Nos círculos financeiros e de investimento, o bitcoin (BTC) continua a ser um tema de grande interesse e especulação. Cathie Wood, responsável pela ARK Invest, gestora com mais de US$ 6 bilhões em ativos sob gestão, declarou que o bitcoin atingirá um preço “bem acima” de US$ 1 milhão antes de 2030. 

Em uma entrevista recente ao New Zealand Herald em 7 de março, Wood destacou o papel do envolvimento institucional no crescimento do preço do Bitcoin, especialmente após o lançamento dos primeiros ETFs de bitcoin nos Estados Unidos. Desde o lançamento deles, o interesse institucional pela criptomoeda tem crescido exponencialmente. 

“Nosso objetivo está acima disso; está muito acima disso, e com nossas novas expectativas para o envolvimento institucional, o preço incremental que assumimos para as instituições realmente mais que dobrou”.

Cathie Wood, responsável pela ARK Invest

A aprovação inédita dos 11 ETFs de BTC à vista pela SEC (Securities and Exchange Commission) abriu o bitcoin para um mercado que ficou 15 anos fechado. Wood, entretanto, pontuou na entrevista que nenhum grande banco de investimento, incluindo Morgan Stanley e Bank of America, ainda se juntou inteiramente ao movimento institucional de adoção da criptomoeda.

Em dezembro de 2021, Wood previu que, se os investidores institucionais alocassem uma média de 5% de suas carteiras para o bitcoin, aumentaria seu preço de curto prazo em cerca de US$ 500.000. 

Agora, a executiva acredita que sua previsão estava equivocada. Para ela, os bancos de investimento impulsionarão ainda mais o preço do bitcoin fazendo com que ele chegue a US$ 1,5 milhão até 2027.

Tirando a especulação do papel

Junto à nova previsão, a ARK transferiu 110,896 ações em um negócio de mais de US$ 24 milhões para os fundos ARK Innovation ETF (ARKK), ARK Next Generation Internet ETF (ARKW) e Ark Fintech Innovation ETF (ARKF).

A decisão de vender veio na esteira da valorização do bitcoin, com a Coinbase enfrentando problemas operacionais devido ao aumento do tráfego na plataforma. O ETF ARK possuía cerca de 7 milhões de ações da corretora em outubro de 2023, e agora sua participação caiu quase pela metade.

As especulações não param

Wood não está sozinha nas expectativas. A gigante dos serviços financeiros Fidelity, por exemplo, estima que o preço do BTC atingirá US$ 100 milhões até 2035 e US$ 1 bilhão até 2038. 

Já o Standard Chartered Bank prevê que o preço do bitcoin pode subir para níveis próximos de US$ 200.000 até o final de 2025. Segundo o banco, o ETF bitcoin pode ser comparado ao primeiro ETF de ouro negociado em bolsa: após seu lançamento em novembro de 2004, o preço do metal aumentou mais de 4x nos sete anos.

Bitcoin além da valorização

Em um mundo onde a incerteza econômica é uma constante, o bitcoin surge como uma alternativa sólida e confiável, capaz de preservar valor ao longo do tempo. Um argumento fundamental para o otimismo em relação à criptomoeda é sua comparação com o ouro.

Muitos acreditam que o bitcoin está se tornando o “ouro digital” do século XXI devido a algumas de suas características, entre elas:

• Escassez: Assim como o ouro – ou ainda mais que ele –, o bitcoin tem um suprimento limitado. Apenas 21 milhões de bitcoins serão passíveis de serem criados, característica intrínseca que aumenta seu valor como reserva de riqueza.
• Portabilidade e Divisibilidade: O bitcoin é facilmente transferível e pode ser dividido em frações muito pequenas. Existindo apenas no meio digital, isso o torna acessível a qualquer pessoa, independentemente da quantidade de investimento.
• Descentralização: Ao contrário do ouro, o bitcoin não depende de intermediários ou instituições financeiras. Sua rede descentralizada garante segurança e autonomia de cada investidor.

Assim, não é surpresa que cada vez mais investidores estejam considerando o bitcoin não apenas como uma oportunidade de lucro, mas também como uma forma de proteger seu patrimônio no longo prazo. As previsões de Cathie Wood e outros especialistas acabam sendo apenas a cereja do bolo em relação ao potencial do ativo.