Adolescente que hackeou Twitter para dar golpes de bitcoin pega três anos de prisão
Graham Ivan Clark, um adolescente da cidade de Tampa, nos Estados Unidos, foi o responsável por hackear contas de personalidades famosas no Twitter no ano passado para aplicar golpes de bitcoin.
Hoje ele se declarou culpado das acusações de hack à rede social. A partir da decisão do tribunal norte-americano, Clark vai cumprir três anos de prisão, seguidos de três anos de liberdade condicional.
No ataque hacker do ano passado, ele se passou por várias pessoas e empresas famosas ao conseguir o acesso de suas contas oficiais no Twitter. Em seguida, ele pedia aos seguidores da celebridade hackeada que enviassem bitcoin (BTC) para um endereço sob seu controle.
“Estou retribuindo à comunidade”, inicia um tweet da conta do presidente Joe Biden. “Todos os Bitcoins enviados para o endereço abaixo serão devolvidos em dobro! Se você enviar US$ 1.000, vou devolver US$ 2.000. Fazendo isso por apenas 30 minutos… Aproveite! “
Clark também enviou mensagens semelhantes de outras contas famosas do Twitter como Elon Musk, Barack Obama e Kim Kardashian. Nesta ofensiva, ele conseguiu faturar cerca de US$ 117.000 em BTC.
Hacker é preso como “jovem infrator”
Quando comandou o ataque, Clark tinha apenas 17 anos de idade e contou com a ajuda de dois cúmplices. O hacker foi condenado como “jovem infrator”.
Caso se enquadrasse como adulto, Clark enfrentaria uma pena mínima de dez anos de prisão. No entanto, se violar a liberdade condicional na sua sentença atual, ele cumprirá a pena mínima obrigatória.
“Graham Clark precisa pagar por esse crime para que outros golpistas em potencial possam ver as consequências”, disse um membro da promotoria em um comunicado.
“Neste caso, fomos capazes de empregar essas consequências ao reconhecer que nosso objetivo com qualquer criança, sempre que possível, é fazer com que aprendam a lição sem destruir seu futuro”.
O departamento de polícia da Flórida descobriu que Clark acessou os sistemas do Twitter por meio de engenharia social.
Ao convencer um funcionário do Twitter que ele trabalhava no departamento de TI, Clark conseguiu acessar o portal de atendimento ao cliente da empresa.
Conforme aponta o acordo de confissão, o adolescente está proibido de usar computadores sem permissão ou supervisão das autoridades legais.
Ele também terá que se submeter a buscas em sua casa e abrir mão das senhas de todas as contas que controla.
De acordo com o advogado de defesa de Clark, ele concordou também em devolver às autoridades todo bitcoin que havia roubado na série de ataques.
Culpa é do golpista, não da tecnologia
Embora o bitcoin tenha uma má reputação por facilitar atividades ilegais, o sistema blockchain no qual ele opera é seguro por natureza.
Qualquer risco de fraude relacionado a criptomoedas vem da infraestrutura em torno do blockchain. Ou seja, isso também pode incluir seres humanos.
Por exemplo, os usuários do mercado de token não fungível (NFT), Nifty Gateway, relataram que hackers invadiram suas contas no último fim de semana. Na ocasião, um hacker conseguiu roubar e comprar artes NFT usando as credenciais de cartão de crédito salvas nas contas de suas vítimas.
Além disso, nesta segunda-feira, 15 de março, dois projetos de finanças descentralizadas (DeFi) que funcionam na Binance Smart Chain sofreram um ataque hacker do tipo DNS.
Os hackers conseguiram “sequestrar” os nomes de domínio dos sites da PancakeSwap e do Cream Finance. Dessa maneira, eles desviaram o tráfego para levar os usuários a um site fraudulento.
Lá, o hacker exigiu que os usuários informassem suas privadas de tal forma que os golpistas poderiam acessar e roubar fundos das carteiras das vítimas.
Aliás, no universo das criptomoedas, é uma máxima comum nunca compartilhar suas frases-semente ou chaves privadas com ninguém, muito menos pela Internet.
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