Buffet reduz participação na Apple em 25%, e caixa da Berkshire passa de US$ 325 bilhões
O caixa da Berkshire Hathaway atingiu US$ 325,2 bilhões no terceiro trimestre, um recorde para o conglomerado, enquanto o megainvestidor Warren Buffett continuou a se abster de grandes aquisições e reduziu algumas de suas participações acionárias mais significativas.
A Berkshire mais uma vez diminuiu suas participações na Apple, informou o conglomerado com sede em Omaha, Nebraska, neste sábado (2) em um comunicado.
A participação de Buffet na empresa na fabricante do iPhone foi avaliada em US$ 69,9 bilhões no final do trimestre, uma queda em relação aos US$ 84,2 bilhões no segundo trimestre, indicando que a empresa reduziu sua participação em cerca de 25%.
A Berkshire revelou pela primeira vez sua participação na Apple em 2016 e havia investido US$ 31,1 bilhões nas 908 milhões de ações da Apple que mantinha até o final de 2021. Buffett disse em maio que a Apple era um negócio “ainda melhor” do que outras duas empresas nas quais a Berkshire possui ações: American Express e Coca-Cola.
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A Apple provavelmente permaneceria como sua principal participação, indicando que questões tributárias motivaram a venda, “mas não me importo nem um pouco, nas condições atuais, em aumentar a posição em caixa”, disse ele. A Berkshire foi vendedora líquida de ações no trimestre. A empresa reportou US$ 34,6 bilhões em vendas líquidas de ações nos três meses até setembro.
O lucro operacional (Ebitda) da Berkshire caiu 6% em relação ao ano anterior, para US$ 10,09 bilhões, à medida que os ganhos com subscrição de seguros diminuíram.
Os lucros de subscrição no conjunto de negócios de seguros da empresa caíram 69%, para US$ 750 milhões, em comparação com US$ 2,4 bilhões no ano anterior, impulsionados por perdas maiores no Berkshire Hathaway Primary Group.
Observador privilegiado
A empresa tem enfrentado dificuldades para encontrar maneiras de aplicar seu caixa acumulado, já que Buffett considerou os preços de mercado muito altos para encontrar negócios atrativos. Em sua reunião anual de acionistas em maio, Buffett disse que a Berkshire não tinha pressa em gastar “a menos que achemos que estamos fazendo algo com muito pouco risco e que possa nos render muito dinheiro”.
Buffett, 94, usou parte do caixa acumulado para recomprar algumas de suas próprias ações, embora até isso tenha se tornado mais caro recentemente. As ações da Berkshire subiram 25% este ano, elevando seu valor de mercado para US$ 974,3 bilhões. Sua capitalização de mercado ultrapassou US$ 1 trilhão pela primeira vez em 28 de agosto.
Neste último trimestre, a Berkshire não recomprou suas próprias ações pela primeira vez desde que mudou sua política em 2018.
O aumento do caixa da Berkshire segue exponencial. No segundo trimestre deste ano, o conglomerado já estava com mais de R$ 270 bilhões à disposição para novos investimentos (a imagem abaixo dá uma dimensão desse montante).
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