Ibovespa fecha em queda de 1,45% com respaldo de NY e temor fiscal; dólar avança 1,89%

O Ibovespa caiu mais de 1% nesta quinta-feira (18), em meio a uma conjuntura de fatores que costumam refletir negativamente no índice, incluindo queda nas ações em Nova York, declínio dos futuros do petróleo e minério de ferro, além de preocupações em relação ao quadro fiscal doméstico.

LEIA MAIS: Governo mantém projeção de alta do PIB em 2,5% para 2024

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em queda de 1,45%, a 127.572,54 pontos, perto da mínima da sessão, de 127.522,81 pontos, segundo dados preliminares. Na máxima, chegou a 129.453,81 pontos. O volume financeiro somava R$ 18,07 bilhões antes dos ajustes finais.

Neste pregão, apenas quatro ações do Ibovespa fecharam em alta e uma estável, são elas: Embraer (+1,48%), Weg (+0,74%), RD Saúde (0,20%) e Petrobras ON (+0,12%), enquanto Cielo não apresentou variação. Na ponta negativa, Marfrig (-9,08%) e BRF (-7,88%) registraram as maiores quedas por conta de um problema sanitário que pode afetar a produção de carne de frango no país.

Dólar

O dólar emplacou a segunda sessão consecutiva de forte alta no Brasil, de 10 centavos de real, com as cotações impactadas pelo receio de que o governo Lula não cumpra a meta fiscal e pelo avanço firme da moeda norte-americana também no exterior, em um dia de pressão para os países emergentes.

LEIA MAIS: Como o BC do Japão está impactando as moedas da América Latina… inclusive o real

O dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,5887 na venda, em alta de 1,89%. Em dois dias a divisa saltou 2,94%, ou o equivalente a 16 centavos de real.

Às 17h07, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,77%, a R$ 5,5955 na venda.

Juros

As taxas dos DIs passaram a quinta-feira por mais uma sessão de forte alta, superior a 20 pontos-base em vários vencimentos, com os prêmios subindo na curva a termo também em meio aos receios de que o governo Lula não anuncie o contingenciamento de despesas necessário para atingir a meta fiscal de 2024.

O avanço dos rendimentos dos Treasuries no exterior era outro fator de sustentação para a curva brasileira, em especial na segunda metade do dia.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,68%, ante 10,606% do ajuste anterior. Já a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,405%, ante 11,182% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,66%, ante 11,441%.

Em alguns contratos mais longos as taxas voltaram a superar a barreira de 12%: a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,06%, ante 11,899%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 12,08%, ante 11,921%.

No exterior, às 16h38, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 5 pontos-base, a 4,198%.

Mercado americano

As ações dos Estados Unidos caíram nesta quinta-feira, revertendo ganhos iniciais, conforme investidores continuaram a se afastar das ações de crescimento de megacaps de alto preço e a temporada de balanços do segundo trimestre ganhou força.

Todos os três principais índices de ações dos EUA sofreram perdas acentuadas, e o índice Dow Jones, em que blue-chips têm forte peso, foi o que mais caiu, interrompendo uma série de recordes consecutivos de fechamento.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 perdeu 0,77%, para 5.545,09 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq teve queda de 0,70%, para 17.871,22 pontos. O Dow Jones caiu 1,29%, para 40.668,67 pontos.

Você pode gostar...