Como a entrada na onda da IA fez as ações da Apple atingirem novo patamar recorde

Como a entrada na onda da IA fez as ações da Apple atingirem novo patamar recorde
Letreiro Apple
Ações da Apple atingem novo recorde histócio com destaque para potencial de atualização de aparelhos Crédito: Adobe Stock Photo

Pouco mais de um mês após anunciar a Apple Intelligence, um conjunto de funções aplicando inteligência artificial generativa em seus aparelhos, a Apple viu suas ações atingirem novo recorde histórico nesta segunda-feira (15).

Desde 11 de junho, a data do anúncio, a maçã já havia ultrapassado a barreira dos US$ 200 por ação, onde está desde então. Mas nesta segunda ela superou o valor de US$ 230, chegando à máxima de US$ 237,23. O avanço foi de 17% no período, bem acima da média de 7% de ganhos do índice Nasdaq 100.

A disparada recente acompanhou o destaque recebido pela empresa nas recomendações de analistas, que veem nas mudanças anunciadas um potencial de gerar uma corrida recorde entre os usuários para atualizar seus smartphones, tablets e computadores.

O processo de troca de aparelhos é, historicamente, um dos principais impulsionadores das ações da empresa.

Mas, agora, o papel ganha ainda mais força porque a imensa maioria dos dispositivos já nas mãos do consumidor – coisa de mais de um bilhão de unidades – vai ficar de fora das novidades envolvendo IA.

Efeito ‘catalisador’

No Morgan Stanley, a gigante de tecnologia foi escolhida como uma das principais recomendações nesta semana. O analista Erik Woodring aumentou sua meta de preço para as ações da gigante de tecnologia para US$ 273, a terceira mais alta entre os analistas rastreados pela Bloomberg, dizendo que a Apple Intelligence tem potencial para impulsionar um número recorde de atualizações de dispositivos. O recurso é um “catalisador claro” para um ciclo de atualização de vários anos, escreveu ele em uma nota publicada nesta segunda.

A meta de preço mais alta para as ações da Apple vem da Loop Capital, que na segunda-feira elevou a classificação da ação para compra a partir de manutenção e aumentou seu objetivo para US$ 300 a partir de US$ 170. A Apple está em posição de se tornar o “acampamento base” de escolha para consumidores de IA generativa, “assim como fez para conteúdo digital (iPod) e mídia social (iPhone)”, escreveu o analista Ananda Baruah em uma nota.

Erik Woodring, do Morgan Stanley, prevê que a Apple venderá quase 500 milhões de iPhones nos próximos dois anos – mais do que o ciclo recorde de 2021-2022.

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‘IA para o resto de nós’

A Apple revelou sua suíte de serviços de IA em junho em sua Worldwide Developers Conference (WWDC), com o Vice-Presidente Sênior Craig Federighi descrevendo-a como “IA para o resto de nós”. As ações atingiram seu primeiro recorde do ano após o anúncio.

“Acreditamos que há um nível recorde de demanda reprimida entrando no ciclo do iPhone 16 este ano”, escreveu Woodring, que atribuiu classificação de overweight (superação do mercado) para a ação. “Saindo da WWDC – onde a Apple estreou a Apple Intelligence – temos ainda mais convicção de que o ano fiscal de 2025 pode ser o início de um ciclo plurianual de atualização de dispositivos.”

A Apple Intelligence “entregará um valor de utilidade muito melhorado e único para o ecossistema da Apple” para mais de 1,3 bilhão de usuários, disse Woodring, acrescentando que forçará atualizações de dispositivos e acelerará os ciclos de substituição de produtos – um catalisador chave que historicamente impulsionou a superação das ações da Apple.

Versões mais antigas ficarão de fora

Apenas 15% da base total de usuários instalados da Apple serão capazes de rodar com a Apple Intelligence, já que a tecnologia será limitada a dispositivos usando chips A17 Pro e M-Series, disse Woodring. Embora a maioria dos usuários de Mac possa usá-la, apenas 8% dos usuários atuais de iPhone e iPad serão capazes de alimentar a plataforma de IA. Sob as estimativas do analista, mais de 1,2 bilhão de iPhones, iPads e Macs precisarão ser atualizados.

A adoção inicial da Apple Intelligence será limitada a usuários de iPhone em inglês dos EUA quando for lançada neste outono. Ainda assim, Woodring vê fatores como o alargamento da funcionalidade não inglesa adicionando ainda mais valor aos usuários nos próximos 12 a 24 meses. Na visão de Woodring, isso coloca a Apple em posição de voltar ao crescimento ano a ano em unidades no ano fiscal de 2025, seguido pelo potencial de um grande ciclo em 2026.

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