66% dos gamers do Brasil conhecem NFTs, revela pesquisa da bayz
Dados da bayz apontam ainda que a maior parte dos gamers tem idade superior a 30 anos, revelando um público casual.
Dois terços (66%) dos gamers brasileiros sabem o que são tokens não-fungíveis, ou NFTs, e pelo menos 73% “certamente ou provavelmente investirão nesses ativos”. A revelação é da pesquisa “Web3 Gaming: a landscape of total gamer pop” (Web3 Gaming: um panorama da população gamer no geral, em tradução livre), realizada pela startup bayz.
Além de traçar os diferentes perfis dos gamers no Brasil, a pesquisa também tratou da relação deles com os jogos em Web3. Na metodologia utilizada pela bayz, considerou-se gamer toda pessoa que interage com jogos ao menos uma vez na semana.
Presença de ‘tiozões’ é maior
O primeiro ponto dentre os diversos insights relevantes da pesquisa está nos dados demográficos, que revelam a predominância das mulheres (53%) no ecossistema gamer brasileiro. Embora o mercado de jogos ainda apresente traços machistas, o público feminino se mantém engajado.
Os dados demográficos apontam ainda que a maioria dos gamers brasileiros é composta por pessoas acima dos 30 anos. O resultado pode surpreender alguns entusiastas, já que é comum a Geração Z e os Millennials representarem a maior parte do público dos games, como aconteceu em um relatório da Tapjoy publicado este ano.
A alta presença de gamers acima dos 30 anos, no entanto, não surpreendeu a bayz. João Borges, cofundador da startup, afirma que a amplitude de faixas etárias já era um resultado esperado, haja vista o intuito da pesquisa em entender o panorama geral da população gamer.
“Além disso, estamos agora vendo toda uma geração gamer que tem os jogos como hobby e paixão desde os anos 80 e que agora está adulta, com suas próprias famílias, mas que ainda carrega essa paixão desde sua infância e adolescência, muito além de uma forma de entretenimento, mas também um lifestyle”, acrescenta Borges.
Ligados em NFTs
Quando o assunto é saber o que são NFTs, 66% dos gamers já sabem o que são esses tokens. O nível de compreensão, porém, varia de acordo com a plataforma que os gamers utilizam para jogar. Enquanto 65% dos jogadores ‘mobile’ sabem o que são esses tokens, o nível de entendimento sobre NFTs sobe para 80% entre os gamers que preferem jogar no console, ou videogames.
Tratando-se de já possuir algum tipo de token não-fungível, 22% do público entusiasta de jogos já tem um desses ativos em suas carteiras digitais. Os usuários de dispositivos mobile são os que menos possuem NFTs (20%), e os de console são os que mais acumularam esses ativos digitais (30%).
Essa variação no entendimento tem a ver com o fato da maioria dos jogos em Web3 disponíveis atualmente focarem em uma experiência para computador, avalia Borges. Ele afirma ainda que a falta de desenvolvimento de jogos mobile não vem de falta de interesse das empresas, mas é causada por barreiras tecnológicas.
“Nós da bayz não temos dúvidas de que se trata de um caminho natural de desenvolvimento, e acreditamos que uma vez que novos títulos cheguem ao mobile, a adoção mais massiva por todos os perfis de jogadores será uma consequência.”
O cofundador da bayz diz ainda que cativar os gamers mobile é o maior desafio do mercado de Web3 Gaming, já que 2,2 bilhões do público ativo em jogos (73%) usam seus smartphones para jogar.
Motivações dos gamers
A pesquisa da bayz ainda aponta um grande interesse dos gamers em adquirirem NFTs: 73% planejam ter um desses tokens no futuro. Mais uma vez, o público que joga através de consoles lidera a métrica (78%), enquanto o público dos smartphones fica em último (73%).
Dentre as motivações dos gamers para adquirir NFTs, três chamam a atenção:
- Possibilidade de adquirir um ativo que vale muito dinheiro (41%);
- Possibilidade de negociar esses ativos por benefícios em produtos e serviços exclusivos (37%);
- Possibilidade de possuir um ativo que pode se tornar uma oportunidade de negócio (37%).
O interesse maior dos gamers que usam consoles em possuir NFTs se dá pelo fato de serem usuários mais ‘hardcore’, sendo justamente esses os que mais interagem com Web3, na visão de Borges, da bayz.
“Para eles, os games não são apenas um passatempo, eles são uma parte essencial de suas vidas, razão pela qual eles sempre estarão um passo à frente na busca de experimentação das inovações e adoção dos novos segmentos de jogos.”
Queridinhas da liquidez
A Binance, maior exchange do mundo em volume negociado, é a preferida dos gamers brasileiros que interagem com NFTs. O total de usuários do público gamer é de 42%, com os gamers que usam o computador para jogar representando a maior parcela (46%).
Levando em consideração apenas as exchanges nacionais, o Mercado Bitcoin é a primeira colocada, e segunda no ranking geral, com 22% dos gamers usando a plataforma. Cabe ressaltar que o Mercado Bitcoin já teve campanhas dentro do mercado de games tradicional, através do patrocínio do Circuito Brasileiro de Counter-Strike.
Na visão de Robson Harada, CMO do Mercado Bitcoin, esse patrocínio foi importante para tornar a exchange conhecida entre os gamers. Essa não é, porém, a única iniciativa da empresa nesse setor.
“O MB vai além no território gamer, possuindo produtos como tokens de games em metaversos Web3, criando ainda mais poder de associação quando entregamos um produto funcional.”
Harada ainda revelou ao Cointelegraph Brasil que, em breve, o Mercado Bitcoin anunciará apoio a uma das “mais tradicionais organizações de e-sports do Brasil”.
Por Gino Matos
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