Acima de US$ 100.000 ou abaixo de US$ 30.000? 10 analistas apresentam previsões de preço para o Bitcoin ao final de 2022

Apesar da queda de 13% desde o início do ano, maioria dos analistas está otimista em relação ao preço da maior criptomoeda do mercado ao longo de 2022.

O preço do Bitcoin (BTC) oscilou entre US$ 48.000 e US$ 33.000 desde o começo deste ano, de acordo com dados do CoinMarketCap. No momento, encontra-se em uma zona intermediária entre esses dois extremos, 40% abaixo da máxima histórica de US$ 69.000 registrada em 10 de novembro do ano passado, dando claros sinais de que o mercado está indeciso em relação ao destino da maior criptomoeda do mercado no curto prazo.

Há pelo menos 20 dias, o Índice de Medo e Ganância encontra-se na zona de medo ou medo extremo, mostrando que os recentes ralis de alta não foram suficientes para mudar o sentimento do mercado. 

Latest Crypto Fear & Greed Index

Índice de Medo e Ganância Critpo. Fonte: alternative.me

Considerando a atual instabilidade geopolítica motivada pela guerra na Ucrânia e as consequentes sanções impostas à Rússia pelo Ocidente, a inflação crescente no mundo todo, a alta programada das taxas de juros não apenas nos EUA, mas também na zona do Euro, e o aumento dos preços de commodities, o cenário não se mostra exatamente favorável a ativos de risco – categoria na qual, hoje, a maioria dos investidores enquadra o Bitcoin.

Por outro lado, a resiliência do preço do BTC diante deste cenário desde o início da invasão russa, reforça a narrativa de que a criptomoeda pode oferecer proteção contra a inflação e a inconstância do cenário macroeconômico global.

Diante destas contradições intrínsecas ao Bitcoin e das incertezas econômicas e geopolíticas neste princípio de 2022, fazer previsões aceraca da ação de preço do BTC, um ativo volátil por natureza, torna-se ainda mais difícil.

Mesmo assim, entre 10 analistas estrangeiros cujas perspectivas sobre o preço do BTC foram externadas publicamente recentemente, a maioria mostrou-se otimista e confiante de que a maior criptomoeda do mercado poderá finalmente romper a marca de US$ 100.000 até o final deste ano.

Bloomberg

Um relatório da Bloomberg publicado em 6 de fevereiro aponta que o Bitcoin está pronto para retomar um movimento de alta dos preços, apesar do começo de ano negativo. O Bloomberg Intelligence: Crypto Outlook aponta que o Bitcoin estaria passando por uma fase de acumulação e que a perspectiva de preço mais provável aponta para cima:

““O próximo limite chave para o Bitcoin pode ser de US$ 100.000. É mais provável que o Bitcoin esteja formando um fundo do que um topo, o que significa que os traders acostumados com preços na faixa entre US$ 30.000 a US$ 60.000 podem ficar desapontados.”

A principal razão para um movimento ascendente, segundo o relatório, é que o Bitcoin tende a enfrentar um choque de suprimento ao longo de 2022, com demanda crescente e oferta reduzida. Rompida esta faixa que tem US$ 30.000 como suporte e US$ 60.000 como resistência, novas máximas históricas podem ser buscadas antes do final do ano.

Invesco

A gestora de investimentos sediada em Atlanta, nos EUA, tem uma perspectiva diametralmente oposta. Os analistas da empresa acreditam que a “bolha do Bitcoin” irá finalmente estourar em 2022. Uma cotação abaixo de US$ 30.000 é o destino mais provável para a maior criptomoeda do mercado ao final de 2022. E a razão é muito simples: a gestora vê redução do interesse dos investidores pelo ativo:

“Nosso modelo sugere que as bolhas normalmente esvaziam em períodos de dois anos. Portanto, achamos que não é muito difícil imaginar o Bitcoin caindo abaixo de US$ 30.000 beste ano (com a advertência de que já erramos antes e que [o ativo] parece estar passando por uma série de bolhas)”.

Hong Fang (CEO da OKCoin)

Para o CEO da exchange de criptomoedas OKCoin, o alvo de US$ 100.000 ainda está em jogo para o Bitcoin em 2022, apesar de ressaltar que o preço da criptomoeda é altamente suscetível a flutuações no curto prazo devido ao mercado de derivativos e às altas taxas de alavancagem utilizada pelos traders profissionais.

Ainda assim, Fang acredita que o Bitcoin atingirá a marca histórica desde que os fundamentos do ativo permaneçam saudáveis:

“Ainda acredito que o preço de US$ 100.000 seja um alvo razoável, embora o momento atual se mostre difícil porque estamos à mercê da dinâmica do mercado. Então, eu acho que há muitos elementos em jogo, no curto prazo, mas no longo prazo ainda acho que chegar a US$ 100.000 ou até um preço mais alto não será um problema.”

Frank Holmes (U.S. Global Investors)

Frank Holmes, CEO da gestora de investimentos U.S. Global Investors, previu que, apesar de o ouro estar em alta em 2022, dada a tendência atual do mercado de fuga de ativos de risco em direção a portos seguro, o Bitcoin tem potencial para se beneficiar das turbulências geopolíticas e econômicas em escala global.

Segundo o CEO, a capacidade do Bitcoin de superar todas as outras classes de ativos em 2021 mostra que a moeda digital poderá chegar a US$ 100.000 este ano. A tese de Holmes se baseia na preferência dos millenials pelo Bitcoin em detrimento do ouro. Segundo o CEO da U.S. Global Investors, o Bitcoin se tornará o ativo de reserva de valor com maior capitalização de mercado do mundo.

Antoni Trenchev (Fundador da Nexo)

O fundador da Nexo, plataforma de empréstimos, poupança e compra e venda de criptomoedas, Antoni Trenchev, revelou que existem “duas razões simples” para ele confiar que o valor do Bitcoin terá mais que dobrado de valor em relação aos níveis atuais até o meio deste ano:

“A adoção institucional segue ocorrendo silenciosamente, com as empresas adicionando Bitcoin aos seus tesouros. E também, o tema mais amplo da realidade macroeconômica da abundância de dinheiro barato, a qual, na minha opinião, veio para ficar. Isso é ótimo para as criptomoedas, pois o Bitcoin é uma proteção contra a inflação, é o  ouro 2.0.”

Michaël van de Poppe 

O colaborador do Cointelegraph, Michaël van de Poppe, publicou uma postagem no Twitter no final de dezembro do ano passado, afirmando que a “história vai se repetir em 2022” da seguinte forma: uma queda geral do mercado na virada do ano, a qual de fato ocorreu, seguida pela recuperação do Bitcoin no segundo trimestre.

No teceiro trimestre haverá uma nova correção, enquanto o topo do mercado está reservado para algum momento entre o final deste ano e o início do próximo:

“Previsão do topo de alta alta do ciclo ainda está de pé. Esperando que 2022/2023 sejam ainda melhores que este ano. Bitcoin a US$ 350.000-US$450.000.”

Ian Balina (Token Metrics)

O preço do Bitcoin tem chances de atingir uma faixa entre US$ 100.000 a US$ 150.000 em um futuro próximo, mas arriscar o momento exato em que isso de fato vá acontecer é difícil, de acordo com o analista da Token Metrics.

Segundo Balina, o crescimento mais amplo do mercado, impulsionado principalmente pelo interesse no metaverso e em criptomoedas com novas propostas de valor terá o efeito indireto de promover um novo ciclo de alta para o Bitcoin.

Matthew Hyland (Analista)

O especialista em análise técnica acredita que o Bitcoin deve chegar a US$ 100.000 em 2022. Hyland baseia sua afirmação no fato de que é evidente uma tendência contínua de saída de Bitcoin de grandes exchanges em direção a carteiras frias para armazenamento off-line. Essa retirada de moedas do mercado tende a pressionar o preço positivamente.

Plan B (Criador do modelo de preço stock-to-flow)

Em postagens recentes no Twitter, Plan B vem se esforçando para negar o fracasso do seu modelo de preços, o S2F, depois que o Bitcoin falhou em atingir US$ 100.000 em dezembro do ano passado, conforme ele previra. Embora não exatamente em 2022, o alvo segue no horizonte. 

Segundo o analista e o seu modelo, o Bitcoin atingirá os US$ 100.000 em 2023, de acordo com uma postagem publicada no Twitter em 14 de fevereiro.

Mike McGlone (Estrategista de commodities da Bloomberg)

O estrategista sênior de commodities da Bloomberg – acha que 2022 será um ano lucrativo não somente para o Bitcoin, mas também para o ouro. De acordo com Mike McGlone, a deflação pode tomar o lugar da inflação em 2022, e este seria um fator fundamental para impulsionar o preço do Bitcoin para US$ 100.000.

Em dezembro do ano passado, antes da eclosão do conflito no leste europeu, McGlone fez uma postagem no Twitter com seus preços alvo para o Bitcoin, o ouro e o petróleo, antecipando uma potencial alta das commodities diante do baixo rendimento dos juros dos títulos do Tesouro de longo prazo dos EUA:

“$ 100.000 #Bitcoin, $ 50 #Petróleo, $ 2.000 #Ouro? Perspectivas de 2022 em 5 gráficos – O pico de commodities e o rendimento em declínio dos títulos de longo prazo do Tesouro apontam para riscos de reativação de forças deflacionárias em 2022, com ramificações positivas no Bitcoin e no ouro.”

Até agora, McGlone já acertou duas de suas previsões. O ouro já foi renovou sua máxima histórica acima de US$ 2.000 por onça, enquanto o petróleo mais do que dobrou de valor até agora neste ano, chegando a ser negociado a mais de US$ 100 por barril. Falta apenas o Bitcoin para que as previsões do estrategista se confirmem integralmente.

O Bitcoin iniciou a semana em baixa e no início da tarde desta segunda-feira está cotado a US$ 40.889, registrando uma baixa intradiária de 1,1%, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Gráfico diário BTC/USD desde o início de 2022. Fonte: Trading View

Conclusão

De acordo com a perspectiva dos especialistas apresentadas acima, a projeção de preço médio do Bitcoin até o final de dezembro de 2022 é de US$ 118.000. A grande maioria – nove – aponta para a superação da marca de US$ 100.000, enquanto apenas um vê o preço do BTC encerrando o ano com um valor inferior ao registrado no final de 2021.

Conforme relatou o Cointelegraph Brasil recentemente, a manutenção do suporte de US$ 40.000 ao longo do final de semana, garantindo o fechamento semanal mais alto desde fevereiro, foi uma conquista importante dos touros para manter perspectivas de reversão de tendência. O próxim desafio é superar a resistência de US$ 42.000 para convertê-la em suporte rumo à novas máximas.

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