ocorrerá a fusão da rede principal com a Beacon Chain, tornando a rede Ethereum, baseada hoje no mecanismo de consenso PoW, em PoS. Esperamos que haja volatilidade durante o período de atualização, que acontecerá em duas fases, a Bellatrix, no dia 6, e a Paris, entre os dias 10 e 20.”, disse.

Além disso aponta que apesar do mês de setembro costuma ser de queda para o BTC porém ele vê um espaço para uma recuperação de curto prazo, especialmente se dados de atividade econômica demonstrarem recuo. 

“O que foi algo visto no Payroll que demonstrou uma alta na taxa de desemprego (de 3,5% em julho para 3,7% em agosto), com reação positiva do mercado logo em seguida. O mercado de trabalho tem sido uma das principais pedras no sapato do FED, já que os salários estavam aumentando acima da inflação, estava ocorrendo criação de vagas acima do esperado e a taxa de desemprego destaca diminuindo”, afirmou.

Wiboo

Vagner Sobrinho, Co-founder da Wiboo, disse que existe muita desconfiança com o cenário cripto ultimamente, essa provocada por um bear marketing que vem se arrastando há meses, somado a uma série de eventos que contribuírem para a migração dos ativos, como o aumento de taxa de juros, crise em exchanges e atualizações malsucedidas nas redes, além do colapso de algumas moedas consideradas “estáveis”.

“Tudo isso torna muito difícil uma recuperação rápida, inclusive, pelo fato de que quanto mais tempo se leva a recuperação, mais difícil acreditar que ela seja possível. O investidor, seja tradicional, seja cripto, é sempre muito “assustado”. Sendo assim, vai demorar para acreditar que um novo bull run está por vir. Mas as criptos já passaram por isso antes e certamente passarão novamente”, afirma.

Ele aponta acreditar que a recuperação não vá acontecer em setembro, onde ela ainda deve oscilar nesses patamares, onde está hoje se recuperando aos poucos.

“Mas não tenho dúvidas que ela se recupere e ultrapasse seus patamares históricos a médio prazo (entre o primeiro e segundo trimestre do ano que vem). Isso, claro, se as políticas monetárias mundo a fora colaborarem”, destacou.

FMI Minecraft Management

Já John Blount, CEO da FMI Minecraft Management, afirma que setembro é, historicamente, um mês negativo para as criptomoedas, e afirma que o cenário macroeconômico não é favorável. Além disso aponta que os mineradores estão em um movimento de venda com a baixa do mercado.

“Então, na minha opinião o Bitcoin continua nesse patamar de U$19 mil a U$21 mil’, disse.

KATE Capital

Vinicius Giglio, CEO da KATE Capital, disse que é muito difícil determinar o valor que uma ou mais criptomoedas terão ao longo desse período, por causa da alta volatilidade. Elas não são moedas lastreadas em ativos reais, basicamente muitas são de critérios subjetivos e por isso fica difícil determinar o comportamento delas ao longo do tempo.

“Depende de fatores como: humor, fatores políticos e  sociais, ao contrário do comportamento que tem as security tokens que são lastreadas em ativos reais, como projetos, casas, empresas. É mais fácil prever e saber o valor delas nos próximos meses e quais seriam as moedas vencedoras”, afirma.

Passfolio

David Gobaud, fundador e CEO da Passfolio, afirma que o Bitcoin teve alguns dias difíceis após o discurso de Jerome Powell no Jackson Hole Economic Symposium, no qual ele afirmou que a luta contra a inflação traria “alguma dor”.

Para ele, isso significa que as taxas de juros provavelmente permanecerão altas, prejudicando ativos de risco, como ações de tecnologia e criptomoedas, à medida que os investidores transferem seus investimentos para ativos de renda fixa. O Bitcoin caiu -6,1% em 26 de agosto e abaixo de US$ 20 mil durante o fim de semana, mas se recuperou em 29 de agosto.

“O mercado de criptomoedas está sendo altamente afetado pelas condições macroeconômicas e regulatórias, mas os fundamentos permanecem fortes. A Blackrock, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, fez parceria com a Coinbase para fornecer aos investidores institucionais acesso direto a criptomoedas, por exemplo. A CME acaba de lançar futuros de Bitcoin e Ether denominados em euros, direcionados a clientes institucionais. Isso significa que há demanda institucional mesmo no meio de um mercado em baixa”, disse.

Ele também aponta que a atividade de mineração também está ficando mais forte – a taxa de hash e a dificuldade estão aumentando. No próximo ajuste, na próxima semana, a dificuldade provavelmente aumentará em 6,8%, saltando para um novo recorde histórico.

Segundo ele, outro fundamental que é essencial observar na criptografia é a atividade do desenvolvedor. E após oito anos de atraso, “The Merge” da Ethereum finalmente tem uma data: entre 10 e 20 de setembro.

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Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.

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