Mais de 30 grandes empresas do Japão se juntam para planejar o iene digital
Países do mundo todo estão levando a sério a missão de lançar a versão digital de suas moedas nacionais. Hoje, mais de 30 companhias importantes do Japão anunciaram a corrida para a emissão do iene digital.
Conforme noticiou a Reuters, as empresas vão começar a experimentar no ano que vem uma nova moeda digital. O objetivo principal é promover a digitalização do país.
A iniciativa vai de encontro com o sinal verde que o Banco Central do Japão já havia dado há pouco tempo atrás.
O país faz parte do G7, grupo das maiores economias do mundo, que em outubro anunciaram o interesse na criação de moedas digitais emitidas pelo Banco Central (CBDC).
A novidade desta quinta-feira (19), no entanto, demonstra que o iene digital está de fato saindo do campo das ideias e tomando forma.
Entre as 30 empresas que estão à frente da iniciativa estão os três maiores bancos do Japão. Além disso, fazem parte também corretoras, firmas de telecomunicações, serviços públicos e varejistas.
Todas as corporações concordaram em fazer experimentos da possível moeda digital que será implementada numa plataforma de liquidação comum.
Iene digital será emitido por bancos privados
Os três maiores bancos do Japão — Mitsubishi UFJ, Mizuho e Sumitomo Mitsui — serão os responsáveis por fazer a emissão da moeda digital.
De acordo com o executivo que preside o grupo, Hiromi Yamaoka, a falta de compatibilidade entre as plataformas do país dificulta uma maior adoção dos pagamentos digitais pelos japoneses.
“O Japão tem muitas plataformas digitais, mas nenhuma das quais são grande o suficiente para superar os pagamentos em dinheiro. O que queremos fazer é criar uma estrutura que possa tornar várias plataformas mutuamente compatíveis.”
A emissão do iene digital não é, no entanto, uma exclusividade desses três bancos. Qualquer outra entidade pode, caso queira, emitir suas próprias versões do iene digital.
Maioria dos japoneses ainda prefere dinheiro em papel
O Banco Central do Japão já demonstrou estar atento para a necessidade do país acompanhar os avanços globais no que diz respeito a tecnologia financeira.
Apesar de ser um dos mais importantes centros de inovação e tecnologia, o Japão ainda conta com uma alta adoção do dinheiro em papel entre a população.
No país, apenas 20% dos pagamentos são feitos de formas digitais. Um número muito baixo quando comparado com outras potências, como por exemplo a China.
No vizinho asiático, 70% de todas as transações de dinheiro são feitas de forma digital. Na mesma linha, o país é um dos mais avançados na emissão da CBDC.
Uma justificativa para isso é o fato de que a maioria das plataformas digitais do Japão, são incompatíveis umas com as outras.
Ao contrário da China, onde quase todo o sistema de pagamentos é integrado e enormes plataformas dominam o mercado.
No Brasil, o lançamento do Pix no início desta semana promete aumentar ainda mais os pagamentos digitais no país. De acordo com Campos Neto, presidente do BC, o Pix é o primeiro passo rumo ao real digital.
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