Especialista diz que o Bitcoin pode superar os imóveis como garantia de empréstimos

Leon Wankum frisou que a blockchain elimina vários riscos do sistema financeiro e que o armazenamento do BTC favorece o gerenciamento de credores e mutuários.

Bater à porta de um banco ou outra instituição financeira e sair de lá com um saldo imediato em conta pela aprovação de um empréstimo é relativamente simples quando se tem crédito, principalmente quando a garantia de pagamento envolve um imóvel. Uma prática comum nos dias atuais envolvendo empréstimos pessoais e comerciais, além de hipotecas, embora outras formas de garantia, como inventário de negócios, dinheiro, ações e títulos, também sejam apresentadas diante do credor, pelo mutuário. 

Em tempos de criptomoedas, outro ativo deverá abrir espaço entre as formas tradicionais de garantia de empréstimos: o Bitcoin (BTC). Pelo menos é o que defende Leon Wankum, um investidor de imóveis e capital de risco, em artigo publicado no Bitcoin Magazine. Para o especialista no desenvolvimento de estratégias para investidores mobiliários manterem seus Bitcoins, existe um incentivo em se manter a criptomoeda em razão do fornecimento determinístico ser limitado pelo cronograma da criptomoeda, com a mineração do suprimento total, 21 milhões de Bitcoins.

Segundo ele, a limitação de suprimento criou uma demanda de empréstimos de Bitcoins em troca de rendimento ou dinheiro, além da pertinência deste tipo de transação, uma vez que, em caso de vendas, há a incidência de pagamento de imposto sobre o ganho de capital. Wankum acrescentou que as pessoas são incentivadas a gastar dinheiro fiduciário e não o Bitcoin, desde que o valor da criptomoeda aumente mais rápido do que as taxas de juros fiduciárias. 

Ele ponderou dizendo que o empréstimo de BTC só faz sentido quando o empréstimo se faz contra a própria criptomoeda e não para se obter um rendimento. Neste caso, rema a favor do BTC a facilidade de soluções custodias das criptomoedas, como a carteira digital multiassinatura que requer mais de um signatário para a movimentação dos fundos, o que possibilita credores e mutuários compartilharem o acesso. 

A acessibilidade e o consequente monitoramento da blockchain são destacados pelo especialista a fim de apresentar a modalidade de empréstimo, no caso o Bitcoin, como solução para uma prática comum entre bancos e corretoras, que é a rehipotecação, utilização dos ativos depositados como garantia pelos clientes. Em outras palavras, a verificação e rastreabilidade de transações e endereço poderia mitigar estes tipos de risco existentes no mercado financeiro e forçaria os prestadores de serviço a adotarem um comportamento mais ético e transparente, além do fato de o armazenamento de Bitcoin ser simples, não requerem manutenção diária.

Outra vantagem deste tipo de adoção do Bitcoin seria a redução de manutenção da garantia, que atualmente envolve avaliações contínuas e auditorias sobre as quantias depositadas, o que é ainda mais demorado no caso dos imóveis, por causa das mudanças de proprietários e avaliação das condições da propriedade e do mercado. Além disso, os imóveis e transformaram em reserva de valor ao longo dos anos, como forma de geração de renda e reserva de valor, empecilho se comparado à facilidade de acesso ao Bitcoin. 

Neste sentido, o Bitcoin, segundo ele, também seria o passaporte para um sistema financeiro mais privado que, por exemplo, possibilitaria o uso de uma chave criptográfica por um credor para autenticar um mutuário sem exigir dele informações privadas, além da rapidez de compra e venda de BTC, a qualquer momento, em um mercado que se encontra disponível 24 horas por dia e 365 dias por ano. 

Considerada uma espécie de Calcanhar de Aquiles do Bitcoin, a mineração continua levantando polêmica, tanto que o maximalista da criptomoeda Michael Saylor criticou esta semana a ‘desinformação’ sobre gasto de energia do Bitcoin, conforme noticiou o Cointelegraph.

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