NFTs viram bilhetes para os fãs do Atlético Mineiro
A gerente de inovação do Atlético Mineiro, Débora Saldanha, fala sobre a série “Atlético Brazilian Champions powered by Betano”, que foi lançada no dia 20 de dezembro de 2021. Além de seguir na vanguarda com um projeto inovador, o Clube celebra o seu último título.
O universo do futebol não poderia ficar de fora da paixão que se tornou os NFTs. Tanto que, alguns clubes como o Atlético Mineiro resolveram agregar os NFTs com uma experiência nos campos de futebol.
O clube lançou, na Crypto.com/NFT, uma coleção de 50 tokens não fungíveis (NFTs), em que todos os tokens dão acesso a produtos e experiências exclusivas, incluindo visitas à Cidade do Galo, assistir a um jogo no gramado do Mineirão e até a participação em um bate bola com os atletas.
Algumas dessas NFTs vendidas permitiram aos torcedores recompensas como camisas oficiais e produtos licenciados. Em outras, pacotes maiores foram criados NFTs visando o relacionamento com os fãs, como visitas ao centro de treinamento, um bate bola com os jogadores, um ano no plano de torcedor oficial do time, camisa oficial e outros produtos.
Este tipo de NFT não foi colocado à venda, os mais de 20.000 interessados tiveram que se inscrever online para ter a chance de ganhar essa NFT.
O mercado de compra de NFTs cresceu quase 50% entre o primeiro e o segundo trimestre de 2021, fazendo circular mais de US$ 755 milhões, valor 36 vezes maior do que o movimentado entre abril e maio de 2020, segundo os dados são do site NonFungible.com.
Em pesquisa realizada pela Crypto.com no Brasil com mais de duas mil pessoas, foi identificado que um em cada três brasileiros (37%) espera comprar ou receber de presente uma NFT.
Para falar desse assunto, a beincrypto, entrevistou Débora Saldanha, Gerente de Inovação do Clube Atlético Mineiro para falar sobre a coleção de NFTs “Atlético Brazilian Champions powered by Betano”.
- De onde veio a ideia?
Débora Saldanha: No final de outubro, início de novembro, já havia grandes chances de sermos campeões do Campeonato Brasileiro, o que trouxe à tona questionamentos do que poderia ser feito, em termos de inovação, para celebrar o possível título. Então, após todas as outras iniciativas positivas no mundo cripto, surgiu a ideia de criar uma coleção de NFTs que trouxesse mais que apenas a arte digital, algo que destravasse experiências, algo que seria inédito por aqui. Foi então que tivemos a ideia da coleção de NFTs Atlético Brazilian Champions powered by Betano, com os 50 NFTs em referência ao último título do Galo.
- Como foi criado o NFT?
Débora Saldanha: Tínhamos tido contato com a Crypto.com, que estava começando a entrar no Brasil. Então, já pensamos neles como plataforma para as NFTs. Em paralelo, a Betano, patrocinadora do clube, já havia comentado que gostaria de entender melhor sobre as ações que havíamos feito neste universo cripto. Então conectamos as marcas, e conseguimos estruturar o projeto. Foram 3 categorias de NFTs que desbloqueavam experiências e produtos diferentes em cada uma.
Nível 1 – “The Betano Effect” – um NFT único, que não seria colocado à venda: para concorrer, seria preciso participar e completar uma missão no site da Betano. Quem ganhasse esse NFT teria passagem aérea para o Brasil, hospedagem de três dias em Belo Horizonte; motorista particular; visita ao CT, almoço, uma partida do Galo no gramado; camisa usada pelo jogador em campo; camisa autografada pelo elenco; e outros produtos oficiais.
Nível 2 – “The Golden Edition” – quatro NFTs em leilão por 7 dias com lance mínimo de US$ 5.000. Incluía passagem para o Brasil e hospedagem em BH; visita ao CT; ingressos VIP para um jogo; camisa usada por um jogador em campo; camisa autografada pelo elenco; e outros produtos oficiais.
Nível 3 – “The Silver Edition” – 45 NFTs a US$ 200 cada, com camisa oficial autografada e outros produtos oficiais.
- Quantos já foram vendidos?
Débora Saldanha: Em apenas dois minutos, os 45 NFTs Silver Edition foram vendidos. O Betano Effect teve mais de 20 mil participações na missão, também um grande sucesso.
O Golden Edition foi o único que não teve quase engajamento, com apenas um dos quatro NFTs recebendo lance e arrematado por US$5.250.
- Como foi a experiência do fã? No que foi diferente de antes?
Débora Saldanha: A repercussão foi ótima para todas as marcas envolvidas no projeto. A possibilidade de estar, de alguma forma, mais próximo dos jogadores foi o que mais atraiu os olhares dos fãs, e isto ainda não tínhamos feito, nem ninguém no Brasil.
- É uma tendência?
Débora Saldanha: Com certeza! No mundo todo vemos clubes de futebol tentando uma abordagem mais completa no universo cripto, que envolva não só o ativo digital, mas principalmente novas experiências para o fã.As comunidades de fãs que possuem estes NFTs e fan tokens, estão crescendo e atraindo cada vez mais players importantes do mercado do esporte, além dos próprios atletas que não só estão cedendo suas imagens para projetos como este, mas adquirindo também os ativos digitais, o que traz mais relevância ainda.
- Quais foram os maiores desafios?
Débora Saldanha: Este foi um projeto de foco em ação mais global que local e, mesmo que tenha tido um ótimo resultado, tiramos algumas lições quanto à oferta de experiências e nos valores cobrados. O engajamento em casos assim tem que ser muito mais explorado, e dentro de um público que ainda estamos tentando conhecer.
- O que pretendem em termos de NFTs?
Débora Saldanha: Nos preocupamos muito em estar sempre olhando para o futuro, para as tendências não só do esporte como do mercado em geral, assim como novas tecnologias e modelos de negócio e como isso poderá impactar o clube. No caso específico do universo cripto e NFTs, a experimentação, o” aprender fazendo” como o Felipe Ribbe dizia – meu antecessor na gestão da inovação do Galo, é o que nos coloca na vanguarda da inovação do futebol no Brasil.
Débora Saldanha: Este ano teremos ações que irão explorar ainda mais a experiência do digital e o físico, os criptogames, e muito mais. Em breve teremos novidades.
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