15 formas de utilizar os NFTs que poderão fazer parte da sua rotina

Stephen Curry, Eminem, Paris Hilton, Mark Cuban, Jimmy Fallon, Snoop Dogg, Post Malone. A lista de celebridades que adotaram os tokens não-fungíveis (NFTs) – seja ao criar, colecionar ou vender – cresce cada vez mais, e vai desde Rob Gronkowski a Lil Nas X.

Os NFTs já são uma realidade. A arte digital e colecionável em NFT, especialmente, ganhou popularidade mundial com uma velocidade de tirar o fôlego – mais rápido do que qualquer entusiasta do mundo cripto poderia sonhar um dia. Agora, temos uma ideia melhor sobre o porquê. Os NFTs são divertidos, relevantes culturalmente, você pode vê-los e são fáceis de entender, de forma que muitos outros conceitos do blockchain não são.

Eles podem resolver problemas do mundo real. Pergunte ao Daryl Morey, presidente das operações de basquete no Philadelphia 76ers da NBA, que afirmou há alguns meses: “Eu acabei de me mudar de Houston para a Filadélfia, e foi muito chato. Eu tive que transportar 10 mil gibis. Eu tive que transportar todos os meus quadros. Todas essas coisas. No mundo digital, você não tem esse problema. É definitivamente superior. E esse é o começo de uma tendência muito, muito grande”.

Então houve esse desenvolvimento que muitos no espaço – eu incluso – subestimaram muito: a perspectiva da comunidade. A perspectiva social. Quando você paga por um NFT do Bored Ape Yacht Club, CryptoPunk ou World of Women, isso demonstra que você possui aquele item exclusivo. Demonstra que você faz parte de um grupo seleto de pessoas. “As pessoas se identificam com eles (os NFTs) em um nível pessoal”, disse Maria Shen, sócia da Electric Capital, empresa de Venture Capital focada em blockchain. “O sentimento de posse diz algo fundamental sobre a sua identidade; diz algo sobre seus interesses”.

Isso, a gente já entendeu.

Mas quais são os próximos passos?

Há apenas um ano, os NFTs de arte e cards colecionáveis eram, em suma, ideias com “potencial”, mas ninguém de fora do mundo cripto as levava à sério. Quais categorias estão hoje nesta mesma fase de especulação inicial, e que podem bombar no futuro? Qual NFT engraçadinho terá o apoio de Tom Brady em 2022? Qual NFT ousado e disruptivo a Ariana Grande irá promover em 2023? Quais serão os próximos capítulos dessa narrativa?

Eu consultei uma série de experts no assunto – investidores, fundadores, pessoas que respiram tokens não-fungíveis – para que eles pudessem nos dar um vislumbre do (provável) futuro. Algumas dessas categorias parecerão óbvias. Outras, muito fantasiosas, ou até mesmo absurdas. Ainda assim, elas tem o potencial de mudar a forma como consumimos conteúdo, gastamos e ganhamos dinheiro, provamos nossas identidades, comparecemos a eventos, como nos vestimos e principalmente, como e onde gastamos a maior parte do nosso tempo.

Talvez. Mas por agora, vamos começar do começo.

Jogos Online

Todos os dias, existem 2 milhões de pessoas que jogam com os pequenos monstrinhos do Axie Infinity, jogo online que agora é avaliado em 3 bilhões de dólares. “Os jogos online são realmente empolgantes, considerando que já temos bilhões de pessoas comprando itens digitais dentro deles”, afirmou Devin Finzer, CEO do OpenSea, a maior plataforma de NFTs.

A razão pela qual ainda não experienciamos uma adoção ainda mais ampla, afirma Finzer, é que “o desenvolvimento é um pouco mais longo, com os jogos, do que com projetos de arte e cards colecionáveis, que são mais simples. Existe um atraso maior”. Ele imagina que nós colheremos os frutos desses desenvolvimentos dentro de um ano ou dois.

Jamie Burke, CEO da Outlier Ventures (laboratório de aceleração e empresa de Venture Capital focada em blockchain no Reino Unido), foi inicialmente encorajado por pesquisas demonstrando que “as pessoas passam cinco vezes mais tempo em um jogo em blockchain do que em um convencional”.

Ele afirmou que o ceticismo afetou negativamente a pesquisa no início, mas então surgiu o Axie Infinity. O jogo foi a prova, afirmou Burke, de que se o jogador pode sair do jogo com criptomoedas, as quais “pode gastar como bem entender”, então ele irá gastar mais dinheiro. “Parece óbvio agora”, disse ele, tecendo previsões de que o Axie Infinity seria apenas o começo de uma tendência muito maior, que “bombaria na próxima década”.

Moda e acessórios

“Marcas de luxo estão adentrando o mundo dos NFTs”, afirmou Laglasse. Em 30 de setembro, a Dolce & Gabbana vendeu sua coleção inaugural de NFTs que contava com 9 peças, chamada “Collezione Genesi”, ou “Coleção Gênesis” em italiano, um mix surreal de alta costura com blockchain, por um total de 5,6 milhões de dólares. O conjunto incluía tanto itens físicos (como vestidos femininos), quanto seus NFTs correspondentes.

Apenas duas semanas antes, no London Fashion Week, uma nova marca chamada Auroboros, que se auto descreve como “a primeira casa de moda a realizar a fusão entre ciência e tecnologia com a moda da vida real”, lançou uma linha de roupas digitais, que você “veste” utilizando realidade aumentada (AR). Para se ter uma ideia, essa não era uma conferência do mundo cripto. Isso aconteceu no London Fashion Week.

Ou então, consideremos a parceria entre o Bored Ape Yacht Club e a The Hundreds (marca de luxo que conta com roupas no estilo streetwear), que criou novos produtos para a comunidade. “Aquilo esgotou em apenas algumas horas”, disse Shen. As marcas de roupa reconhecem uma audiência ávida (e com dinheiro para gastar) quando veem uma. “Em 18 anos, nós nunca vimos nada como o que está acontecendo em nosso website agora”, afirmou o cofundador da The Hundreds, Bobby Hundreds. “Só consigo dizer: uau”.

Os acessórios fashion podem ser apenas a ponta do iceberg. Shen imagina que NFTs possam criar novas formas de monetizar e investir na moda. Pense nos tênis. “Para comprar e revender pares de tênis raros ou exclusivos, você precisa ter espaço físico para guardá-los, disse ela. “Imagine se você pudesse aumentar a velocidade com que realiza essa negociação dos mais diversos itens”.

Ou então, novos instrumentos financeiros impulsionados pelos NFTs, que poderiam permitir que as pessoas investissem no setor da moda. “Você pode criar produtos financeiros, como um índice dos tênis mais vendidos atualmente”, disse Shen, o que tornaria possível investir em uma pool dos 100 tênis mais em alta no momento, por exemplo, ao invés de apostar em apenas um par.

Isso também é uma intersecção com as finanças descentralizadas (DeFi), o que nos leva a…

Combinação entre NFTs e DeFi

Digamos que você gastou seus últimos 5 milhões de dólares em um CryptoPunk, mas agora, ops! Você esqueceu que precisa pagar seu aluguel. Você pode usar esse NFT como garantia em um empréstimo na NFTfi. “Os NFTs permitem novos comportamentos por parte dos ativos”, afirmou Andrew Steinwold, sócio administrativo da Sfermion (uma empresa de investimentos em NFTs) e o anfitrião de um podcast sobre o tema.

Pense em um empréstimo. Quando você entregar o CryptoPunk como garantia, você automaticamente o receberia de volta quando pagar o seu débito. E se você for inadimplente? Graças à magia dos contratos inteligentes, o NFT é transferido automaticamente para o credor, eliminando a necessidade de cobrança. Isso é só o começo.

Os NFTs estão sendo fracionados (para promover maior liquidez), estão atuando quase como valores mobiliários e estão se tornando tão adequados ao mercado financeiro que em breve podem chamar a atenção da Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos EUA.

Burke espera que a inovação continue em alta velocidade. Ele vislumbra um crescimento nos mercados secundários, ou até mesmo nos mercados “derivativos”. Imagine que por quaisquer razões, a Epic Games decida não integrar os NFTs no Fortnite. Talvez alguns NFTs de derivativos poderiam cobrir esse espaço?

“Digamos que eu tenha uma espada, e esta é uma espada bastante valiosa”, disse Burke. “E eu quero fazer dinheiro disso. A espada é tão valiosa, que poderia pagar pela minha faculdade, ou comprar uma casa”. Ele continua, claramente apreciando a linha de pensamento: “Meu deus, eu amo a minha espada, mas eu preciso do dinheiro”.

No momento, não há nada que você possa fazer sobre isso. Você só tem uma espada, e ela está presa no Fortnite. Mas talvez uma versão “gêmea” da espada em NFT – que vive fora do Fortnite – poderia ser comprada e vendida em um mercado de derivativos, e então algum tipo de mecanismo permitiria a transferência dos fundos, uma vez que a transação (a entrega da espada) estivesse completa no Fortnite. Esses são os tipos de possibilidades que uma combinação entre NFTs e DeFi poderia desencadear.

Nesse sentido, Burke pensa que é muito mais provável que presenciaremos o crescimento nos novos e criativos produtos financeiros do blockchain antes de presenciarmos a transformação em NFTs das coisas que já existem nas finanças tradicionais, como a escritura da sua casa. “De onde vem o crescimento em DeFi? Nesse ambiente regulatório, é bastante claro que não serão dos ativos do mundo real, ou qualquer coisa que lembre remotamente um valor mobiliário”, afirmou Burke. “Será uma luta de uma década”.

<span class=”hidden”>-</span>Coindesk/Reprodução

Eventos e ingressos

Outra hipótese: O cantor Drake fará um show, e você gostaria de ir. Os ingressos estão 100 dólares. Agora imagine que o ingresso que você comprar, na verdade é um NFT, e o seu NFT faz as seguintes coisas:

  1. Está gravado com um trabalho artístico de algum artista que você gosta.
  2. Serve como recordação do show. Então pode até valer alguma coisa um dia, como os ingressos antigos dos shows dos Beatles.
  3. Dentro do local onde ocorrerá o show, você pode utilizá-lo como uma forma de comprar snacks ou cerveja.
  4. Novamente, graças à mágica dos contratos inteligentes, a receita gerada pelo seu NFT automaticamente paga 40% ao Drake, 10% ao DJ, 2% à equipe de iluminação, 1% aos zeladores, e por aí vai. Nenhum intermediário é necessário para orquestrar os pagamentos, o que significa que você praticamente não paga taxas.
  5. Se você comprou o ingresso para a área VIP, o NFT ainda desbloqueia o acesso para o camarim do Drake, ou talvez te dê acesso exclusivo a produtos digitais no futuro.
  6. Incrivelmente, o NFT te fornece o direito de ser não apenas mais um no evento, mas pode ser até mesmo um shareholder do show do Drake. Esse NFT funciona como uma ação do show, e então você receberia uma pequena fatia dos lucros. Se as coisas derem certo? Talvez você até mesmo receba por ir ao show.

Esse futuro está mais perto do que você poderia imaginar. “O que nos deixa animados é a possibilidade dos NFTs serem utilizados no mundo real”, afirmou Carolin Wend, cofundadora da Mintbase, uma plataforma para a criação de NFTs.

Pense no festival que ocorrerá em Lisboa, o NEARCon, que é ancorado no NEARProtocol, um sistema de contratos inteligentes que a Mintbase utiliza ao invés da Ethereum. “O fundador do festival quer que 100% dos ingressos sejam NFTs”, disse Wend, e isso pode incluir (um dia) o staking do seu ingresso, significando que você poderia lucrar em cima do valor que teve que gastar no ingresso.

Algumas dessas possibilidades ainda estão no futuro, mas mesmo no festival em Lisboa, Wend espera que as pessoas possam utilizar QR Codes para fazer coisas como trocar seus NFTs por burritos. Essa última parte não é hipotética. Em Lisboa, segundo Wend, “Nós faremos NFTs de burritos”.

Plataformas para comunidades sobre NFTs

Lembra daqueles NFTs da Dolce & Gabbana? Agora imagine que você é um dos sortudos que comprou um deles. Finja que você é o dono orgulhoso de uma das peças mais exclusivas da coleção, conhecida como “Doge Crown”, um ornamento quase cômico. (Aliás, o nome vem do Palácio Doge em Veneza, não do cachorro). A coroa parece que saiu direto de “Game of Thrones”. Como você guardaria isso? Talvez você mantenha a coroa física em seu cofre privado, ou talvez na sala do trono em sua propriedade de Mykonos.

Mas e quanto ao NFT digital? O que você faz com isso? Pense sobre isso de acordo com a perspectiva da Dolce & Gabbana. “Se você é uma marca de luxo, é tudo sobre controlar a experiência do varejo”, afirmou Burke. Ele pensa que tentar apresentar uma coroa adorável como esta em um metaverso de pixels como o Decentraland pode – ao menos na versão de hoje em dia – não ser tão usável. Burke nota que por esta razão, a Dolce & Gabbana dá dois anos ao comprador do NFT para decidir onde utilizá-lo.

Então Burke prevê algum tipo de ambiente onde as pessoas poderão se reunir, conversar e exibir seus NFTs. Talvez uma forma de realidade aumentada, virtual, algo no estilo Web 3.0, ou até mesmo algo totalmente novo. O ponto é que é necessário um bom ambiente para a experiência com NFTs. “O que são as plataformas das redes? Essa será uma grande tendência”, afirmou Burke.

Shen tem uma ideia similar, mas com uma reviravolta diferente. Ela vislumbra “uma casa para as comunidades sobre NFTs”, ou mais precisamente, “uma rede social que é feita para os donos de NFTs”. Talvez essa rede seja conectada à sua carteira digital que conta com um Bored Ape, ou ela só poderá ser acessada por usuários verificados que têm determinados NFTs.

Ou talvez eles irão apenas se divertir no metaverso? O que nos leva a…

Metaverso

“O metaverso será uma das coisas que mudará totalmente o mundo dos NFTs”, afirmou Maxime Laglasse, head de conteúdo na Nonfungible.com. A versão curta da história: o metaverso pode ser um lugar para armazenar e apreciar a arte em NFT, um polo para os jogos play-to-earn, é a missão de vida de Zuckerberg por uma razão e talvez seja uma versão evoluída de como nós já estamos interagindo online de qualquer forma.

Terrenos virtuais

Um investidor muito sábio uma vez disse, “Terra. É a única coisa que não podem multiplicar”. O investidor era Lex Luthor. E seu conselho pode ser verdadeiro no metaverso. Mundos virtuais como Decentraland, The Sandbox e Cryptovoxels colocam um limite na quantidade de terras que podem existir em seus metaversos. Em teoria, um fornecimento limitado se tornaria cada vez mais valioso se a demanda crescesse.

“Isso é promissor”, afirmou Matty “DCLBlogger”, um influenciador do mundo dos NFTs que se tornou quase como um oráculo, quando publicou em 2020 uma série de previsões no Twitter sobre 25 casos de uso de NFTs que seriam possíveis no futuro. A publicação foi praticamente profética, falando sobre a ascensão da arte, artigos colecionáveis e jogos. Matty é apenas mais um entre os otimistas quanto aos terrenos virtuais. “Olhe para o Avie Infinity, afirmou. “Existem mais de um milhão de jogadores”, e alguns deles pensarão, “talvez faça sentido ser o dono dessa terra”.

Assim que você começar a pensar na ideia de que as pessoas possam lucrar com imóveis digitais, as possibilidades são animadoras. Talvez você tenha um terreno, construa um prédio empresarial virtual e então o alugue para uma conferência virtual. E quando os convidados da conferência quiserem uma distração durante o coquetel, você pode alugar máquinas de cassino que permitirão que eles ganhem ou percam criptomoedas. Como disse Matty, “A coisa pode ficar bem louca”.

<span class=”hidden”>-</span>CryptoKickers/Reprodução

Identidade Digital

A identidade pessoal soberana (SSID, self-sovereign identity em inglês) sempre foi uma das aplicações mais intrigantes da tecnologia blockchain, e os NFTs podem ser a chave que abre a porta. Laglasse vê a Ethereum Name Services, ou ENS, como um exemplo bastante útil. “Agora você pode conectar sua conta no Instagram, sua conta no Twitter e de praticamente qualquer rede social à ENS”, afirmou. “Desde que seja descentralizada, você pode possuir verdadeiramente o nome que mostra para a comunidade”.

Laglasse os categoriza como “NFTs de utilidade”, no sentido de que você não pode tipicamente trocá-los por dinheiro (como trabalhos artísticos e itens colecionáveis), mas ao invés disso, eles existem para provar que você pode possuir algo. Outra ideia no mesmo sentido: NFTs de diplomas de faculdade. Isso permitirá que uma estudante vietnamita viaje aos EUA, por exemplo, e prove que ela tem um diploma. Laglasse prevê: “isso irá acontecer um dia”.

Redes sociais e sua influência

Essa é um pouco difícil de visualizar. Mas acompanhe comigo. “Pense sobre todo o valor digital criado através das plataformas de mídias sociais”, disse Burke.

Ele se refere àquele conceito difícil de colocar em números da “influência”. Atualmente, Burke argumenta, o único método real de monetizar essa influência é através de propagandas, e o influenciador ganha apenas uma pequena parte da receita. Mas e se essa influência pudesse ser expressa em números, pontuações, e capturada como um NFT?

O “NFT da influência”, vamos chamar assim, não seria tão simples quanto apenas recompensar o seu número de seguidores no Twitter. “É uma forma de socialização atomizada”, explicou Burke, onde “eu posso atomizar cada parte do conteúdo, e posso expressar em números a relação que tenho com a minha comunidade”.

Ele disse que um NFT desse tipo pode colocar em jogo fatores como reputação online, confiança e até mesmo a capacidade de selecionar e criar conteúdo de qualidade. “Essa é a mais difícil de explicar”, disse ele enquanto ria.

Lembre da Klout Score, quando nos primórdios do Twitter,  um algoritmo tentou colocar em números a influência social de seus usuários? A Klout nunca deu certo, e saiu do ar em 2018, mas você pode entender o apelo (provavelmente maléfico) da ideia. “Literalmente qualquer forma de valor digital poderia, em teoria, ser transformada em ativo”, disse Burke, que também vislumbra NFTs desse tipo sendo conectados em um ecossistema DeFi, além de ser utilizado como garantia em um empréstimo.

Shen pensa nesse conceito como uma versão mais refinada de um score de crédito, mas para credibilidade e influência. Você pode realmente ter NFTs que formam partes de sua identidade e reputação”, afirmou. Ela pontua o exemplo da Rabbithole.gg, onde os usuários podem ganhar criptomoedas, tokens ou NFTs por provar que têm determinadas habilidades ou que completaram determinadas tarefas, como se inscrever para um nome ENS.

Steinwold gosta de outro exemplo: a Galaxy.eco busca utilizar dados do blockchain para recompensar as pessoas por determinadas ações. Se você tivesse mil transações na Uniswap, você ganharia um selo de Master Trader. Ou se você é daqueles que evita ao máximo vender seus ativos já há um tempo, você ganha o selo Diamond Hands, ou “mãos de diamante” em inglês. Talvez você devesse criar o seu próprio NFT para provar que leu até aqui.

Música

“A indústria como um todo precisa definitivamente de uma dose de disrupção”, disse Matty, que espera que a música eventualmente fará o mesmo sucesso que a arte e os itens colecionáveis no mundo dos NFTs. Talvez isso já até tenha começado. Shawn Mendes, Grimes e Snoop Dogg já entraram para o ramo, descobrindo novas formas tanto de monetizar quando engajar com seus fãs. A banda Kings of Leon não contente em apenas lançar um álbum em NFT, também o tocou no espaço.

A Live Nation quer fazer pela música o que o Top Shot fez pela NBA – capturando “momentos” icônicos dos jogos como itens colecionáveis em NFTs. “Todos nós aprendemos muito com o Top Shot e com a NBA”, afirmou o CEO Michael Rapino, complementando que quer que a Live Nation crie “momentos mágicos que poderemos transformar em NFTs e atrelar aos nossos ingressos de festivais e momentos especiais”.

Ou talvez os NFTs, a música e as finanças descentralizadas (DeFi) possam realizar uma fusão. “Se pudéssemos reunir mestres da música e depois fracioná-los, você poderia então receber dinheiro através de dividendos pelo streaming”, disse Shen. Em seguida, ela surge com outra possibilidade: imagine que os direitos de cada música fossem capturados como NFTs, e então você reunisse as 40 melhores músicas do mês, fracionasse a pool, e então você poderia comprar uma parte dessa pool e receber pelo streaming. “Isso poderia ser interessante”, disse ela. “Só que ainda não chegamos nesse ponto”.

Saúde

“Na indústria da saúde, será algo gigantesco”, disse Laglasse, que imagina que os NFTs podem ser usados para preservar a confidencialidade dos registros médicos, bem como melhorar a fiscalização dos remédios controlados na supply chain.

Propagandas

“Propagandas não são algo que as pessoas prestam atenção”, disse Matty. Mas ele pergunta: “Por que as páginas na internet não vendem NFTs que dão às pessoas o direito a determinados pontos de mídia?”. Tudo isso está em jogo.

Esporte Fantasy

A Sorare já dominou o mercado global do futebol. Não é preciso muita imaginação para vermos o mesmo acontecer com a NFL e a megaindústria do Fantasy Football

“Google” de NFTs

“No momento, os NFTs são essa categoria interessante, mas caótica”, disse Shen, adicionando que eles “parecem muito com páginas na internet antes do surgimento do Google”. E ela tem um ponto. Não existe uma função de pesquisa para os NFTs… ainda. Imagine um Google para os NFTs. Ou melhor, um Google descentralizado para os NFTs.

E finalmente, o cenário mais maximalista:

A digitalização de tudo que é físico

“Muitas pessoas ainda não entendem a grandeza que os NFTs irão atingir”, disse Steinwold. “Eles serão usados para qualquer coisa. Todas as formas de valor serão representadas por NFTs”. Essa é uma afirmação corajosa. Eu o pergunto se o ouvi corretamente. Todas as formas de valor serão representadas por NFTs?

Por que Steinwold está tão confiante?

“Estamos gastando a maior parte das horas de nossos dias online”, Steinwold argumenta, dizendo que essa é uma tendência que irá continuar a acelerar nos próximos 20 ou 30 anos, e que em breve “nós teremos uma série de mercadorias digitais”. No futuro, disse Steinwold, se ele comprar um par de Air Jordans (os físicos, que vão no seu pé), ele iria querer esse complemento em NFT para ostentar, exibir e talvez utilizá-lo no metaverso ou em outros jogos play-to-earn.

“Talvez não essa cadeira”, disse ele, apontando para sua cadeira e dando risada. Mas ele espera que as pessoas eventualmente vão querer NFTs de seus vinhos, moedas raras, relógios, carros, qualquer coisa, e “essa é a forma que as coisas acontecerão”.

Isso pode soar um pouco exagerado. Mas há apenas um ano, também soava a ideia de NFTs de arte e itens colecionáveis para o público mainstream.

Texto traduzido por Mariana Maria Silva e republicado com autorização da Coindesk

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