Africrypt era golpe e indícios não faltavam
A Africrypt era um golpe e indícios disso não faltavam.
Todavia, agora que o dinheiro das pessoas sumiu já não resta muita dúvida para ninguém.
Africrypt não era corretora
A plataforma sul-africana cujos donos supostamente fugiram com os bitcoins dos clientes não era uma corretora, mas um golpe escancarado.
Entretanto, muitas pessoas ficam cegar diante de promessas de lucro.
A principal característica que identifica um golpe com criptomoedas é a garantia de lucro mensal.
Num mercado de renda variável não há como “garantir” lucro.
Assim, esse tipo de promessa é típica de pirâmides financeiras.
Os proprietários do esquema ofereciam aos clientes promessas de rendimentos de 3% a 11% ao mês em cima dos aportes feitos pelos clientes.
US$ 3,6 bilhões em prejuízos
O valor angariado variava de acordo com o tipo de carteira escolhida pelas vítimas.
Até o momento o valor do golpe foi apurado em cerca de US$ 3,6 bilhões .
Todavia, esse valor não foi confirmado.
A dificuldade é esses ativos frequentemente não existem de verdade, mas apenas nas telas dos sistemas das plataformas fraudulentas.
Vítimas estão usando o Twitter para denunciar o golpe.
I guarantee you will not read this tweet with a straight face. You buy packages. The one package is called a “passive aggressive” portfolio. You literally can’t make this up.
Knowing you lost all your money in a passive aggressive fund must hurt different
Returns? Copy/ Paste! pic.twitter.com/NDotHcmXvm
— Don Petty Cash (@iamkoshiek) June 23, 2021
Os irmãos responsáveis pelo golpe não tinham experiência comprovada na área cripto.
Ou seja, eles não tinham experiência na área, ao contrário do que afirmavam.
No site da falsa “corretora” havia uma biografia dos agora fugitivos. A história é nada factível.
Por exemplo, um dos irmãos se ‘apaixonou’ por criptomoedas aos oito anos enquanto assistia TV ao lado do pai.
Após isso, o jovem prodígio teria começado a minerar Ethereum.
Depois ele teria criado seu próprio programa de inteligência artificial sozinho, e assim nasceu a Africrypt.
Muitas pessoas caíram nessa lábia, mesmo ela sendo bastante fantasiosa.
Palavra bonitas sem conteúdo real
Outro indicativo que um negócio pode ser uma fraude envolve o uso de termos bonitos e técnicos, mas sem conteúdo real.
Por exemplo, a Africrypt falava em ‘merchant banking’, mas ninguém sabe o que isso significa na prática.
Termos como ‘deep learning’ também era usados pelos golpistas, mas não explicados.
Nenhuma explicação factível sobre como o serviço da pseudo plataforma funcionava de fato.
Essa é uma estratégia conhecida para atrair investidores inexperientes com serviços desconhecidos do público em geral.
Plataforma hackeada!
A Africrypt foi criada há dois anos com o objetivo de ser uma “forma fácil de entrar no mundo das criptomoedas”.
Em abril deste ano, a plataforma disse que havia sido vítima de um hack, que teria afetado os sistemas.
Essa “desculpa” é clássica no universo dos golpes com criptomoedas.
Todavia, os irmãos pediram para os clientes não relatarem o incidente às autoridades.
A narrativa é que isso dificultaria a recuperação dos fundos.
Esquemas brasileiros também sumiram com dinheiro de investidores e alegaram que foram vítimas de invasões virtuais.
Após o suposto hack, os irmãos aparentemente transferiram os fundos para um mixer de criptomoedas, serviço que permite a ocultação da origem dos ativos digitais.
Polícia investiga o caso
O caso está sendo investigado pela Hawks, uma unidade de investigação da força policial nacional da África do Sul, além de escritórios de advocacias que representam as vítimas.
Portanto, se cuidem e não confiem em todas as promessas que são feitas no mundo das criptomoedas.
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