Brasil é 3º em lista de países com mais usuários ativos de NFTs
Os tokens não-fungíveis (NFTs) não foram afetados pela queda generalizada das principais criptomoedas do mercado na virada do ano. O volume de negociação segue em crescimento com novos recordes sendo alcançados, a entrada de novos marketplaces para concorrer com o líder OpenSea, ao mesmo tempo que o número de endereços únicos conectados a dApps da Ethereum cresceu 43% desde o final do terceiro trimestre de 2021, revela o mais recente relatório publicado pela plataforma de monitoramento de aplicativos descentralizados Dapp Radar.
O “Blockchain User Behavior Report“, estudo sobre o comportamento do usuário no blockchain, revela que o Brasil ocupa um lugar de destaque em termos de adoção de tokens não-fungíveis e participação de mercado, tendo fechado o mês de dezembro na 3ª posição do ranking de endereços ativos únicos de colecionáveis em NFTs, literalmente colado às Filipinas, o segundo colocado, de acordo com o relatório.
Em um contexto mais amplo, considerando todas as aplicações dos tokens não fungíveis, o Brasil é o sexto colocado, atrás de Reino Unido, Filipinas, Rússia, EUA e China. De acordo com os dados do Dapp Radar, no final do ano passado o gigante oriental assumiu a liderança do ranking que contabiliza o número de endereços ativos únicos, ultrapassando os EUA, que agora ocupam a segunda posição.
Enquanto a China registrou um crescimento de 166% no número de endereços ativos únicos em dezembro em comparação com o mês anterior, os EUA cresceram 38%.
Ao final de 2021, os dApps atraíram mais de 2,5 milhões de endereços ativos únicos diários, contabilizando um crescimento de 707% em relação ao ano anterior. Segundo o Dapp Radar, a expansão do setor foi sustentada por diferentes ondas de interesse, sendo NFTs e jogos as mais importantes para impulsionar tão rápido crescimento.
Enquanto o mercado de NFTs sofreu flutuações mais suaves e manteve-se relativamente descorrelacionado das variações de preço das criptomoedas, os dApps finanças descentralizadas (DeFi) foram mais impactados pela queda generalizada do final de 2021, aponta o relatório:
“O uso [de dApps] DeFi está visivelmente correlacionado com as criptomoedas, com mais de 1,25 milhões de enderços ativos únicos conectados a dapps DeFi diariamente quando foram observadas as máximos históricas de ETH, SOL, AVAX e LUNA, e caíram para 800.000 enderços ativos únicos durante a recente tendência de baixa.”
No terceiro trimestre de 2021, os NFTs movimentaram US$ 10,7 bilhões, e no quarto trimestre, US$ 11,9 bilhões. No início de 2022, apesar da indecisão dos preços dos criptoativos no mercado à vista, o maior marketplace de NFTs, o OpenSea, já superou o seu volume recorde de transações mensais, de US$ 3,5 bilhões, registrado em agosto do ano passado, apesar de ainda restarem 14 dias para o fim de janeiro.
Jogos play-to-earn
Assim como o mercado de NFTs se manteve imune às variações do mercado no segundo semestre do ano passado e se expandiu, também os jogos em blockchain no modelo play-to-earn seguiram crescendo em termos de adoção, aponta o relatório:
“No ano passado, testemunhamos o rápido aumento e adoção dos jogos blockchain graças a narrativas como o play-to-earn ou o metaverso. Como nos NFTs, essas tendências afetam a psicologia dos usuários e a forma como eles se comportam. Nesse caso, o sentimento positivo em torno dessas duas narrativas faz com que as pessoas queiram participar de jogos em blockchain.”
O lançamento de novos jogos GameFi, nos quais recursos de finanças descentralizadas são incorporadas ao modelo play-to-earn, devem contribuir para que os jogos se consolidem cada vez mais como porta de entrada de usuários ao universo das criptomoedas, conclui o relatório.
O jogo de maior sucesso mercado de games em blockchain em 2021, Axie Infinity, tem o seu reinado ameaçado pelo DeFi Kingdoms, cujo volume de negociação mensal já é praticamente o triplo do que o do rival, segundo dados do Dapp Radar.
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