Membros da Record e da Igreja Universal perderam R$ 8,7 milhões com o Faraó dos Bitcoins, revelam dados do MPF

Ao todo 160 pessoas da emissora e/ou fiéis da igreja tiveram prejuízos que chegaram a representar a economia de uma vida inteira.

Pelos menos 160 pessoas que aparecem em uma lista de investidores vítimas da GAS Consultoria, empresa acusada de promover um esquema de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas, são membros da Igreja Universal do Reino de Deus e/ou da Record TV, emissora que tem como dono o grupo de Edir Macedo, fundador da Universal. 

A informação foi veiculada na última terça-feira (22) pela coluna do jornalista Ricardo Feltrin, do Uol, que obteve uma lista do Ministério Público Federal (MPF) em que aparecem os nomes de pastores, bispos e familiares, da Igreja Universal e da Record TV. 

No total, segundo o colunista, eles tiveram um prejuízo de R$ 8,71 milhões em aportes feitos na empresa comandada por Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins, preso desde agosto do ano passado no âmbito da Operação Kryptos

Entre as vítimas da promessa de rendimento mensal de 10% sobre o valor investido na GAS estariam um fiel da Universal e ex-jogador de futebol, com passagens pelo XV de Piracicaba (SP) e Juventude (RS), que investiu R$ 1,1 milhão, o diretor de dramaturgia da emissora Anderson Souza, que teria depositado aproximadamente R$ 100 mil, e familiares do deputado federal Marcos Pereira (Republicanos), ligado a Edir Macedo e à Universal, cujo prejuízo teria sido em torno de R$ 420 mil.

De acordo com o que informou o colunista, as vítimas, que chegaram a perder economias de uma vida inteira nas operações promovidas pelo Faraó dos Bitcoin, foram atraídas pelo ex-pastor Fabio Freitas, que até o início da semana ocupava o cargo de presidente da Record TV Rio, cargo do qual ele se afastou após a deflagração do escândalo do suposto envolvimento com Glaidson. Fabio Freitas foi substituído por Fábio Tucillo, que atuava na TV Itapoan, afiliada da Record na Bahia. 

Feltrin lembrou ainda que o bispo Renato Cardoso, genro de Edir Macedo e coapresentador do programa “The Love School”, da Record TV, tinha conhecimento das operações do Faraó dos Bitcoins e que, na época, ele ameaçou denunciar à Receita Federal e à polícia os fiéis e as lideranças da Universal que estavam investindo na GAS, já que o “herdeiro espiritual de Macedo” é temido e respeitado na igreja. 

Procuradas pela coluna, a assessoria de comunicação da Universal (UNIcom) e a Record TV não quiseram se manifestar. Este espaço também fica disponível, caso queiram se pronunciar. 

Em agosto do ano passado, após a prisão de Glaidson, a Igreja Universal procurou a Justiça para informar que havia recebido R$ 72,3 milhões em doações da GAS e de seu dono. Já o Faraó, mesmo preso, conquistou quase 38 mil votos para deputado federal na eleição do último dia 2 de outubro, mas acabou tendo a candidatura impugnada, além de seu partido não ter conseguido quociente eleitoral, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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