Um dos primeiros memes da história da internet, ‘Dancing Baby’ ganha coleção de NFTs

Projeto desenvolvido pela Viena HFA Studio contou com a participação dos autores da primeira versão para manter apelo original da animação.

Transformar-se em viral numa época em que a troca de mensagens via internet era predominantemente feita via e-mail pode parecer uma possibilidade absurda para os dias de hoje, em que os conteúdos se espalham em questão de segundos pelas redes sociais e chegam até os smartphones das pessoas. Aparelhos que, por sinal, possuem velocidade de processamento e capacidade de armazenamento de dar inveja aos mais sofisticados computadores de 1996. Mas foi neste ano que nasceu o ‘Dancing Baby’, uma animação de um bebê renderizado em 3D que ganhou o mundo através de correntes de e-mails, transformou-se em personagem de uma série de comédia e, 26 anos depois, virou uma coleção de tokens não fungíveis (NFTs): The Dancing Baby Collection

Com autorização da Autodesk, detentora dos direitos do personagem, o projeto foi desenvolvido pela HFA Studio de Viena, que anunciou o lançamento da coleção para o próximo dia 11 de maio na plataforma marketplace de obras digitais Foundation. De acordo com o que apresentava a página na tarde desta sexta-feira (6), a coleção é composta por sete animações únicas, uma delas a versão original do ‘Dancing Baby’, de autoria de Michael Girard, Robert Lurye e John Chadwick. As outras seis versões são dos artistas Chris Torres, KidEight, Serwah Attafuah, Yuuki Morita, Kreationsministern e YONK, mas possuem a participação dos criadores do personagem. 

A história 

Um bebê seminu dançando a introdução da música “Hooked on a Feeling” da banda de rock sueca Blue Swede. O que era parte dos arquivos de amostra de um software de animação 3 D, o Character Studio, da Kinetix/Autodesk, ganhou o mundo. Um empurrão que teve o dedo de um ex-funcionário da LucasArts, Ron Lussier, que viu a animação e resolveu enviá-la para um grupo de amigos, após fazer alguns ajustes.  

Enquanto o arquivo enviado por Run se tornava “um estranho fenômeno” naquela época ao ser retransmitido para fora do círculo de contatos dos funcionários da empresa, em um intervalo de apenas uma semana, o “Baby Cha-Cha”, ou “Oogachacka Baby”, nomes pelos quais também ficaram conhecidos o “Dancing Baby”, ganhava outros fãs. Entre eles o desenvolver web John Woodel que, ainda em 1996, criou um GIF compactado do personagem como parte de uma demonstração de um software de conversão de filme para GIF. O que favoreceu a disseminação do “Dancing Baby” na internet.  

Em 1997, o “Dancing Baby” também teria sido publicado na seção “coisas engraçadas” da página do artista Rob Sheridan, rendendo ao membro da banda Nine Inch Nails uma enxurrada de e-mails solicitando o arquivo. Episódio que levou Sheridan a criar o “The Unofficial Dancing Baby Home Page”, apresentando diversos remixes, não oficiais, do bebê.  
Em 1998, internautas do mundo inteiro começaram a disseminar outras versões do “Dancing Baby”, como “Samurai baby” e “Kung Fu baby”. Neste mesmo ano, o bebê se transformou em personagem da série de comédia dramática “Ally McBeal”, aparecendo na forma de uma alucinação. Em dezembro, o personagem foi incorporado a mercadorias da varejista online Crash Designs, em produtos como camisetas, gravatas e shorts. 

No ano 2000, o “Dancing Baby” serviu de inspiração para dois episódios de Os Simpsons e em 2006 o vídeo original “Oogachaka Baby” foi publicado no YouTube, onde já contava com quase 6,2 milhões de visualizações.  

Ainda que os NFTs do “Dancing Baby” consigam fazer sucesso, o lançamento da coleção pode acontecer em um momento desfavorável para o setor. Pelo menos é o que se pode concluir a partir de números recentes que sugerem um achatamento nas vendas, segundo noticiou o Cointelegraph

 

LEIA MAIS:

Você pode gostar...