Mercado africano segue crescendo com a adoção direta do Bitcoin para atividades comerciais

Com alta inflação e moedas nacionais derretendo na pandemia, Bitcoin tem sido proteção para a população de nações africanas

O mercado africano segue crescendo e apresentando cases reais de uso e adoção das criptomoedas como substituição direta das suas moedas nacionais, devido à crise cambial e custos abusivos de envio de remessas para o exterior.

A inflação em alguns países africanos, como a Nigéria – que possui a maior população – no primeiro semestre chegou a 12.56% em junho, de acordo com dados da Nairametrics.

A naira, a moeda nacional nigeriana foi sucessivamente desvalorizada esse ano, devido à pandemia, e a situação fiscal só vem piorando por conta da falta de dólar na economia real, já que o único produto vendável e que remete dólar para o país é o petróleo, que sofre forte desvalorização desde o crash em março.

As transferências mensais de criptomoedas dentro e fora da África de menos de US$ 10.000 – normalmente feitas por indivíduos e pequenas empresas – aumentaram mais de 55% em um ano para alcançar a ordem de US$ 316 milhões em junho, mostram os dados da Chainalysis, empresa de pesquisa de blockchain dos EUA.

Grande parte da atividade ocorreu na Nigéria, onde as pequenas transferências de criptomoedas totalizaram quase US$ 56 milhões em junho, quase 50% a mais que no ano anterior. O número de transações saltou mais de 55%, para 120.000. 

Exchanges em toda a África falam de um boom semelhante

A Yellow Card, que opera em cinco países, disse que seus volumes mensais de criptografia aumentaram cinco vezes em 2020, para US$ 25 milhões em agosto. Um grande motivador foram os trabalhadores que usam Bitcoin para remessas, acrescentou.

A Luno disse que os volumes mensais combinados de negociação de Bitcoin tanto na África do Sul, quanto na Nigéria dobraram este ano para mais de US$ 536 milhões em agosto, em relação ao mesmo período do ano passado.

A Kubitx outra grande exchange e presente também mais de 5 países, também reportou um aumento considerável no último semestre, mas não revelou os números.

O Bitcoin tem dado mais retorno que o mercado de ações na Nigéria

Em 2020, o Bitcoin registrou apenas uma perda de cerca de 5%, em comparação com quedas respectivas de 17,5% e 18% para o Índice Mundial Nigeriano e MSCI All-Country, dois dos principais índices do mercado de capital nigeriano.

Com uma capitalização de mercado de mais de US$ 126 bilhões em 22 de abril de 2020, é muito maior e mais líquido do que o mercado de ações nigeriano (capitalização de mercado inferior a US$ 31 bilhões de dólares – N11.793 trilhões est. 21 de abril de 2020), segundo o Nairametrics e de lá para cá, o mercado de Bitcoin dobrou de tamanho duas vezes no último semestre.

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