18 especialistas indicam o que esperar do preço do Bitcoin em outubro
Depois de acertar o movimento do BTC em setembro, 18 analistas avaliam como o preço do Bitcoin pode se comportar em outubro
Durante o mês de setembro o Bitcoin continuou seu movimento lateral negociando entre o suporte de US$ 18 mil e a forte resistência de US$ 25 mil. A principal criptomoeda do mercado sofreu com o pessimismo no cenário macroeconômico e fechou o mês com uma baixa perto de 4%.
Em agosto o Cointelegraph consultou cerca de 20 especialistas nacionais sobre como o preço do BTC se comportaria em setembro. A ampla maioria dos analistas acertou em cheio o movimento lateral com poucas possibilidades de alta, o que de fato ocorreu,
Os analistas já apontavam que os traders deviam olhar mais para o cenário macroeconômico que para os gráficos tendo em vista que a inflação e o perigo da recessão nos EUA afastaram os investidores dos ativos de risco, como os criptoativos.
Agora, no começo de outubro, consultamos os especialistas novamente para saber como eles acreditam que o preço do BTC irá se comportar no mês e se os investidores devem se preparar para um novo colapso no mercado ou, quem sabe, uma recuperação está à frente?
InvestSmart XP
William Lee, Head de Cripto da InvestSmart XP, afirma que o Bitcoin e o mercado cripto em geral continua a ser atormentado pelo pessimismo do cenário macro internacional. Segundo ele, o forte discurso do FED demonstra que o governo continuará a tomar duras medidas para controlar a inflação, aumentando a taxa de juros.
“Este movimento de contração monetária deteriora ativos de risco como o Bitcoin, já que ativos de renda fixa se tornam mais atrativos e mais seguros em momentos de incerteza econômica. Enxergamos para esse mês a continuação do “Inverno Cripto” ocasionada por fatores macros, mas com uma volatilidade menor que em comparação aos últimos meses, que ocorreu devido à alta alavancagem que o mercado se encontrava”, disse.
Por fim, segundo ele, a recuperação do BTC está atrelada ao reerguimento da economia mundial, com os países começando a controlar a inflação e as taxas de juros começando a cair. O problema é, em quanto tempo isso deve acontecer.
“Vemos no gráfico o pessimismo dos investidores, que enfraquece a força de recuperação da moeda, negociando recentemente próximo aos U$20.000, chegando a U$18.130 ainda neste mês. Por fim, não vemos variáveis de curto prazo que possam impulsionar a retomada do Bitcoin no curto prazo “, analisou.
TC Cripto
Paulo Boghosian, co-head do TC Cripto afirma que em outubro, historicamente, o Bitcoin costuma ter uma boa performance.
“Do nosso lado, achamos que isso é pouco relevante neste momento. O que vai continuar ditando a dinâmica de preços será o macro e, principalmente, a percepção dos investidores sobre os próximos passos dos bancos centrais mundiais, principalmente o FED. Por isso, acreditamos que o BTC seguirá pressionado, mas estamos de olho em dois movimentos que podem melhorar essa perspectiva”, afirma.
Ele aponta que ações como a do banco central japonês fazendo YCC (Yield Curve Control – controle de curva de juros) e a do banco central inglês, anunciando compra de bonds de vencimento longo, o que pode ser interpretado como uma “quase” volta ao quantitative easing. Essas ações mostram que, em sinais de pânico, os bancos centrais deverão voltar a estimular a economia.
“Contudo, não acreditamos que o banco central americano faça essa mudança de postura tão cedo, a não ser que algo muito grave aconteça na economia. Se esse for o caso, é provável que o mercado caia antes, para depois retomar a alta. O segundo movimento interessante que estamos começando a ver é a crescente desconfiança nos bancos centrais mundiais que erraram no timing do ciclo de alta de juros e possivelmente estejam agora exagerando na velocidade e magnitude do aperto monetário. Essa desconfiança é a narrativa perfeita para um novo hype em torno do Bitcoin”, afirma
Liqi
Daniel Coquieri, co-fundador da Liqi, também destaca que outubro será um mês de volatilidade. Segundo ele, a tendência do mercado continua sendo de baixa e no cenário macroeconômico também não há sinais de mudança.
“Outubro deve seguir assim como foi setembro, não há perspectiva de baixa para além de US$ 18 mil e nem de alta para além de US$ 25 mil. No entanto, o mercado é movido pelas notícias e pelo sentimento, então, se ocorrer algum acontecimento macro impactante, certamente isso será refletido no Bitcoin”, disse
QR Asset Management
Para Alexandre Ludolf, diretor de investimentos da QR Asset Management, o preço do BTC deve seguir acompanhando os desdobramentos macro ao redor do mundo, que é o que tem ditado o rumo do ativo por todo o ano de 2022.
“É um mês que começa com uma intensa agenda de divulgação de dados macroeconômicos no exterior, portanto, um mês que tende a seguir apresentando alta volatilidade. Entre máximas e mínimas dentro de um mesmo mês, o Bitcoin apresentou oscilações superiores a 20% em todos os meses de 2022, então não acreditamos que em outubro vai ser diferente”, disse.
Titanium Asset
Ayron Ferreira, analista-chefe da Titanium Asset, afirma que o preço do Bitcoin está trabalhando em um grande range que já dura 4 meses. A volatilidade tem contraído, o que tende a desencadear um rompimento em algum momento do mês.
Ele afirma que para cima, pontos importantes e possíveis alvos são o patamar de US$ 23.000 e depois US$ 28.000. Para baixo, os US$ 15.000 e depois os US$ 13.000 são pontos possíveis de serem alcançados.
“Em outubro não haverá decisão de política monetária nos EUA, por isso o resultado do Payroll e do CPI devem ser os principais drivers de volatilidade para os mercados, incluindo o de criptoavitos. Se esses indicadores continuarem vindo mais fortes do que o esperado, isso tende a levar o FED a continuar sendo duro no discurso sobre elevação dos juros, o que pesará ainda mais no humor dos mercados”, afirmou,
Por fim ele destaca que o momento ainda não é favorável aos ativos de risco, uma vez que o dólar está muito forte no mundo e as taxas de juros nos EUA tornam o investimento em ativos de classe mais segura mais atrativo.
Quantzed Criptos
Felipe Medeiros, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos, afirma que o preço do bitcoin vai depender dos próximos dados de inflação nos EUA. Caso os números mostrem que a inflação não está cedendo de forma convincente o mercado irá precificar ainda mais juros, oque deve fazer o bitcoin testar novas mínimas em 16 mil dólares.
“Se os dados forem positivos o bitcoin deve permanecer acima dos 20 mil dolares”, disse.
Mercado Bitcoin
André Franco, Head da Área de Research do MB, afirma que em outubro o Bitcoin deve permanecer muito mais provavelmente sem grandes movimentações seguindo o mesmo caminho trilhado em setembro.
“Não vemos o Bitcoin sendo negociado abaixo de US$ 18 mil e nem subindo além de US$ 25 mil. Seria uma surpresa um rompimento de qualquer um destes níveis”, afirmou.
Foxbit
Vinicius Barbosa, especialista da Foxbit., disse que outubro é historicamente um mês positivo para o Bitcoin, e os próximos trimestres são historicamente positivos para o mercado de ações, então considerando a relação de preço entre BTC e mercado de ações, poderíamos começar a ver uma recuperação de preço se iniciando em outubro.
“Apesar disso, o padrão histórico pode ser quebrado pela realidade macro, então continua sendo recomendado cautela dos investidores. Importante ver como o mercado vai precificar com notícias macro da Europa, FED e China”, afirmou.
CriptoFácil
Paulo Aragão, co-fundador do CriptoFácil, afirma que o mês de outubro será pautado pela volatilidade e que dificilmente haverá uma quebra sustentada acima de US$ 25 mil ou uma queda, que também se sustente abaixo de US$ 18 mil.
Aragão também aponta que o mês não terá reuniões do FED e portanto o mercado deve deixar um pouco o medo de lado. Contudo, novas empresas cripto estão sinalizando risco de insolvência, como a NEXOS e mineradores continuam vendendo para sustentar operações.
“No entanto, outubro deve ser como setembro, movimentos laterais entre US$ 18 mil e US$ 25 mil. Nada muito diferente disso, estamos no bear market com um cenário econômico global assolado pelo medo da recessão. Não podemos esquecer que por trás dos gráficos e dos bots, movimentando o preço, comprando e vendendo Bitcoin há pessoas. Pessoas que precisam comer, pagar contas e viver e para isso precisam gastar dinheiro. Portanto, não há como pensar em uma mudança de tendência se as pessoas estão ganhando menos que antes com o custo de vida aumentando”, afirmou.
Transfero
Thiago Cesar, CEO e cofundador da Transfero, o Bitcoin deve continuar negociando lateralmente em agosto, sem grandes movimentos bruscos de preço.
“Não há uma mudança no cenário macro, algo parecido com o que já falamos para setembro. Então, acreditamos que não haverá nenhuma grande novidade nem para cima, nem para baixo. O Bitcoin deve continuar variando entre US $18 e US $22 mil”, analisa.
Uniera
Caio Villa, CIO da Uniera, destaca que por hora, infelizmente, a tendência é que o bitcoin continue em baixa.
“Talvez, em algum ponto, atinja uma baixa menor ainda e, rapidamente, suba. Todas as nossas análises aqui corroboram o que está acontecendo desde o início do período de baixa. Então, não esperamos nenhuma melhora significativa durante o mês de outubro e, se tiver algo, seria lá para o final do mês, poderia vir um pequeno alívio, nada perto de U$S 30 mil, seria algo em torno de U$S 23 mil ou 24 mil e teria um pull back rapidamente”, afirma.
IVI Technologies
Lendel Lucas, CEO da IVI Technologies, afirma que o mercado de cripto está muito imprevisível esse ano e que todas as análises fundamentalistas e técnicas não têm conseguido prever do mesmo jeito que foi feito no passado.
“Isso porque o Bitcoin nunca passou por um momento de recessão, um período de queda de mercado. Ele nasceu durante a última grande recessão, que foi a de 2008, e desde lá tem vivido em um grande ciclo de alta”, afirmou.
Ele afirma que o que realmente está impactando o preço são os eventos macros, principalmente o que o FED vem fazendo com o aumento de juros (o FED aumenta os juros para controlar a inflação).
“Então, ele só vai começar a diminuir a taxa de juros, quando a inflação realmente chegar no topo e voltar a descer, para consequentemente voltar a baixar as taxas. Aí é quando veremos um evento mais forte de retomada muita rápida dos ativos de risco, como o Bitcoin e o seu preço voltar aos patamares anteriores”, afirmou.
Ainda segundo ele, o BTC vai ficar lateral em outubro como tem ficado neste último ano. Ele afirma que US$ 17.500 tem sido um suporte forte, e US$ 22.500, que tem também demonstrado uma grande resistência.
“Se conseguir passar disso, acho que pode chegar facilmente a US$ 30.500, mas acho que isso não vai acontecer em outubro.Provavelmente o que o FED vai fazer esse mês [de outubro] já está precificado, com um aumento entre 0,5% e 0,75%. Então, vai depender mais do que vai ser feito em novembro e, talvez em dezembro, se as taxas não aumentarem ou até diminuírem, veremos o impacto na retomada dos preços do Bitcoin aos patamares anteriores”, afirmou.
Ainda segundo ele, outra coisa que está sendo bem impactante no preço, além da inflação, é o índice do dólar, o DXY. Em toda a história do Bitcoin, uma alta muito grande do índice do dólar, joga o preço do Bitcoin lá para baixo.
“Eu acho que ele está em um patamar muito alto e não vejo mais espaço para subir. Então, fica naquela variação que eu já havia falado”, finaliza.
CleanSpark
Bernardo Schucman, vice-presidente sênior da divisão de moedas digitais da CleanSpark, destaca que o preço do bitcoin deve se manter nos patamares atuais, acompanhando a expectativa dos investidores em relação a guerra da Rússia e inflação global.
Yaak Studio
Marina Perelló, COO da Yaak Studio, disse que ainda é muito cedo para falarmos sobre uma recuperação do valor do Bitcoin.
“A taxa de juros agressiva anunciada pelo Federal Reserve no fim do mês passado, derrubou o valor da moeda para patamares de junho. A retomada do valor será lenta e não há indicativos gráficos de que seu valor alcance US $23 mil em outubro. Apesar do cenário para este mês não ser otimista, esta pode ser considerada uma oportunidade de compra para aqueles que têm horizonte de investimento de longo prazo”, disse.
CoinPayments
Rubens Neistein, Country Business Manager da CoinPayments, também acredita na lateralização do BTC em um canal entre US$ 18.800 e US$ 21.000.
“Está difícil romper nesse período tanto ao suporte quanto a resistência, mas em virtude aos mercados lá fora, o S&P500, mercados de ações estarem com uma baixa consistente, sendo que ontem, inclusive, o valor do S&P500, atingiu o menor valor nos últimos 2 anos, o que eu acho muito importante é destacar, e o Bitcoin vem acompanhando de forma consistente, a valorização, a valorização da desvalorização, a movimentação do mercado acionário americano”, disse.
Ainda segundo ele, um derretimento no mercado acionário dos Estados Unidos e global pode levar o Bitcoin à perder o suporte de US$ 18.200 podendo chegar aos US$ 14000.
“Isso é um fato e algo que realmente pode acontecer no mês de outubro. Essa é a minha perspectiva”, finaliza.
FMI Minecraft Management
John Blount, Fundador e CEO da FMI Minecraft Management, disse esperar que o Bitcoin continue tradeando lateralmente e acompanhado uma relação com a bolsa americana, por questão de efeitos macroeconômico.
“O BTC está olhando bastante e se comportando alinhado com o aumento de juros. A inflação e o fato que o dinheiro estar migrando de investimentos de riscos para investimentos em renda fixa. Acredito que o range de BTC continua sendo USS 18.300, USS 20.500 a USS21.300”, afirma.
Nousi Finance
Andrey Nousi, fundador da Nousi Finance, destaca que embora o mês de outubro seja historicamente um ótimo mês para Bitcoin (gráfico abaixo) ele acredita que dessa vez será diferente.
“Mesmo não havendo reunião do FED (próxima reunião em 02.11.22) o mercado estará muito atento aos números de inflação e lucros corporativos nos EUA. Assim entenderão a saúde da economia americana que está enfraquecendo. O índice S&P500 está testando as mínimas do ano (3 ‘650) e caso perca o suporte, fatalmente impactará as criptos. O momento segue sendo de bastante cautela para o investidor de crypto. E ter diversificação com stablecoins é fundamental nesse momento.”, disse.
Coinext
José Artur Ribeiro, CEO da Coinext, afirma que outubro costuma ser um ótimo mês para o Bitcoin, que é o termômetro das criptomoedas. Ele destaca que nos últimos 9 anos, em apenas 2 oportunidades (2020 e 2016) o BTC fechou o mês de outubro com variação negativa em relação ao mês anterior. Em 2021, depois de fechar o mês de setembro com queda de 1,74%, o bitcoin valorizou incríveis 40,79% iniciando um rally para o all time high que viria em novembro daquele ano.
“O cenário atual é diferente do ano passado, afinal, estamos diante de um momento complicado para a economia mundial, inflação, alta de juros, guerra e teses de recessão surgem a todo momento. Porém, há uma expectativa sobre a resiliência desse ativo, que foi testada no final de setembro após pronunciamento do FED. Outras quedas podem acontecer ao decorrer do mês, porém, não devemos ver o BTC perder o suporte dos US$18 mil, muito pelo contrário, o histórico positivo e a força de baleias pode fazer com que o patamar de US$25 mil volte a ser uma constante”, disse.
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