92% dos brasileiros não confiam nas urnas eletrônicas para as eleições; Blockchain pode ser a solução
Uma recente pesquisa divulgada pela Avast, gigante de segurança virtual, revelou que quase 92% dos brasileiros não têm confiança no sistema de votação nacional que utiliza as urnas eletrônicas. Segundo a pesquisa, a principal preocupação é de que o sistema possa ser violado.
Em um teste de segurança realizado em 2017, pelo próprio Tribunal Superior Eleitoral, com objetivo de descobrir possíveis falhas no sistema de proteção das urnas, pelo menos uma falha grave de segurança foi descoberta, segundo o coordenador de sistemas eleitorais do TSE, José de Melo Cruz. Neste falha os invasores conseguiram acesso direto ao “RDV”, ou “registro digital do voto”, que mostra toda a atividade da urna, no entanto, segundo Cruz, embora tenham conseguido o acesso, os ‘invasores’ não conseguiram alterar os dados nem decifrar os votos de todos os que participaram da sessão de testes, mas apenas da última pessoa a votar em uma das máquinas.
Nas eleições municipais de 2012, um hacker de 19 anos, identificado apenas como Rangel, teria fraudado as eleições no Rio de Janeiro por meio de uma ação hacker. Acompanhado por um especialista em transmissão de dados e do delegado de polícia, Alexandre Neto, Rangel demonstrou — através de acesso ilegal e privilegiado à intranet da Justiça Eleitoral no Rio de Janeiro, sob a responsabilidade técnica da empresa Oi – como interceptar dados alimentadores do sistema de totalização e, após o retardo do envio desses dados aos computadores da Justiça Eleitoral, modicou os resultados. Rangel, que está vivendo sob proteção policial e já prestou depoimento à Polícia Federal, declarou aos presentes que não atuava sozinho: fazia parte de um pequeno grupo que alterava votações antes que elas fossem computadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Denúncias sobre a fragilidade das urnas eletrônicas nacionais já foram feitas pelo Deputado Fernando Chiarelli, pelo grupo hacker Anonimous e também pelo professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Diego Aranha, que inclusive identificou uma série de falhas de segurança nas urnas eletrônicas e, este ano, deixou o Brasil para atuar na Dinamarca.
Especialistas apontam que a utilização da blockchain poderia ser uma solução muito importante neste processo. Governos em todo o mundo têm buscado na tecnologia um sistema de votação mais transparente e seguro. Na Ucrânia, testes vem sendo feitos utilizando a blockchain da NEM, de acordo com um post no Facebook de Alexander Stelmakh, membro da Comissão Eleitoral Central oficial do país.
A cidade suíça Zug também decidiu recentemente testar um sistema de votação baseado em blockchain usando o sistema Identidade Digital da cidade para permitir que os cidadãos votassem com seus smartphones. Ação semelhante foi promovida por Moscou, capital da Rússia, que desenvolveu um sistema piloto para rastrear os votos via blockchain, o código já está disponível no GitHub.
Em uma entrevista exclusiva ao Criptomoedas Fácil, Leonardo Gammar, CEO da startup Agora, mostrou como a empresa realizou uma primeira prova de conceito nas eleições presidenciais de Serra Leoa, utilizando um sistema de registro de votos via blockchain. Recentemente, a Weiss Ratings, agência de classificação de risco de ativos, divulgou em seu site um artigo no qual ela defende o uso da tecnologia blockchain para combater as possíveis fraudes nas eleições norte-americanas deste ano.
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Fonte: Criptomoedas Fácil