3 tokens DeFi sobem até 81% liderando os ganhos semanais de um setor em alta no mercado cripto

Tokens de finanças descentralizadas lideraram a alta do mercado em julho, e Yearn.finance (YFI), GMX e Rari Governance Token (RGT) abrem o mês de agosto consolidando a retomada do crescimento do setor.

A segunda metade de julho testemunhou o renascimento do setor de finanças descentralizadas (DeFi) depois dos fortes abalos sofridos em decorrência do colapso do ecossistema Terra Classic (LUNC) e das crises de liquidez e insolvência que contaminaram grandes players da indústria de criptomoedas.

Desde 13 de julho, o valor total bloqueado (TVL) em protocolos DeFi cresceu de US$ 87,4 bilhões para 106,6 bilhões na tarde desta terça-feira, 2 – uma alta de aproximadamente 22% em menos de 20 dias.

No mesmo período, a capitalização de mercado dos tokens DeFi subiu de US$ 36,6 bilhões para US$ 47,7 bilhões, de acordo com dados do CoinGecko. O crescimento de 30% foi em grande parte puxado pela expressiva valorização de oito tokens vinculados ao ecossistema DeFi, os quais contribuíram para que o setor tenha sido o principal responsável pela alta do mercado em julho.

Os tokens de Lido DAO (LDO), Optimism (OP), Ethereum Classic (ETC), Yearn.finace (YFI) e Curve Finance (CRV) obtiveram rendimentos mensais superiores a 100%, puxados pela notícia de que o The Merge da Ethereum (ETH) está marcado para 19 de setembro.

O noticiário positivo acerca da efetivação da transição da rede líder em contratos inteligentes do mecanismo de consenso baseado em Prova-de-Trabalho (PoW) para Prova-de-Participação (PoS) foi decisiva tanto para o crescimento do valor total bloqueado em protocolos DeFi quanto para a valorização dos tokens de projetos de finanças descentralizadas.

A Ethereum liderou os ganhos semanais em TVL, com alta de 9,8%, empatada com a BNB Chain (BSC), vice-líder do setor. Atualmente, a rede responde por 65% do TVL DeFi, ou US$ 69 bilhões.

Enquanto isso, nos últimos sete dias, o valor total bloqueado na Tron (TRX), na Polygon (MATIC) e na Solana (SOL) cresceram aproximadamente 2,5%, ao passo que entre as top 6 redes de contratos inteligentes, apenas a Avalanche (AVAX) registrou variação negativa: 0,9%.

Também impulsionada pela narrativa em torno do The Merge, a Optimism (OP), uma solução de camada 2 da Ethereum, viu seu TVL crescer expressivos 34,2% nos últimos sete dias. As informações são da plataforma de monitoramento de dados DeFi Llama.

Outro destaque da semana foi o crescimento do TVL de algumas parachains da Polkadot (DOT), cujo ecossistema DeFi pode estar começando a ganhar tração à medida que as soluções de staking de liquidez e os formadores de mercado ganham opções de alavancagem utilizando o próprio DOT e seus tokens derivativos como colateral. No momento, Parallel Finance (PARA), na 12ª posição, e Acala (ACA), na 20ª posição, passam a figurar no top 20 do ranking de TVL do DeFi Llama.

Apesar da correção que teve início no fim de semana e de o mercado estar operando majoritariamente no vermelho nos primeiros dias de agosto, três tokens DeFi acumularam ganhos consistentes nos últimos sete dias: o token de governança da Rari Capital (RGT), o token de governança do agregador projetado para maximizar os lucros dos usuários em operações de yield farming, Yearn.finance, e o token de governança da exchange descentralizada GMX.

Yearn.finance (YFI)

O Yearn.finance é um agregador de yield farming que oferece as melhores opções de rendimento aos seus usuários. Sucesso absoluto à época do seu lançamento, o Yearn.finance tornou o seu criador, Andre Cronje, um dos grandes astros das finanças descentralizadas.

O YFI foi lançado em julho de 2020 tendo como inspiração o sucesso da campanha de mineração de liquidez da Compound. A promoção do token do Yearn.finance contou com a participação ativa do seu criador. Na ocasião, Cronje incentivou os usuários do dApp a ganharem o token como recompensa pelo fornecimento de liquidez ao ecossistema do Yearn.finance, ao invés de adquiri-los através de exchanges.

Depois do Yearn.finance, Cronje envolveu-se no lançamento de dois novos projetos DeFi que ganharam bastante destaque entre o final do ano passado e o começo deste ano. O primeiro foi o Keep3rv1 (K3PR), uma plataforma de direcionamento de mão de obra qualificada para o desenvolvimento de projetos que conecta prestadores de serviço e contratantes através de contratos inteligentes. E mais recentemente, o Solidex, um novo modelo de DEX baseado na Fantom que foi responsável por elevar consideravelmente o TVL da rede, à medida que novos usuários foram atraídos ao ecossistema pela possibilidade de ganhar uma participação no projeto.

O YFI estava sofrendo para superar a tendência de baixa que teve início em maio, mas a inclinação gradual não foi significativa o suficiente para tirar a YFI do domínio dos ursos. No entanto, a disparada do token teve início em 28 de julho.

Assim, nos últimos sete dias, o YFI valorizou 81%, saltando de US$ 6.513 em 26 de julho para US$ 11.454 nesta terça-feira, 2 de agosto, de acordo com dados do CoinGecko. Atualmente, a capitalização de mercado do token é de US$ 362,5 milhões, e o YFI ocupa a 123ª posição no ranking de criptomoedas.

Desempenho semanal do YFI. Fonte: CoinGecko

 

GMX

A GMX é uma exchange descentralizada (DEX) que oferece aos usuários negociações no mercado à vista e contratos futuros perpétuos, com baixas taxas de transação, alavancagem de até 30 vezes e baixo risco de liquidação.

A GMX foi originalmente implementada na Arbitrum, uma solução de camada 2 da Ethereum, mas também está disponível para os usuários da Avalanche.

Na GMX, as negociações são realizadas através de um pool que reúne ativos diversos e gera rendimentos para os provedores de liquidez a partir de taxas recolhidas em formadores automáticos de mercado, swaps, operações de alavancagem (spreads, taxas de financiamento e liquidações) e rebalanceamento de ativos.

Os preços dinâmicos são suportados pelos oráculos da Chainlink (LINK), em consonância com os preços das principais DEXs do mercado. Assim, a GMX procura atender às diferentes classes de usuários. 

Os detentores do GMX recebem recompensas e participam das decisões de governança; os provedores de liquidez recebem seus tokens GLP que garantem participação sobre as taxas de transação, enquanto os traders encontram um espaço para realizar suas transações.

O GMX começou a atrair as atenções de alguns investidores mais atentos ao mercado depois que anunciou sua participação no Arbitrum Odyssey. O evento promovido pela solução de segunda camada do Ethereum recompensará os participantes com NFTs projetados pelos criptoartistas Ratwell e Sugoi e pelo projeto Galaxy, tornando-os elegíveis para um potencial airdrop de um token nativo da Arbitrum, ainda a ser lançado. 

O GMX é um dos 56 projetos participantes da Arbitrum Odyssey, que começou em 21 de junho e terá duração total de oito semanas. No final da semana 8, os usuários que tiverem completado pelo menos 12 das 15 atividades on-chain propostas pelos desenvolvedores receberão um NFT exclusivo, como uma espécie de certificado de conclusão da Arbitrum Odyssey.

O GMX também ocupou a nona colocação no ranking de geração de receitas de aplicativos descentralizados (DApps) nesta semana, de acordo com dados do Token Terminal. Não apenas isso, o GMX se destacou pelo forte crescimento de suas receitas advindas de atividades on-chain esta semana. Em 29 de julho, a DEX bateu seu recorde histórico de geração de receitas diárias, fato que contribuiu para um crescimento de 31%, em relação à semana anterior, como destacou o analista Patrick Scott em uma postagem no Twitter.

Desde o início da Arbitrum Odyssey, o GMX tem se valorizado de forma consistente. Nos últimos sete dias, o token valorizou 73,8%, saltando de US$ 23,45 para US$ 44,03 na tarde desta terça-feira, 2, de acordo com dados do CoinGecko. Atualmente, a capitalização de mercado do GMX é de US$ 347 milhões, o que o posiciona na 128ª posição no ranking de criptomoedas.

Desempenho semanal do GMX. Fonte: CoinGecko

Rari Capital (RGT)

O Rari Governance Token (RGT) é o token de governança do Rari Capital, um protocolo de finanças descentralizadas que oferece aos usuários diversas opções de geração de renda passiva através de operações de yield farming e empréstimos. Os detentores do RGT ainda podem participar das decisões de governança do protocolo.

No mês passado, o RGT apareceu em uma lista de nove tokens qualificados pela SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) como valores mobiliários no âmbito do processo movido pelo órgão contra um ex-funcionário da exchange de criptomoedas Coinbase, devido ao suposto uso de informações privilegiadas em benefício próprio em negociações de criptoativos.

Em seguida, a comissária da CFTC, Caroline Pham, emitiu um comunicado em que discordava da classificação da SEC, qualificando a postura do órgão como um exemplo de “regulamentação por imposição”. A própria Coinbase também se manifestou, afirmando que nenhum ativo listado na plataforma de negociação da exchange constitui valores mobiliários.

A empresa citou ainda o Departamento de Justiça dos EUA, que em nenhum momento se referiu aos criptoativos como valores mobiliários em sua abordagem sobre o caso.

O fato é que o token que vinha mantendo o preço estável desde o início de julho, em torno da faixa de US$ 4,70 disparou na segunda-feira, 2, aparentemente sem uma razão clara. Na tarde desta terça-feira, 2, o RGT está cotado a US$ 6,92, acumulando ganhos de 62% nos últimos sete dias. Atualmente, a capitalização de mercado do token é de US$ 89,6 milhões, posicionando-o na 298ª posição no ranking de criptomoedas.

Desempenho semanal do RGT. Fonte: CoinGecko

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