Não vai faltar papel para imprimir dinheiro, diz Casa da Moeda
A Casa da Moeda é a fábrica de dinheiro do Brasil, ou seja, a empresa responsável por emitir moeda metálica e papel-moeda para circular no país. Muito se questionava sobre os recursos naturais necessários para imprimir dinheiro, mas a Casa da Moeda garantiu ao governo que não vai faltar papel.
Ao passo que a crise do novo coronavírus acirra na economia, medidas extremas são tomadas pelos governos. Um tema em alta é a impressão de dinheiro, que é sensível em um país como o Brasil, que já passou por anos de severa inflação, assolando famílias nas décadas de 80 e 90.
Mas em tempos de pandemia, auxílios emergenciais (coronavoucher) são pagos para as pessoas. Ao receber o dinheiro, é normal que alguns prefiram sacar suas moedas dos bancos e levar para suas casas.
Casa da Moeda sinaliza que não falta papel para imprimir dinheiro
A Casa da Moeda é uma instituição federal que trabalha com a impressão de vários itens, entre eles, o dinheiro. As impressoras da fábrica de dinheiro nacional, contudo, só são ligadas quando há ordens claras para isso.
As ordens partem da política monetária brasileira, sob a condução do Banco Central do Brasil, ligado ao Ministério da Economia. Além disso, o Congresso Nacional pode impor limites a uma impressão de dinheiro, com competência prevista em suas atribuições.
Com preocupações de que há uma falta de dinheiro em circulação, a Casa da Moeda fez uma sinalização recententemente ao governo. De acordo com a Veja, a Casa da Moeda afirmou que não vai faltar papel para imprimir dinheiro, pois há um estoque que permitir realizar a impressão que for solicitada pelo Banco Central do Brasil.
O que o governo vê como um mau sinal, é que as pessoas que recebem seus auxílios emergenciais não o gastam de imediato. Muitos sacam e guardam o dinheiro, prática chamada de entesouramento.
Este fenômeno, visto principalmente durante crises econômicas, pressiona o dinheiro em circulação e faz com que seja necessário imprimir mais.
Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto afirma que não falta cédulas
Na última segunda (01), o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, participou de uma audiência pública no Senado Federal. Em conversa com o legislativo, Campos Neto afirmou que a imprensa noticiou que havia falta de cédulas no Brasil.
Contudo, o presidente do BC afirmou que não há problema com falta de cédulas, mesmo com o entesouramento. Campos Neto afirmou que o pagamento do auxílio emergencial foi feito as pressas e muitos que receberam esse dinheiro não possuíam contas em bancos.
Dessa forma, muitos que sacaram o dinheiro do coronavoucher não devolveram este ao sistema. Em resumo, apesar do BC ter margem de segurança de notas, e alertar aos bancos para segurar os saques, já foi pedido que a Casa da Moeda imprima dinheiro para repor os estoques.
Para vocês terem uma ideia, a Caixa Econômica utiliza de cédulas R$ 25 bi por ano e foram utilizados R$ 50 bilhões em um mês. […] Não existe problema de falta de dinheiro em nenhum ATM e nem um caixa, nem vai existir.
O governo vai imprimir mais dinheiro do que precisa?
Esses pagamentos emergenciais são uma forma de “amparar” a população para que ela não passe fome, mesmo com a desconfiança que o governo “dá com uma mão e tira com a outra”. Isso porque, se for impresso mais dinheiro do que o necessário, a inflação poderia começar a ficar descontrolada.
A inflação é uma medida que corrói o poder de compra da população e desvaloriza a moeda. Há receios que em eventuais impressões de dinheiro, a inflação seja aumentada. O Banco Central do Brasil tem dito que a inflação está sob controle, uma vez que a economia está paralisada.
No contexto da Casa da Moeda, a inflação não é considerada, uma vez que essa impressão emergencial de dinheiro seria apenas para manter a circulação de papel-moeda funcionando. Ou seja, ainda hoje não está definido que o governo está imprimindo mais que o necessário, apenas repondo o estoque de notas.
Mesmo assim, em abril de 2020, o Ministro Paulo Guedes afirmou que caso seja necessário, poderá aumentar a base monetária. A medida seria extrema, caso a crise econômica piore nos próximos meses, só seria colocada em prática caso a inflação estivesse baixa.
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