“200 milhões de trouxas explorados por seis bancos”, afirma Paulo Guedes em live para o Itaú
“200 milhões de trouxas explorados por seis bancos”: essa é a visão de Guedes sobre o sistema financeiro no Brasil. Em entrevista ao Itaú Personnalité, o Ministro da Economia do Brasil fala sobre os desafios para superar a atual crise econômica. Criptomoedas apresentam um contraponto ao domínio das grandes instituições financeiras.
O sistema financeiro brasileiro é dominado por poucos players.
Essa é uma reclamação comum no país, já que a concentração de mercado no setor financeiro é gigantesca.
Porém, incomum é o fato de o Ministro da Economia se referir ao problema da maneira como ele o fez.
Durante uma live promovida pelo Banco Itaú, Paulo Guedes se referiu ao problema que incomoda grande parte dos economistas brasileiros: a falta de competitividade no setor bancário.
“200 milhões de trouxas”
Durante a live, Paulo Guedes se referiu a alguns dos problemas da economia brasileira da seguinte forma:
Ao invés de termos 200 milhões de trouxas sendo explorados por seis bancos, seis empreiteiras, seis empresas de cabotagem, seis distribuidoras de combustível… Ao invés de sermos isso, vai ser o contrário. Teremos centanas, milhares de empresas.
Vale ressaltar que Candido Bracher, presidente do Itaú, participava da transmissão no momento da fala.
Contudo, Paulo Guedes resolveu “aliviar” para o lado dos Bancos nos próximos momentos:
Quando falo que somos 200 milhões de trouxas com seis bancos, […] eu quero muito mais enfatizar a importância da competição.
Embora a colocação inicial não deixe espaços para dúvidas, faz sentido colocar o contexto da concentração bancária no Brasil.
Concentração do setor financeiro no Brasil
O documento oficial mais recente a respeito da concentração bancária no país provém do Banco Central.
Assim, no estudo intitulado “Relatório de Economia Bancária“, são divulgados dados a respeito do problema.
Segundos os dados do BC, no Brasil os cinco maiores bancos detém 81% dos ativos. Assim, Compõem esse grupo:
- Itaú Unibanco
- Banco do Brasil
- Bradesco
- Caixa Econômica Federal
- Santander
Além disso, quando são consideradas apenas as operações de crédito, a concentração aumenta para 85%.
Dessa maneira, os dados apresentados pelo BACEN ajudam a entender a declaração de Guedes.
Isso porque o Brasil é o segundo país com a pior taxa de spread bancário, no mundo.
O spread bancário é a diferença entre o que os bancos pagam pelo dinheiro e o que eles cobram para emprestá-los aos clientes.
Nesse sentido, os dados do Banco Mundial mostram os países com o maior spread bancário no globo:
- 1o: Madagascar: 42,6%
- 2o: Brasil: 32,2%
- 3o Tajiquistão: 23,4%
- 4o República Democrática do Congo: 19,9%
- 5o Laos: 19,6%
Criptomoedas são um remédio contra o problema
As criptomoedas são um remédio natural contra a concentração bancária.
A sua natureza descentralizada é um dos principais fatores que impulsiona a sua adoção, no mundo todo.
Através do Bitcoin e as demais criptos, diversas pessoas estão diminuindo ou eliminando a sua dependência das instituições financeiras tradicionais.
Assim, é importante que as pessoas conheçam, cada vez mais, a importância crescente das criptomoedas para a economia global.
“200 milhões de trouxas” ou não, a única conclusão possível é a de que a concentração bancária é um entrave para a economia e para os brasileiros.
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