Depois do Bitcoin falhar em ficar acima de US$ 20 mil, 11 analistas apontam o que esperar para o BTC nesta semana

11 analistas consultados pelo Cointelegraph apontam para onde vai o preço do Bitcoin na semana e quais altcoins surpreenderam o mercado

O preço do Bitcoin (BTC) começa a semana dando sinais de alguma vontade de recuperação, após ter fechado o mês de junho com uma das piores perdas mensais em 11 anos. No entanto, mesmo a recuperação de 3% registrada nas últims 24h não foi suficiente para elevar o valor da maior criptomoeda do mercado para mais de US$ 20 mil.

Nas últimas 24h, com a alta, o preço é cotado a US$ 19.772, acima da região que parece ter formado um novo suporte, em US$ 19.000, segundo aponta o analista Ayron Ferreira, Head Researcher da Titanium Asset.

“Os efeitos da crise de insolvência de algumas empresas seguem se alastrando, com a quebra da 3AC e a interrupção de saques por parte de novos players. Desta vez, a Voyager e a Vauld interromperam saques e movimentações de seus clientes”, destaca.

Ferreira afirma ainda que os indicadores que apontam a situação de lucro ou prejuízo dos detentores de Bitcoin mostram que uma grande parte está em prejuízo, o que ilustra bem o movimento de capitulação ocorrido nas últimas semanas. Porém, novas quedas não podem ser descartadas, pois o momento que o Bitcoin vive hoje é muito impactado por drivers externos ligados à situação macroeconômica.

“O aumento de juros parece começar a dar pequenos sinais de diminuição da atividade econômica nos EUA, mas para hoje e durante a semana, as atenções devem se manter voltadas para o fraco sentimento sobre a situação macroeconômica e preocupações com a inflação.

Ele destaca que a reunião do FOMC e decisão sobre os juros nos dias 26 e 27 de julho são amplamente aguardadas, para saber os próximos passos da autoridade monetária frente ao momento da economia. Além disso, há o forte driver relacionado aos riscos sistêmicos do mercado de criptoativos, que ainda pode trazer novos capítulos de contágio em outros players.

Já Paulo Aragão, co-fundador do CriptoFácil, destaca que o movimento de lateralização do Bitcoin, entre US$ 18 mil e US$ 20 mil deve continuar e, que isso é saudável pois os touros tem muitos desafios paa enfrentar.

“O Bitcoin ainda continua sendo negociado na faixa de US$ 18 mil a US$ 20 mil onde eu espero que ele consiga permanecer por mais algum período de tempo. Eu acho difícil a gente ter uma alta expressiva por agora pois o momento ainda é de muita cautela. Vivemos ainda os reflexos de vários acontecimentos desencadeados depois do colapso do Terra/Luna, então no momento atual esta lateralização é saudável”, aponta.

Queda para US$ 12 mil é que vai tranquilizar o mercado

Já Gavin Smith, CEO da Panxora.io, discorda de Ferreira e destacou que a liquidação vista no BTC nas últimas semanas tem todas as características da capitulação por detentores fracos, desencadeada pelas notícias negativas em torno primeiro de Luna e depois Celsius. Assim, segundo ele, o mes de julho deve ser de recuperação para o preço do Bitcoin.

“Prevemos que a liquidação marcará a baixa deste ano e esperamos que o BTC tenha bons ganhos pelo resto do ano, à medida que os temores de aperto do Fed começam a diminuir, refletindo as preocupações sobre a economia americana. Os tokens podem seguir esse rali com muitas das principais empresas mais atingidas (como UNI, SOL, FTM e ADA) superando o esperado rali do bitcoin para o restante do ano.”

O especialista em criptomoedas, Chris Terry da SmartFi, aponta que a marca de US$ 20 mil se mostrou um fundo fraco e que uma queda ‘saudável’ para US$ 12 mil pode fazer o BTC voltar a subir, porém, antes disso, ele acha difícil qualquer movimento positivo ou qualquer recuperação de uma nova tendência de alta

“Podemos estar formando um fundo na faixa de US$ 20.000. O que é bom, mas parece ser um fundo fraco. Se o BTC tivesse entrado na faixa de US$ 12-14.000, eu me sentiria melhor. Eu poderia acreditar. O mercado realmente acha que $ 20.000 é isso? Nós vamos descobrir.”

Os analistas da Passfolio também está e olho no cenário macroeconômico como catalizador do preço do BTC e aponta que os dados mostram que as baleias estão aproveitando a queda para acumular mais Bitcoin, desta forma, se o cenário é turbulento no curto prazo, a empresa aponta que, no médio e longo prazo isso sinaliza um sentimento positivo.

“O Bitcoin fechou o pior junho já registrado, com perdas mensais de quase -33%. Mas, de acordo com William Suberg, “dip-buying, que em tradução livre significa a compra de mergulho, parece estar em pleno andamento entre as baleias” – instituições com saldos de 1.000 a 10.000 BTC compraram bastante abaixo de US$ 20.000”. afirma.

Queda atual não muda tendência histórica

Já o Dr. Marin Hiesboeck, chefe de blockchain e pesquisa da Uphold, aponta que um prolongamento do preço do BTC abaixo de US$ 20 mil é ruim para os mineradores e pode causar uma nova onda de liquidação. Além disso, o valor do BTC abaixo do suporte de US$ 20 mil afeta os ETFs de Bitcoin e com isso o ‘dinheiro institucional’ que migrou para a criptomoeda em 2020/21

“Como qualquer investidor experiente sabe, chamar tops ou bottoms na negociação é uma tarefa tola. O que sabemos é que o Bitcoin desistiu de todos os seus ganhos desde a última corrida e está descansando em um nível crucial. Qualquer preço prolongado abaixo de 20.000 seria deixar os maiores mineradores não lucrativos e colocar estresse, especialmente no ETF americano”, disse.

No entanto Hiesboeck aponta que a queda atual não muda tendência histórica do Bitcoin e também não muda o fato de que as mudanças na economia digital advindas das criptomoedas não serão afetadas pelo Bear Market, ou seja, segungo ele, Bitcoin, NFTs, blockchain, DeFi, vieram para ficar e a baixa dos preços não vai afetar este cenário.

“O futuro da economia e toda a atividade econômica, no entanto, estão intrinsecamente ligados aos avanços tecnológicos construídos em soluções de blockchain. Mesmo que, como alguns acreditam, um “inverno cripto” esteja ocorrendo, ativos digitais, NFTs e projetos de metaverso envolvendo criptomoedas estão aqui para ficar e educação e regulamentação são a chave o futuro”, afirmou.

A equipe de analistas da Transfero, por outro lado aponta que nos últimos dias, foi possível observar uma leve tendência de alta na cotação do bitcoin, que na análise gráfica pode ser vista na figura de um triângulo ascendente.

A empresa destaca que o triângulo ascendente é formado por uma linha de alta (LTA), que indica pressão compradora crescente, e por uma linha de resistência, que representa uma força vendedora que impede o rompimento para cima da barreira. 

Apesar de tímido, esse movimento de alta aumenta as expectativas, no curto prazo, de que o rompimento dessa barreira aconteça. Para isso, no entanto, a equipe de analistas da Transfero considera que seria necessário que o fechamento do preço nos próximos dias fique acima dos US$ 21.750. 

“Por outro lado, é importante destacar que, apesar da leve tendência de alta, os volumes estão se comportando de forma decrescente, e isso é um sinal clássico em análise técnica de que essa tendência crescente pode ser revertida, o que indicaria uma quebra na linha de alta. Neste caso, a cotação do bitcoin pode ficar em um patamar abaixo do suporte de US$ 19.667, o qual representa o último grande ciclo de All Time High, ocorrido em 2017”, disse.

Bitcoin deve ficar negociando entre US$ 17 e US$ 20 mil

Marco Castellari, CEO da Brasil Bitcoin, aponta por outro lado que a lateralização deve continuar a ditar os rumos do BTC já que os fatores macroeconômicos prejudicam qualquer movimento de forte recuperação que os touros tentem imprimir.

“O Bitcoin segue em um movimento de lateralização, tendo em vista que o último ciclo de notícias tem sido extremamente terríveis para o mercado cripto e todas as classes de ativos de risco, no momento, não vejo possibilidades de uma recuperação saudável, levando também em consideração os fatores macroeconômicos.”

Felipe Medeiros, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos, aponta que a queda do Bitcoin abaixo de US$ 20 mil tem feito muitas empresas cripto apresentarem problemas ou falirem. Para justificar sua posição, ele destaca que o dono da FTX declarou que várias exchanges estariam “secretamente insolventes”.

“Isso assustou o mercado, à medida que ordens judiciais de liquidação de fundos da 3AC também pressionavam o mercado. Além da “desalavancagem”, o mercado cripto também deve enfrentar problemas nas próximas decisões do FED, que confessou essa semana “não entender muito bem sobre inflação”.  Essa pode ser uma deixa para altas de juros mais pesadas do que o esperado, o que pressionaria ainda mais o mercado”, destacou.

Com este cenário ele destaca ser muito difícil para o Bitcoin, Ethereum e demais ativos se comportam de forma positiva e recuperar sua dominância num cenário de alta.

Rudá Pellini, presidente da Arthur Mining, também apona que a correlação do preço das mineradoras com o preço do Bitcoin é muito alta e com essa queda na cotação do Bitcoin, o preço do hashrate caiu substancialmente, mais do que o próprio Bitcoin.

Isso significa, segundo ele, que mineradoras que investiram em eficiência operacional e em fontes de energia mais baratas, conseguem crescer e continuar performando neste cenário de mercado.

“Mineração é um negócio de distressed assets, no qual o melhor momento para investir e ampliar a capacidade produtiva é quando o preço do Bitcoin está em baixa. Este, sem dúvidas, será um momento para mineração, como foi em janeiro de 2019 e abril de 2020, um dos melhores momentos para se expandir e crescer as operações”, destacou.

4 criptomoedas que subiram e podem continuar em alta

Lucas Schoch, CEO e fundador da Bitfy, por outro lado, destacou que os traders não devem olhar apenas para o Bitcoin mas para o amplo mercado de criptomoedas e que as altcoins oferecem grandes oportunidades para os investidores que se mantém atentos aos seus movimentos.

Ele destacou ao Cointelegraph 4 criptomoedas que conseguiram romper com a fragilidade do mercado e subir mesmo com o cenário incerto do Bitcoin. A primeira criptomoeda na lista do analista é a TerraClassicUSD, que subiu 60% desbancando as perspectivas negativas sobre sua história controversa.

Na segunda posição, o analista apontou o GMT do STEPN, uma plataforma de condicionamento físico no modelo “move to earn”, onde os usuários podem adquirir tênis em formato de NFT’s, e que quando se movimentam, caminham ou correm, acabam por conseguir mais tokens nativos, os GST.

“O app possui uma carteira digital própria e um marketplace onde as transações acontecem, podendo efetuar compras ou locações dos mais variados estilos de tênis, e nesta semana sua alta foi equivalente a 22%”, disse.

Schoch também destacou a ApeCoin, um token ERC -20 de governança do APE Ecosystem, lançado na Blockchain da Ethereum. O projeto é inspirado no Bored Ape Yacht Club da Yuga Labs, e fornece uma infraestrutura para que os detentores de ApeCoin colaborem por meio de processos de governança abertos.

“Neste últimos sete dias o token APE chegou a uma valorização de 19%, registrada”, apontou.

Fechando a lista o analista destaca o SAND, do The Sandbox, uma plataforma descentralizada próspera para a comunidade dos gamers, desenvolvida no modelo play to earn e como um metaverso.

“Nesta última semana o token SAND teve uma alta de 15,80% em sua valorização de mercado”, finaliza.

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