Fim do dinheiro: O brasileiro está cada vez mais acreditando e investindo no Bitcoin e nas criptomoedas, diz Auditor da Receita Federal

‘É um volume muito pujante, que revela que o brasileiro está cada vez mais acreditando e vendo os criptoativos como um ativo natural, independente de ter regulação no sistema financeiro’, declarou auditor da Receita Federal

O brasileiro está cada vez mais acreditando e investindo no Bitcoin (BTC) e mercado de criptomoedas, segundo revelou o auditor da Receita Federal, Jonathan José Formiga de Oliveira, durante uma audiência pública realizada pela Câmara dos Deputados.

Oliveira afirmou que o volume médio das negociações de Bitcoin e criptomoedas no Brasil dobrou em um ano, de acordo com os dados compartilhados com a Receita Federal por meio da Instrução Normativa 1888.

Ainda segundo o auditor, com um volume maior também mais brasileiros começaram a negociar neste mercado, sendo que, atualmente, cerca de 220 mil pessoas negociam criptomoedas mensalmente no país.

No entanto, como a Receita Federal ainda não tem os dados de outubro, que serão enviados pelas exchanges no final do mês, computados e divulgados pela RFB a partir de dezembro, não foi possível saber quantos brasileiros estão negociando criptoativos neste mês no qual o Bitcoin quebrou seu recorde de valor.

Porém, tirando outubro o pico de transações com criptomoedas, segundo a Receita Federal, ocorreu em abril quando 617 mil pessoas negociaram criptoativos no país de acordo com os dados encaminhados pelas exchanges.

“É um volume muito pujante, que revela que o brasileiro está cada vez mais acreditando e vendo os criptoativos como um ativo natural, independente de ter regulação no sistema financeiro, ele é um ativo legal, legítimo, estão investindo. Isso é um sinalizador. A Receita Federal não faz esse tipo de segmentação, juízo de valor, quanto a natureza dos rendimentos e sim quanto a sua repercussão tributária”, disse.

O auditor afirmou também que as declarações de Imposto de Renda encaminhadas pelos brasileiros em 2021 somam cerca de R$ 126 bilhões em operações com criptomoedas que vão desde posse, venda, permutas, entre outros.

Oliveira lembrou que isso daria uma média mensal declarada de R$ 18 bilhões, o que sinaliza para a Receita Federal que os brasileiros estão cada vez mais direcionando dinheiro para o mercado de criptomoedas .

Banco Central

Na mesma linha da Receita Federal, o Banco Central do Brasil, vem declarando que os brasileiros estão cada vez mais negociando criptomoedas e afirmou recentemente que a ‘importação’ de Bitcoin (BTC) e criptomoedas deve prejudicar ainda mais a balança comercial brasileira que, segundo a instituição, deve ter um déficit de US$ 21 bilhões.

Desde agosto de 2019, o BC passou a incluir a negociação das criptomoedas por brasileiros nas estatísticas sobre a balança comercial do país, atendendo a recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O FMI recomendou ao Brasil e demais países classificar a compra e venda de criptoativos (especificamente aqueles para os quais não há emissor) como ativos não-financeiros produzidos, o que implica sua compilação na conta de bens do balanço de pagamentos.

Porém não é só a negociação de criptomoeda que entra no balanço comercial nacional, a atividade de mineração também é considerada “um processo produtivo”, seguindo recomendações do texto “Treatment of Crypto Assets in Macroeconomic Statistics” e, portanto, integra a balança comercial.

Desta forma, segundo o BC, as compras crescentes de criptomoedas têm afetado as projeções de importações e, de acordo com o diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk, a compra de criptoativos chegou a US$ 4 bilhões nas importações até agosto.

Segundo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, o uso das criptomoedas no Brasil cresceu muito como veículo de investimento.

“Mas lembrando que uma moeda tem uma função de meio de pagamento. Quando a gente olha o que tem acontecido com a criptomoeda em termos de meio de pagamento tem crescido bem menos, bem pouco. Então o crescimento é basicamente atrelado a esse desejo de ter moeda como um investimento”, disse

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