Alternativa verde para mineração entra na pauta do segundo dia de Satsconf
No segundo dia da Satsconf 2024, evento de destaque no universo Bitcoin brasileiro, os participantes puderam acompanhar discussões variadas em dois palcos diferentes. Mais de mil pessoas passaram pelo evento.
Entre os temas abordados estavam a inclusão financeira em áreas vulneráveis, práticas de mineração sustentável e o uso do Bitcoin como ferramenta de liberdade em sociedades com restrições. A programação reforçou a importância da maior criptomoeda do mercado como um agente de transformação e impacto social.
Cases de mineração verde
As tendências sobre como a mineração de bitcoin pode contribuir para redução das emissões de carbono e outros impactos ambientais foram destaques no Palco Satoshi Nakamoto, que contou com Margot Paez. Mestre em física do Georgia Institute Technology, Paez ressaltou que as mineradoras de bitcoin são muito menos sedentas por energia, do que, por exemplo, os data centers de inteligência artificial (IA).
A própria lógica de mineração exige que a energia elétrica utilizada pelo processo seja a mais barata possível , o que transforma a mineração de bitcoin em um excelente escoadouro para energia excedente que seria desperdiçada de outra forma, afirmou Paez.
Além disso, outro fator citado pelo pesquisador é que os mineradores de Bitcoin podem ser simplesmente desligados, enquanto datas centers de IA precisam permanecer ligados. Um exemplo é o estado americano do Texas. Algumas vezes durante o rigoroso inverno, é preciso usar o excedente de energia para serviços essenciais. Neste caso a mineradora fica desligada.
Erik Hersman, co-fundador da Gridless, explicou que a empresa utiliza energia gerada por pequenos geradores sustentáveis em zonas rurais da África para minerar Bitcoin. Na prática, a mineração permite que a energia seja mais acessível e estável para as populações locais.
Nestes casos, a mineração de Bitcoin se torna principalmente um incentivo financeiro para criação de pequenas usinas de geração de energia com recursos renováveis para populações isoladas.
Satsconf 2024 repercute efeito Trump no Bitcoin
O tema mais falado da semana não poderia ter ficado de fora do evento. Felippe Hermes, Preston Pysh, Alexandre Vasarhelyi e Luis Van der Berg discutiram as tendências macroeconômicas e estratégias de portfólio relacionadas ao Bitcoin. Eles demonstraram entusiasmo com o cenário que se desenha após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos (EUA). Isso porque o republicano prometeu fortalecer a rainha das criptomoedas.
Contudo, Vasarhelyi ressaltou que o Bitcoin possui uma dinâmica singular, tornando-o menos influenciado por fatores externos, como a taxa de juros. Já Luis Van der Berg acredita que a criptomoeda tem o potencial de se tornar uma reserva de valor.
No painel sobre economia circular, André Loja, Lorena Almada e Lorena Ortiz relataram a adesão do Bitcoin na Ilha da Madeira e no Paraguai. Na Ilha da Madeira, por exemplo, cerca de 20 estabelecimentos já aceitam a moeda, e há uma boa adesão por parte dos usuários. Em contraste, o Paraguai enfrenta uma alta taxa de desbancarização, o que exige a adoção de educação financeira como alternativa para promover a aceitação do Bitcoin.
Além disso, outros painéis da Satsconf 2024 abordaram temas como mineração, privacidade e liberdade. Obi Nwosu, CEO da Fedi, explicou como o Bitcoin tem sido usado para apoiar pessoas em países com regimes autoritários, citando iniciativas voltadas a refugiados e comunidades em Uganda.
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