Venezuela compra, via Brasil, 71 toneladas de papel moeda; país planeja nota de 100.000
O governo da Venezuela reforçou a compra de papel moeda em meio à inflação incessante. Segundo a Bloomberg, o país teria encomendado 71 toneladas de papel de uma empresa italiana de propriedade da gestora Bain Capital. O carregamento teria passado pelo Brasil.
O papel serviria para impressão massiva da moeda nacional para conter a inflação. Além disso, o carregamento poderia abastecer a emissão de uma possível nota de 100.000 bolívares, que seria a maior da história do país.
O Banco Central da Venezuela estaria planejando a nova cédula em vista do derretimento do câmbio. Mesmo com um valor tão alto, uma nota do tipo valeria apenas R$ 1,28 na cotação desta quarta-feira (7).
Atualmente, a maior nota de 50.000 bolívares equivale a 2% da circulação. Mesmo em franca desvalorização, as cédulas com maior volume são de 100 bolívares ou menos. O valor seria, portanto, o equivalente a um décimo de centavo (R$ 0,0013), mesmo considerando o baixo desempenho do real em 2020.
A economia venezuelana deve encolher 20% em 2020 no sétimo ano seguido de recessão. Segundo pontua a Bloomberg, tentativas anteriores de estabilizar a moeda nacional cortando zeros e imprimindo novas notas falharam.
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Adoção do Bitcoin cresce na Venezuela – inclusive pelo governo
Enquanto isso, o Bitcoin e outras criptomoedas seguem em ascensão no país. Venezuelanos buscam guardar dinheiro em criptomoedas para evitar perdas para a inflação. O país lidera a adoção de cripto na América Latina.
No entanto, o governo impõe braço forte contra serviços do ramo cripto para evitar fuga de capitais. Recentemente, a Coinbase e uma operadora de câmbio foram proibidos de atuar no país. Não coincidentemente, as exchanges do país lideram ranking de identificação de clientes.
Ainda assim, o país planeja obter benefícios das criptomoedas, mas em âmbito internacional. Maduro já confessou que as criptomoedas serão cada vez mais usadas para importação e exportação. Nesse caso, entretanto, o uso de criptoativos serviria como uma maneira de contornar embargos impostos pelos EUA.
Outro sinal de adesão governamental é a recente criação de um pool de mineração estatal. Após diversos episódios de apreensão de equipamentos, o país planeja estatizar totalmente a atividade de mineradores no país.
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