Adoção de bitcoin no Brasil cresce e exchanges registram até 150% mais usuários

A alta recente do bitcoin vem acelerando o nível de adoção da criptomoeda no mundo. Segundo dados de exchanges com atuação nacional, o movimento também parece estar ocorrendo no Brasil.

Um levantamento realizado pelo BeInCrypto junto a corretoras de criptomoedas revela que houve um crescimento de até 150% nos últimos dois meses na comparação com o mesmo período de 2019.

A percepção de crescimento do mercado é generalizada: praticamente todas as corretoras consultadas apresentam crescimento importante em outubro e novembro.

Os números, dessa maneira, coincidem com um cenário de alta que se estende desde o último mês. Em outubro, o BTC subiu 28% e, este mês, já acumula alta de mais de 33%, segundo o Coingecko.

Já no Brasil, o BTC deixou para trás o antigo recorde de R$ 70.000. Com ajuda do dólar, a criptomoeda já chega a ser negociada, em média, a mais de R$ 100 mil por exchanges nacionais, segundo o Cointrader Monitor.

Ritmo de novas carteiras de bitcoin remonta janeiro de 2018

A empresa de análise de blockchain Glassnode identificou um aumento repentino no número de novas carteiras de bitcoin.

Na última quarta-feira, o volume de endereços criados em uma hora foi o maior desde janeiro de 2018. Naquela época, vale lembrar, o bitcoin acabava de recuar do maior preço histórico para um nível similar ao atual.

A análise envolve a identificação de entidades. Esse tipo de abordagem tenta desconsiderar os endereços gerados pelo mesmo usuário ou por uma exchange. Dessa maneira, é possível ter uma ideia mais aproximada de quantas pessoas estariam aderindo às criptomoedas.

Para Matthew Hougan, líder de pesquisa e investimento da Bitwise, a adoção do brasileiro às criptomoedas pode acontecer “do dia para a noite”.

Uma pesquisa desenvolvida no Brasil aponta que o mercado está mais maduro na comparação com 2018. A exchange NovaDAX concorda com essa visão.

O ano de 2020 e sua conjuntura econômica incentivou positivamente a adoção de criptomoedas, além da própria valorização do Bitcoin, que traz bastante atenção e novo adeptos ao mercado. A diferença de 2018 está na maturidade do mercado brasileiro e do nível de exigência em relação à transparência e segurança.

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Já José Artur, CEO da Coinext, aponta um ambiente mais profissionalizado no mercado de exchanges. 

Diferentemente de dezembro de 2017, no último ATH do Bitcoin, percebemos que hoje o mercado de exchanges se profissionalizou e os clientes possuem muito mais conhecimento sobre investimentos em criptoativos. O fato de assistirmos investidores qualificados e empresas como PayPal entrando neste mercado com objetivos de longo prazo, é um indício de que não se trata de uma bolha, mas trata-se sim de um ativo resiliente e anti-frágil.

Exchanges brasileiras registram aumento em volume e número de clientes

O BeInCrypto consultou seis corretoras de criptomoedas com atuação no Brasil. Na maioria delas, houve aumento tanto no número de clientes quanto de volume de negociações.

A Mercado Bitcoin, por exemplo, revela que houve aumento de 30% em novos clientes nos meses de outubro e novembro. A exchange é a maior do Brasil em volume de negociações, com mais de 23% de fatia de mercado, segundo o Cointrader Monitor.

A Coinext, por outro lado, registrou em outubro o dobro de clientes que chegaram em setembro. Em novembro, a corretora espera atingir o recorde de 12 mil novos usuários. Já o volume de compra e venda de criptomoedas cresceu 43% nos últimos 30 dias. Em mesas OTC, houve ainda crescimento de 26% no volume de operações em um mês.

O volume também tem sido alto na BitcoinTrade. A corretora diz que houve movimentação em outubro 15% maior do que em setembro. Além disso, em novembro, o volume de negociações já é 30% maior do que no mês anterior. As aquisições também seguem ritmo positivo, com 40% mais usuários em outubro na comparação com “os últimos meses”.

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Enquanto isso, na NovaDAX, a quantidade de novos clientes nos dois últimos meses atingiu 150% a mais do que no mesmo período de 2019. Os novos usuários vêm na esteira de um aumento de 55% no volume de negociações no segundo semestre.

Além disso, a BitPreço, que opera como um marketplace de corretoras e já aceita Pix, novembro acompanha o fluxo novos clientes de outubro. No entanto, a empresa aponta que há maior quantidade de negociações. A Foxbit também reporta maior número de criação de contas: 20% a mais no trimestre.

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