Bitcoin e as eleições nos EUA: Um novo capítulo na história das criptomoedas

Na eleição presidencial americana de 2024, Donald Trump conquistou uma vitória expressiva sobre Kamala Harris, garantindo 312 delegados do Colégio Eleitoral contra 226 da candidata democrata, incluindo vitórias em todos os sete swing states e maioria no voto popular.

Este resultado representa o melhor desempenho republicano desde George H. W. Bush em 1988, quando obteve 426 delegados contra 111 de Michael Dukakis.

A vitória de Trump é vista positivamente pelo mercado devido à sua histórica agenda de desregulamentação, que tende a reduzir a burocracia e os custos de conformidade regulatória para as empresas.

Durante sua primeira administração (2017-2021), Trump implementou uma política de eliminação de duas regulações existentes para cada nova regulação criada, resultando em uma significativa redução do peso regulatório sobre as empresas americanas.

A abordagem pró-mercado, combinada com promessas de cortes de impostos e uma postura mais favorável ao setor de energia tradicional, sinaliza um ambiente potencialmente mais propício para o crescimento dos negócios e investimentos.

O mercado tradicionalmente responde bem a políticas que reduzem a intervenção governamental e favorecem a iniciativa privada, e a perspectiva de um retorno a este tipo de abordagem sob uma nova administração Trump é vista como um catalisador positivo para a atividade econômica e, consequentemente, para os mercados financeiros.

Trump e o futuro do Bitcoin

A vitória de Trump está causando um impacto em todo o ecossistema, não só do Bitcoin, mas de investimentos como um todo. A sensação é que está havendo uma reprecificação geral.

O mercado acreditava nas pesquisas que apontavam a vitória de Kamala Harris e não tinha precificado uma vitória tão expressiva de Trump, ainda mais levando a Câmara e o Senado. Isso significa que ele tem caminho aberto para propor quaisquer legislações que desejar, o que provavelmente será muito positivo para o ecossistema cripto e do Bitcoin.

Resumindo em poucas palavras: se as promessas de campanha se cumprirem, teremos o primeiro presidente pró-Bitcoin e demais criptomoedas.

Se antes o sistema político estava contra o Bitcoin e as criptomoedas, agora o oposto ocorrerá. Com isso, o mercado vem sendo tomado por uma onda de otimismo na última semana.

Exemplos disso são os nomes especulados para o comando da SEC, Scott Bessent e Howard Lutnick, que são ambos significativamente pró-cripto, em vez de Gary Gensler, que sempre perseguiu o ecossistema cripto, no que ficou conhecido como Operation Chokepoint 2.0 – uma referência à operação original do Departamento de Justiça que visava restringir o acesso bancário a setores considerados de “alto risco” em 2013. Os nomes especulados são considerados muito positivos para o ecossistema. Além disso, grande parte da equipe de Trump tem alguma conexão com cripto e Bitcoin.

A especulação de que o Bitcoin pode se tornar um ativo de reserva estratégica dos Estados Unidos já está iniciando um contágio social. Há especulações de que os sauditas estejam comprando Bitcoin e que toda essa alta não seja apenas de instituições, como por exemplo pessoas comprando ETFs. Acredita-se que a ideia de ter uma reserva estratégica de Bitcoin nos Estados Unidos iniciou um contágio social e uma teoria dos jogos com outros países.

Vale destacar que Trump tende a continuar com uma política econômica deficitária, o que significa que ele vai continuar expandindo a base monetária do dólar.

Isso implica que, no médio prazo, o preço do Bitcoin aumentará, visto que o Bitcoin é uma grande esponja de liquidez global. Uma coisa é certa: o paradigma mudou. O Bitcoin seguirá se valorizando, alcançando novos patamares de preço e redefinindo o sistema financeiro tradicional.

*Caio Leta é head of Content and Research na Bipa

Fonte: Bitcoin e as eleições nos EUA: Um novo capítulo na história das criptomoedas

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