Investigada pelo Ministério Público, G44 diz que pagará investidores em 5 anos

Em mensagem encaminhada a grupo de clientes, presidente da G44 faz nova promessa e alega que pagará clientes em até 05 anos, contudo empresa é ilegal e vem sendo investigada pela autoridades

Saleem Ahmed Zaheer, presidente da G44 Brasil, empresa acusada de ser uma pirâmide financeira baseada em Bitcoin e que vem sendo investigada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, declarou que pretende pagar dos os investidores da empresa, porém só daqui a 5 anos.

De acordo Zaheer, em um áudio encaminhado aos clientes da empresa e compartilhado nas redes sociais, um acordo seria feito com os investidores da G44, junto com um advogado, para o pagamento dos valores em abertos.

No entanto Saleem não forneceu mais detalhes sobre como o acordo seria firmado e como os valores seriam ressarcidos aos investidores.

“A gente faz um acordo e eu digo que pago em cinco anos. Isso que estou a fazer é para dar certeza a todas as pessoas que estão inseguras [de que vai pagar]”, afirmou.

Empresa não paga clientes desde 2019

Acusada de ser uma pirâmide financeira por, entre outros, prometer rentabilidade garantida por meio de uma suposta operação complexa que envolveria desde o comércio de pedras preciosas até criptomoedas a G44 não vem honrando o compromisso com seus clientes desde o ano passado.

Entretanto, pelo fato de não pagar seus clientes a G44 alegou diversos problemas operacionais, contudo, o fato é que a empresa não tinha autorização de qualquer órgão regulador no Brasil para atuar no país e portanto suas operações eram ilegais.

Entretanto isso não impediu Zaheer de afirmar no áudio que precisa de apenas 1 mês para colocar a empresa “em ordem” e reestabelecer os pagamentos. 

Porém as promessas de Zaheer carecem de credibilidade entre os investidores da empresa que já amargam pelo menos dois acordos prometidos e não cumpridos.

Justiça “em cima” da G44

Sem acesso a seus investimentos um grupo de clientes da G44 resolveu ‘partir para cima’ da companhia pedindo explicações sobre as eventuais atividade ilegais da empresa.

O grupo de clientes pede que a G44 informe o relatório mensal das receitas e despesas dos valores administrados, bem como das empresas do grupo Enoex Exchange, Mina de Esmeralda, Mina de Ouro em parceria com HJomaa Mineração, Correia Engenharia e VertVivant desde o início da vigência dos contratos, entre outras coisas.

No entanto, caso a empresa não atenda o pedido dos clientes eles prometem procurar a Promotoria para iniciar uma investigação contra a empresa.

Organização Criminosa

A G44 Brasil foi denunciada em Santos, no litoral de São Paulo, pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e operação de instituição financeira sem autorização legal.

“A lista de todos os crimes supostamente cometidos pelos sócios da G44 agrupa as seguintes práticas: gerir fraudulentamente e de forma temerária instituição financeira; desvio de valores de instituição financeira; comercialização de valores mobiliários; operação de instituição financeira sem autorização legal; evasão de divisas; organização criminosa; lavagem de dinheiro; crimes contra a economia popular; estelionato; apropriação indébita; e crimes contra a ordem econômica.”

Contudo a empresa afirma ter captado mais de 10.000 investidores entre 2017 e 2019 ela foi proibida de atuar pela Comissão de Valores Mobiliários até anunciar seu fim, em dezembro de 2019.

Bloqueio de bens

Em um processo aberto por um cliente da empresa, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal determinou que um imóvel de cerca de R$ 1.8 milhão, que pertence a G44 seja bloqueado para ressarcir um cliente da empresa que teria investido em torno de R$ 173.886,54 na companhia e não teria conseguido reaver seu investimento.

Na decisão judicial que determinou o bloqueio do imóvel da G44 o juiz alegou que há notório risco de dilapidação patrimonial tendo em vista que o caso é suspeito de ser uma pirâmide financeira. Porém a decisão é de primeira instância e cabe recurso. Segundo levantamento há mais de 15 ações contra a empresa na justiça nacional.

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