3 razões para acreditar que 2022 ainda será um ano de alta para o Bitcoin apesar da queda recente

Três métricas on-chain importantes desenham um cenário otimista para os investidores que aguardam uma nova corrida de touros do BTC.

Entre 14 e 29 de março o Bitcoin (BTC) saiu de US$ 37.555 e chegou a ultrapassar a resistência de US$ 48.000, de acordo com dados do CoinGecko. A valorização de mais de 27% em duas semanas reacendeu o ânimo dos investidores a ponto de alguns analistas terem afirmado que o próximo alvo de preço do BTC estaria em US$ 58.000

No entanto, antes mesmo que abril tivesse chegado, as expectativas positivas já haviam sido frustradas. A vela vermelha desenhada pela queda de mais de 3% em 31 de março devolveu o BTC à zona de suporte em US$ 45.000. Embora os touros tenham feito esforços para sustentá-lo em uma luta acirrada com os ursos, em 5 de abril finalmente acabaram cedendo.

Neste fim de semana a maior criptomoeda do mercado se vê as voltas do suporte de US$ 42.000, sendo que no final da tarde de sábado está cotada a US$ 42.472.

Gráfico diário BTC/USD desde 1º de março. Fonte: Trading View

Quedas maiores, até mesmo abaixo de US$ 40.000 não podem ser descartadas. A lateralização ainda deve se manter no curto prazo até que uma tendência mais clara se consolide para o Bitcoin e todo o mercado de criptomoedas. Três métricas on-chain importantes apontam que o caminho mais provável pode ser ascendente.

MVRV

Umas das métricas on-chain mais populares e amplamente utilizadas pelos traders para medir a direção do mercado seja o modelo MVRV de 365 dias (Valor de Mercado sobre Valor Realizado). Este índice é um excelente indicador do preço do Bitcoin a partir do sentimento do investidor em um determinado momento. O MVRV é usado para avaliar o lucro/prejuízo médio das entidades do mercado que compraram BTC há um ano.

Trata-se de uma métrica útil para antecipar sinais de uma provável liquidação de posições, e de quando há otimismo no mercado. Quando o MVRV está acima de 1.0, podemos inferir que, na média, a soma dos hodlers de Bitcoin está no lucro; quando o MVRV cai  abaixo de 1, infere-se o contrário: o preço atual das moedas é menor que o preço que detinham na última vez em que foram movidas e, possivelmente, adquiridas.

Assim, um valor abaixo de 1 muitas vezes é entendido como uma “zona de oportunidade” para os compradores, uma vez que o risco de uma grande liquidação é menor. Ao contrário, um alto valor de MVRV indica que muitos investidores estão no lucro e a probabilidade de se desfazerem de suas posições para embolsar os ganhos é maior.

Atualmente, o MVRV de 365 dias está pairando em torno de 1,72, um território neutro. No entanto, nos últimos quatro anos, o topo local do BTC ocorreu quando o MVRV ultrapassou a marca de 2,5. Portanto, em tese ainda há espaço para o BTC se valorizar antes que surja uma forte ameaça de liquidação.

Crescimento das baleias

O próximo indicador relevante para os investidores de longo prazo é a distribuição do estoque de moedas entre as baleias do Bitcoin. Investidores que detêm entre 1.000 e 10.000 BTC têm mantido uma tendência de acumulação desde junho de 2021. O mesmo vale para as carteiras que detêm entre 10.000 e 100.000 BTC.

As baleias menores aumentaram 6,5%, de 2.034 para 2.166, enquanto as baleias maiores aumentaram de 78 para 85. Esses números indicam que as instituições estão otimistas em relação à ação de preço do preço do Bitcoin no futuro, segundo dados da Santiment expostos no gráfico abaixo.

Número de baleias do Bitcoin. Fonte: Santiment

Escassez de Bitcoin nas exchanges

O terceiro indicador mostra a variação do suprimento de Bitcoin disponível nas exchanges. Desde março de 2020, uma média de 96,2 mil BTC foram sacados das exchanges. O impacto destas retiradas recorrentes e de alta magnitude fez com que o saldo total mantido nas exchanges tenha atingido seu nível mais baixo desde agosto de 2018, afirmou o mais recente boletim da empresa de análise de dados on-chain Glassnode. Esse cenário efetivamente reduz a pressão vendedora sobre o ativo.

Apesar de as métricas on-chain mostrarem-se amplamente saudáveis, esta semana o BTC reagiu desfavoravelmente a um novo impulso do dólar, com o índice cambial da moeda norte-americana (DXY) superando 100 pontos pela primeira vez desde maio de 2020, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil. 

Enquanto alguns analistas consideraram demonstração de força temporária do dólar um fenômeno sazonal, o impacto nos mercados de criptomoedas foi evidente, revertendo uma recuperação tímida após meses de queda.

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