Diretor foragido da Unick se entregou à polícia e está preso em casa com tornozeleira eletrônica
Fernando Lusvarghi, um dos principais líderes no esquema da Unick Forex se entregou à polícia no dia 22 de novembro. Segundo o Jornal NH, o advogado teve que ser mandado para prisão domiciliar, em Bragança Paulista (SP), por não haver cela especial disponível.
De acordo com a reportagem, o benefício de Lusvarghi ficou condicionado ao uso de tornozeleira eletrônica e sem manter contato com os demais investigados no caso Unick. Acesso à internet, uso de telefone e abertura de conta bancária também ficam proibidos.
Além disso, no termo de compromisso assinado com a Justiça, Lusvarghi se comprometeu a não sair do raio de monitoramento centrado na residência e a manter a carga da bateria da tornozeleira, escreveu o NH.
Segundo determinação da juíza Karine da Silva Cordeiro, o advogado ficará nesta condição até surgir uma “sala de Estado Maior”, local que ficam os réus com curso superior até o trânsito em julgado do processo.
Por ser um dos principais membros da investigada organização criminosa, o advogado tinha participação ativa na suposta pirâmide da Unick. Inclusive ele é dono da SA Capital, uma empresa controvérsia que era divulgada como garantidora do negócio.
Com sua prisão, agora todos os principais líderes estão à disposição da Justiça — que também vai atrás dos principais divulgadores.
Segundo a Polícia Federal, são cerca de 1.200 só no estado do Rio Grande do Sul que podem ser indiciados e virarem réus no caso de pirâmide financeira.
Líder Unick pediu habeas corpus
No início de novembro, ainda foragido, a defesa de Lusvarghi entrou com um pedido de habeas corpus, que foi negado pela Justiça “uma vez que foram encontrados fartos indícios de participação na prática de crimes contra o sistema financeiro”.
Fernando Lusvarghi foi o único líder que conseguiu se safar do mandado de prisão na ocasião da Operação Lamanai, em 17 de outubro. À polícia, disse o NH, ele falou que naquele momento estava em um compromisso em Brasília (DF). Nove pessoas foram presas durante ação.
Esquema Unick Forex
A Unick Forex lesou milhares de pessoas no Brasil por meio de pirâmide financeira, além de mandar fundos ilegalmente ao exterior, também lavou dinheiro através várias empresas.
A empresa atuava mesmo após ser proibida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), vendendo produtos sob a justificativa de que vendia cursos.
Com a promessa de lucro de 100% sobre o valor investido em até seis meses, a empresa teria captado ilegalmente cerca de um milhão de pessoas até se tornar alvo da Polícia Federal no dia 17 de outubro.
Na operação, a PF prendeu nove pessoas, dentre elas Leidimar Lopes e Danter Silva. O relatório parcial sobre o caso da pirâmide indica uma dívida bilionária da empresa com seus clientes — cerca de R$ 12 bilhões.
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