Reunião do G20 fecha questão sobre urgência na regulamentação das criptomoedas
As criptomoedas são foco da reunião do G20, seleto grupo de países que quer urgência na regulamentação das moedas digitais. A reunião de 2020 entre Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais ocorreu no último fim de semana.
Os membros do G20 são Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, República da Coreia, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia (UE). Além disso, a Espanha é membro permanentemente convidada, sendo em 2020 a Jordânia, Singapura e Suíça outros convidados.
O Brasil não enviou seu Ministro de Economia, Paulo Guedes, que foi representado por Erivaldo Gomes. A reunião desta edição foi em Riad, capital da Arábia Saudita.
G20 recebe instrução para criar regulamentação com urgência em cima das criptomoedas
Nos últimos dias 22 e 23 os debates giraram em torno da chamada “era digital da economia”. Os países membros discutiram tributação e regulamentação da economia digital, compartilhando práticas adotadas em seus territórios.
Contudo, o que de fato chamou atenção foi a participação do FSB (Conselho de Estabilidade Financeira). A organização enviou uma carta aos líderes presentes no G20, instruindo que todos os países criem regulamentações em cima das criptomoedas.
De acordo com o documento, é necessária urgência no tema, uma vez que o sistema financeiro de Bancos Centrais estaria sob ameaça. A principal delas tem sido o Facebook, que poderia com a criação da criptomoeda Libra afetar as operações de BCs.
Neste ponto, o FSB avisou aos países em um documento que devem se atentar para regulamentações no setor de stablecoins globais, ainda em 2020. Nenhum governo teria noção do impacto do lançamento da Libra no mundo, uma vez que o Facebook possui mais que 2 bilhões de usuários atualmente.
Somando Instagram, WhatsApp e Facebook, um estudo recente apontou que são quase 3 bilhões de usuários dos serviços, ou seja, quase metade da população mundial, estimada em 7,7 bi.
Regulamentação já tem crescido, assim como plataformas e moedas concorrentes
Apesar do G20 sinalizar um aumento na regulamentação, os países já tem mostrado suas garras contra as moedas digitais. A Suécia, por exemplo, anunciou o lançamento de sua moeda digital na última semana. Sendo um projeto-piloto no primeiro momento, poderá mudar os padrões de dinheiro locais.
Além disso, no Brasil a regulamentação já foi criada no campo da tributação. Isso porque, desde 2019 a Receita Federal tem monitorado ativamente as corretoras de Bitcoin, além de obrigar que os traders de criptomoedas preencham essas informações em seu Imposto de Renda.
Em outro ponto, e ainda no Brasil, o PIX tem sido criado pelo Banco Central, uma plataforma que permitirá integrar bancos para pagamentos instantâneos. Com a solução, Roberto Campos Neto, presidente do BC do Brasil, afirmou que a população terá uma solução que nasce em resposta ao Bitcoin e moedas digitais.
Por fim, desde o anúncio da Libra, o clima esquentou para as criptomoedas e seus concorrentes bancos centrais. A relação de governantes em deter o poder da impressão de dinheiro vem de longa data, algo que não esperam perder neste momento da história. Afinal, quem quer ser o último Constantino?
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