3 tokens DeFi que subiram até 57% em uma semana em que Terra e Solana foram destaques

Frax Share (FXS), AlphaVentureDAO (ALPHA) e Aave (AAVE) foram os destaques DeFi em uma semana em que os principais destaques do mercado foram o LUNA e o SOL.

Solana (SOL) e Terra (LUNA) foram os principais destaques das plataformas de contratos inteligentes nos últimos sete dias, com reverberações no setor de finanças descentralizadas (DeFi), enquanto as demais principais criptomoedas do mercado registraram registraram pequenas variações positivas de preço. 

A capitalização de mercado combinada dos tokens de finanças descentralizadas está em US$ 146 bilhões, apenas um pouco acima dos US$ 140 bilhões registrados na semana passada, de acordo com dados do CoinGecko. Já o valor total bloqueado (TVL) no setor DeFi cresceu 2,3% nos últimos sete dias, subindo de US$ 282,6 bilhões para US$ 289,1 bilhões, de acordo com com informações da plataforma de monitoramento de dados DeFi Llama.

A liderança do Ethereum (ETH) segue inabalável. Os últimos sete dias registraram um crescimento de 5,8% do valor total bloqueado na rede. No entanto, a variação positiva não impediu que o Ethereum tivesse a sua participação sobre o TVL DeFi reduzida. Atualmente, a blockchain número um dedicada a contratos inteligentes responde por 55,4% do valor total bloqueado em protocolos DeFi.

No entanto, o principal destaque do setor continua sendo o Terra, cujo crescimento do TVL esta semana foi de 13,4% – o maior entre as seis principais plataformas de contratos inteligentes do mercado. Logo depois vem a Solana, que registrou ganhos de 7,2% no valor total bloqueado em sua rede, mas continua em quinto lugar no ranking por TVL.

Terceira colocada, a BNB Chain viu seu TVL crescer 6,9%, enquanto a quarta colocada, Avalanche (AVAX) obteve ganhos de 2,2%. O único destaque negativo da semana mais uma vez foi a Fantom (FTM), que perdeu 3,2% do valor total bloqueado na rede em relação à semana anterior.

A Fantom ainda luta para recuperar a confiança dos investidores depois que Andre Cronje anunciou sua deserção do mercado de criptomoedas, deixando órfãos diversos projetos baseados na rede.

Os tokens nativos das principais plataformas de contratos inteligentes que tiveram maior valorização semanal foram o SOL e o LUNA, com ganhos de 23% e 18%, respectivamente. O token nativo do Terra, aliás, registrou nova máxima histórica nesta terça-feira. Ainda impulsionado pela adição de Bitcoin (BTC) às reservas garantidoras da estabilidade do UST, a stablecoin algorítmica atrelada ao dólar do Terra, o LUNA atingiu US$ 119,18. 

Entre os tokens de melhor desempenho semanal, dois são originalmente baseados na rede Ethereum e agora estão se expandindo para outras redes, o Frax Shares (FXS) e o Aave (AAVE), e um na BNB Chain, o Alpha Venture DAO (ALPHA).

Frax Shares (FXS)

O Frax é o protocolo da primeira stablecoin algorítmica fracionária – uma criptomoeda de código aberto e não permissionada. Atualmente baseada na rede Ethereum, a ideia é que ela se torne um ativo cross-chain no futuro. O objetivo do protocolo é fornecer uma moeda algorítmica descentralizada e escalável em alternativa a ativos digitais de suprimento fixo como o Bitcoin.

O protocolo funciona a partir de um sistema monetário dual baseado no FRAX e no Frax Shares (FXS). A primeira é uma stablecoin cujo objetivo é manter-se atrelada ao valor nominal de US$ 1,00 por unidade e não possui um suprimento fixo definido; a segunda é o token de governança do protocolo, cujo suprimento total é de 100 milhões de unidades, e que adquire valor a partir de toda nova unidade de FRAX cunhada, de taxas de negociação e de ativos colateralizados excedentes.

De acordo com os desenvolvedores do projeto, trata-se de uma modalidade totalmente nova de stablecoin. Até então, havia três categorias diferentes: atreladas a moedas fiduciárias, como o  dólar; sobrecolateralizada, com criptomoedas como garantia; e algorítmicas sem ativos colateralizados como garantia.

O Frax seria a primeira stablecoin descentralizada cuja manutenção da estabilidade é calibrada na proporção entre os ativos colateralizados e o seu algoritmo. Se o FRAX estiver sendo negociado acima de US$ 1,00, o protocolo diminui o índice de colateralização. Se o FRAX estiver sendo negociado abaixo de US$ 1,00, o protocolo aumenta o índice de colateralização.

Desde o final do ano passado, o preço do FXS vem sendo impulsionado pela crescente adoção do FRAX. A recente disparada do token de governança da Frax Finance teve início na semana passada, quando os desenvolvedores do Terra introduziram o pool de liquidez “4pool” na exchange de stablecoins Curve Finance (CRV).

Este novo impulso à adoção do FRAX causou um sentimento positivo no mercado. O token ganha valor a partir da emissão da stablecoin e das taxas de transação da Frax Finance. Em um longo thread no Twitter, o fundador da Frax Finance, Sam Kazemian, afirmou que qualquer stablecoin que use a 4Pool para garantir sua liquidez básica receberá suporte direto da Terra e da Frax. 

O A 4pool é composto por duas stablecoins descentralizadas, UST e Frax’s FRAX, e duas stablecoins centralizadas, o USDC e o USDT. O objetivo do pool é aumentar a utilidade das stablecoin do Terra por meio de uma parceria com a Frax e o Redacted Cartel, uma ferramenta para obter rendimentos a partir de tokens bloqueados.

A postagem de Kazemian também sugere que a Frax Finance oferecerá benefícios adicionais na forma de recompensas e suporte para plataformas que venham a utilizar sua stablecoin.

“Também ajudaremos diretamente qualquer necessidade de expansão cross-chain. Meu objetivo pessoal é garantir que qualquer projeto que contenha FRAX receba mais de US$ 1 de valor por FRAX. É assim que se cria um efeito de rede duradouro entre fraximalistas e lunáticos

— Sam Kazemian (@samkazemian)

A partir da associação com o Terra, o FXS renovou sua máxima histórica no domingo, 3, quando atingiu US$ 42,67. Nos últimos sete dias, o FXS valorizou 57%, saltando de US$ 23,01 para US$ 33,31. A capitalização de mercado de US$ 1,9 bilhões garante ao token a 68ª posição no ranking de criptomoedas, de acordo com dados do CoinGecko.

Desempenho semanal do FXS. Fonte: CoinGecko

Alpha Venture DAO (ALPHA)

O Alpha Finance Lab é uma plataforma DeFi cross-chain que procura atender usuários de uma variedade de blockchains diferentes, incluindo a BNB Chain e o Ethereum. A plataforma tem como objetivo oferecer um ecossistema completo de produtos DeFi que atendam às necessidades negligenciadas por outros projetos do setor. Especialmente no que diz respeito à interface do usuário, criando uma plataforma de acesso fácil e amigável para usuários pouco familiarizados com os protocolos de finanças descentralizadas.

O primeiro produto desenvolvido pelo Alpha Finance Lab é o Alpha Lending, um protocolo de empréstimo descentralizado com taxas de juros ajustadas por algoritmos.

O utility token da plataforma é o ALPHA, cujos detentores recebem uma participação sobre as taxas de transação do protocolo ao bloqueá-los em staking e automaticamente disponibilizando-os para cobrir os empréstimos realizados. Outros casos de uso para o token incluem mineração de liquidez e participação em decisões de governança.

O Alpha Finance Lab pretende implementar um sistema de governança por meio de uma organização autônoma descentralizada (DAO), permitindo que os detentores do ALPHA tenham participação direta e ativa sobre o futuro do protocolo em dois níveis: de produto, e financeiro.

A recente valorização do ALPHA foi impulsionada por uma campanha de mineração de liquidez que vai distribuir 25.000 ALPHA para detentores do ativo que cumprirem certas tarefas. Desde que a campanha teve início, o token registrou uma valorização substantiva.

Assim, nos últimos sete dias, o token subiu 44%, saltando de US$ 0,36 para US$ 0,50, de acordo com dados do CoinGecko. No momento, a capitalização total de mercado do ALPHA é de US$ 225,1 milhões, garantindo-o na 291ª posição no ranking de criptomoedas.

Desempenho semanal do ALPHA. Fonte: CoinMarketCap

AAVE

O Aave é um protocolo de empréstimo descentralizado que permite que aos usuários fornecer liquidez para empréstimos e tomar dinheiro emprestado através de criptomoedas. Os credores ganham juros depositando ativos digitais em pools de liquidez, enquanto os mutuários podem usar suas criptomoedas como garantia para tomar empréstimos beneficiando-se dessa liquidez.

O protocolo oferece opções de empréstimos em diversas criptomoedas. Um dos produtos mais inovadores da Aave são os “empréstimos relâmpago” (flash loans) – a primeira opção de empréstimos que isenta os mutuários da necessidade de depositarem colateral para acessarem os fundos. Trata-se da primeira modalidade de empréstimos em DeFi que podem ser tomados sem o oferecimento de garantias como contrapartida.

Outro diferencial da Aave é que os empréstimos podem ser tomados a taxas de juros fixas ou variáveis. Embora as taxas fixas sejam mais assertivas sobre sobre os custos da operação em um mercado volátil como o de criptomoedas, as taxas variáveis ​​podem ser uma opção interessante se o tomador acreditar que os preços poderão em um futuro próximo.

O utility token do protocolo, o AAVE, oferece aos titulares taxas com desconto na plataforma e também e poder de voto em decisões de governança.

A recente valorização do AAVE foi impulsionada majoritariamente pelo lançamento do AAVE v3 na segunda quinzena de março. A nova atualização expandiu o protocolo originalmente implantado no Ethereum para outras cinco redes: as soluções de segunda camada Polygon (MATIC), Arbitrum (ARbit) e Optimism (OTO) e as redes de contratos inteligentes Fantom, Avalanche, e Harmony (ONE).

A transição para um modelo cross-chain ajudarão a fornecer maior eficiência de capital, maior segurança e funcionalidade ao protocolo, além de ajudar a promover a descentralização em todo o ecossistema DeFi, afirmaram os desenvolvedores do projeto.

Outro efeito do lançamento da Aave v3 foi o aumento do valor total bloqueado no protocolo. Atualmente, a Aave é o protocolo que ostenta o maior TVL do ecossistema DeFi, com US$ 23,2 bilhões empenhados em seus contratos inteligentes.

Desde antes do lançamento da atualização, o preço do AAVE vem acumulando ganhos crescentes. Nos últimos sete dias, o token subiu 34% e no acumulado do mês a valorização já chega a 80%. Na noite desta terça-feira, o AAVE está cotado a US$ 224,33. Sua capitalização de mercado é de US$ 3 bilhões, o que o coloca na 51ª posição do ranking, de acordo com dados do CoinGecko.

Desempenho semanal do AAVE. Fonte: CoinGecko

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