Ações da Coinbase desabam após exchange relatar perdas de US$ 430 milhões

Desempenho da Coinbase no primeiro trimestre do ano foi considerado abaixo do esperado, fazendo com que as ações da exchange atingissem uma nova mínima histórica.

Maior exchange de criptomoedas dos Estados Unidos e a primeira a ser listada em uma bolsa de valores do país, a Coinbase declarou em seu relatório financeiro divulgado nesta terça-feira (10) ter tido perdas líquidas de US$ 430 milhões neste período. O valor está bem acima dos US$ 47 milhões que eram esperados pelos analistas de Wall Street, segundo informações do Financial Times.

Não foi somente neste quesito que os resultados da empresa foram decepcionantes. A Coinbase teve uma receita de US$ 1,16 bilhão nos três primeiros meses deste ano, valor abaixo do US$ 1,5 bilhão que era esperado pelos analistas. Esse montante ainda representa uma queda de 35% em relação ao mesmo período de 2021.

Isso se deve principalmente à queda no número de clientes realizando negociações na plataforma da exchange, visto que 85% das receitas da Coinbase são oriundas das taxas cobradas em operações de compra e venda de criptomoedas. Apesar de ver um aumento no seu tráfego de usuários após o anúncio durante o último Super Bowl, o número de contas ativas mensalmente caiu 20% em relação ao quarto trimestre do ano passado.

Consequentemente, o volume de negociações realizadas na plataforma da empresa caiu dos US$ 547 bilhões vistos nos três últimos meses de 2021 para os US$ 309 bilhões no primeiro trimestre de 2022. O relatório ainda destaca que somente 24% desse montante é referente a operações de usuários do varejo, sendo o restante de investidores institucionais.

Isso mostra o pessimismo de grandes empresas, fundos e gestoras em relação ao mercado cripto. Não por caso, o fluxo de saída de capital neste setor tem sido maior do que o de entradas há quatro semanas consecutivas.

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Ações da Coinbase em queda livre

Como consequência, o preço das ações da Coinbase, que já estavam em tendência de baixa, caíram ainda mais após a divulgação do relatório financeiro. A COIN acumula uma desvalorização de cerca de 25% somente nas últimas 24 horas.

No fechamento desta matéria, a COIN era precificada em US$ 55,36, menor valor já visto desde a abertura de capital da exchange em abril de 2021. Na época, as ações atingiram o preço recorde de US$ 400.

No entanto, a Coinbase se mostra esperançosa em relação a sua atuação nesta indústria, afirmando que “essas condições de mercado não são permanentes e continuamos focados no longo prazo. ” Além disso, o CEO da companhia, Brian Armstrong, precisou vir a público para tranquilizar os usuários após uma frase polêmica destacada no relatório financeiro entregue a SEC.

CEO tenta tranquilizar os investidores

O documento dizia que os clientes da exchange poderiam se tornar credores caso ela fosse há falência. Dessa forma, as criptomoedas desses usuários que estivessem armazenadas na exchange poderiam ser usadas para pagar compromissos financeiros da empresa, com os clientes sendo os últimos a terem direito a reivindicar esses ativos.

Por meio de seu Twitter, Armstrong garantiu que a Coinbase não sofre nenhum risco em relação a isso:

“Não temos risco de falência, mas incluímos um novo fator de risco baseado em um requisito da SEC chamado SAB 121, que é uma divulgação recentemente exigida para empresas públicas que detêm ativos criptográficos para terceiros”.

Ele ainda disse que os clientes da exchange possuem “proteções legais em seus termos de serviço que protegem seus ativos” mesmo numa eventual falência da empresa.

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